SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A propósito da "classe média" e da "esquerda" (2)

Após um necessário intervalo para a comemoração do "nosso" 25 de Abril - o verdadeiro 25 de Abril do povo, o da revolução transformadora -prossigamos, então, esta reflexão.


Importa tratar o problema da erradamente chamada "classe média", a partir de uma breve análise sobre a classe social que constitui o seu núcleo principal, a pequena burguesia. Em primeiro lugar, esta classe social, ao contrário daquilo que a sua designação poderia induzir, não é uma classe pequena, no sentido numérico, quantitativo. Pelo contrário, os indivíduos que a compõem contam-se sempre por milhões, mesmo em pequenos países como Portugal. Em segundo lugar, não obstante chamar-se pequena ela é também a burguesia, isto é, a parte mais numerosa da classe burguesa. É detentora de meios de produção e existência material autónoma, não carecendo de vender/assalariar a sua (potencial) força de trabalho. Em pequena escala, comparticipa do processo de exploração da classe operária e de outras camadas assalariadas, condição social que a unifica com as outras componentes, vulgarmente designadas por média e grande burguesia. Constituem a pequena burguesia os pequenos empresários - industriais e comerciais -, os pequenos proprietários - os rurais, possuidores de terra, e os urbanos, possuidores de prédios, casas, espaços comerciais.

Para além destes segmentos principais, a pequena burguesia inclui ainda outros, como os artesãos, os micro empresários, os chamados profissionais liberais, que não são detentores de meios de produção ou de renda como os anteriores, antes exercem uma actividade económica autónoma determinada que lhes proporciona a realização de um valor de troca que materialmente os sustenta. No plano político, a pequena burguesia constitui como que um tampão ou almofada que, na luta de classes, se interpõe entre a grande burguesia e os assalariados. Marcada por esta sua condição intermédia e contraditória - simultâneamente participa do processo geral de exploração do trabalho e é ela própria alvo de um permanente processo de espoliação por parte da grande burguesia - é um produto social orgânico do sistema capitalista que tende ao desaparecimento, atingida continuamente por uma implacável proletarização, imposta pelo fenómeno da concentração/centralização capitalista. Esta condição social determinada origina-lhe comportamentos políticos voláteis e inconstantes, que se podem resumir a três principais, mutáveis em função das alterações da correlação de forças de cada momento: de forma mais frequente, alia-se à média e à grande burguesia, apoiando as soluções políticas destas; em situações de fragilização na hegemonia da grande burguesia, busca alianças com o proletariado; permanentemente, busca obter a sua própria autonomização na representação política, por vezes visando tornar-se hegemónica, com experiências mais ou menos duráveis mas sempre condenadas ao insucesso. Historicamente, constitui-se frequentemente suporte de soluções de poder autoritárias, nomeadamente na primeira metade do século XX o fascismo e o nazismo. Os seus membros têm uma percepção marcadamente individualista da vida em sociedade, revelando grande dificuldade em se inserirem em projectos colectivos, sendo inconstantes nas escolhas políticas e nas alianças sociais.

Vejamos agora, também simplificadamente, o que é a chamada "'classe' média". Medida pelo volume dos seus rendimentos médios, esta designação, inexpressiva do ponto de vista da arrumação rigorosa das classes sociais, torna-se abrangente e engloba genericamente toda a pequena burguesia, bem como camadas e estratos de assalariados mais bem remunerados, designadamente quadros técnicos, intelectuais, assessores, consultores, directores administrativos, técnicos e chefias superiores da administração pública, advogados e juristas, chefias militares, diplomatas, artistas, segmentos da classe operária com salários mais elevados (aristocracia operária), e outros. Este conceito de "classe média", actualmente de uso generalizado , tem ainda as subcategorias "classe média-alta", "classe média-média" e "classe média-baixa", permitindo-se integrar na primeira estratos da média burguesia, tal como na última integrar segmentos dos assalariados.

Em termos políticos, trata-se de uma designação "sociológica" com claros objectivos ideológicos, visando arrumar os indivíduos em função dos seus recursos materiais "médios", dos seus locais de habitação, hábitos e culturas comuns, diluindo as fronteiras das diferentes classes sociais que a integram e visando o "aburguesamento" da auto-imagem dos seus componentes assalariados, ao mesmo tempo que oculta e ilude o lugar e papel efectivos de cada um nas relações de produção capitalistas e no processo produtivo. No plano estritamente ideológico, trata-se de uma designação-conceito que procura inculcar a ideia que as sociedades humanas são constituídas por indivíduos sem pertenças de classe e cuja única diferenciação seria o nível de rendimentos e de vida, numa escala desde a situação de indigência ou pobreza até à de grande possidente. Obviamente, neste contexto "teórico" não há lugar para as lutas de classes. De um ponto de vista marxista-leninista, das suas categorias metodológicas definidoras das classes e das suas relações de produção, trata-se de uma falsa categoria, mistificadora e que visa a diluição e ocultação das classes sociais e das suas relações reais de dominantes/dominadas. No limite, tem por objectivo negar a exploração e a opressão de uma classe (operários e outros assalariados) por outra classe (a burguesia).

Como fica patente no artigo de opinião que vimos tratando, trata-se do testemunho de alguém que se pretende situado no campo da esquerda, sentindo-se partilhar esses ideais de esquerda com outros indivíduos do seu círculo social. Com desânimo saudoso, descreve as grandes batalhas políticas que mobilizaram muitos membros da sua " 'classe' média" há alguns anos atrás, nos desenvolvimentos recentes ocorridos na sociedade brasileira. Fala em valores como socialismo, transformação, igualdade, justiça social, que teriam sido varridos do (seu) dia-a-dia, sendo hoje a apatia, a descrença, e mesmo simpatias pelas posições conservadoras e reaccionárias, o traço comportamental da dita "classe média". Buscando razões para esta mudança de atitude, aponta as derrotas do socialismo, a que chama "o fim do socialismo real (e dos seus sonhos e utopias)", a par daquilo que considera "de certa forma o triunfo do chamado neoliberalismo". Depois de descrever as concepções que esta drástica alteração da correlação de forças originou, com a acentuação do individualismo e do egoísmo, passa a fazer a crítica às debilidades da esquerda, à sua perda de referências e bandeiras, "não conseguindo exprimir as vontades e anseios da maioria".

Claro que para o autor, à semelhança do que ocorre com largos sectores da mencionada "classe média", a "esquerda" integra os partidos social-democratas locais, nomeadamente o PT. Este erro de localização do PT, traduzindo uma das características acima referidas, quanto à inconsistência da pequena burguesia nas suas escolhas políticas, exemplifica um fenómeno que tem um carácter mais geral, sendo observado em países em variadas latitudes, nomeadamente em Portugal, onde o PS é (ainda) considerado uma força partidária de esquerda. Mas a questão mais relevante para agora aqui avaliarmos - recordando, a questão do papel do factor subjectivo - prende-se com o parágrafo final deste artigo que vimos citando.

Como se procurou deixar assinalado, a pequena burguesia constitui uma componente numerosa e heterogénea da classe burguesa, e, por extensão, essa heterogeneidade caracteriza a "classe média" que vimos tratando, traduzida em variadas simpatias ou mesmo engajamentos políticos. A larguíssima maioria - como já assinalamos, são milhões de indivíduos - apoia, vota, segue as posições dos partidos do sistema, os partidos constituintes da democracia burguesa vigente, nomeadamente o PS, o PSD, o CDS. Entretanto, segmentos minoritários mas em fase de crescimento, perante o agravamento das contradições e o aprofundamento da crise social - agora acelerada pela crise global do capitalismo - procuram outras representações políticas e ideológicas. No espectro político português, tais simpatias vão desde uma muito reduzida e localizada extrema-direita neonazi até ao partido operário marxista-leninista, o PCP.

Pelo seu carácter de epifenómeno, quanto a este processo de transformações contínuas em função da correlação de forças, merece especial referência o caso do BE. Perante a rudeza e o grau de exigência da luta de classes, que opõe o proletariado à grande burguesia, haverão sempre elementos da pequena-burguesia que, recusando "pela esquerda" apoiar as forças do capital, revelarão a sua incapacidade de se aliarem à classe operária, saindo "pela direita" e desembocando no reformismo social-democratizante e co-gestionário, mesmo quando mascarado por um palavreado "de esquerda". Na actualidade, o BE já não reclama ser a força dirigente do operariado, como faziam anos atrás os agrupamentos esquerdistas que se fusionaram para o criarem e é um curioso exemplo da deriva para a direita de um segmento radicalizado da nossa "classe média".

Parece razoavelmente pacífico afirmarmos que, face à conjuntura nacional e mundial, cresce o número de elementos da pequena burguesia/versus "classe média" atraídos pelos ideais de esquerda. Aos comunistas e aos revolucionários está colocado um urgente desafio: pela investigação, pelo estudo, pela elaboração teórica inovadora, serem capazes de atraírem e capitalizarem para si essa maior disponibilidade dos elementos mais avançados desta "classe média" para aderirem ao ideal do socialismo e do comunismo. Para alcançarem este objectivo, as palavras finais do autor do artigo citado têm toda a validade: "Mas para isso, cara esquerda, é preciso recomeçar. Compreender a realidade, unir ideias à acção, dar conteúdo à actividade política. E devolver, urgente, a emoção e a sensibilidade às causas, empolgando e entusiasmando as pessoas."

No combate político dos revolucionários, a política de alianças sociais, cruzada com as posições e iniciativas políticas que a construam, consolidem e alarguem, constitui uma difícil e exigente componente da actividade geral dos partidos comunistas e operários. Em termos práticos, isto significa que o papel de vanguarda que são chamados a desempenhar constitui uma complexa conjugação de objectivos de classe, definindo e concretizando as vias pelas quais a classe operária deve exercer o seu papel motriz, de locomotiva, esclarecendo e persuadindo as camadas sociais aliadas sobre a convergência de interesses e vantagens recíprocas dessa aliança estratégica.

Nas sociedades contemporâneas desenvolvidas, mais que no início do século passado, a designada "classe média" passou a ser, simultâneamente, sujeito e objecto centrais da acção política, tanto por parte da classe operária como pelo lado da grande burguesia. Por isso, ao mesmo tempo que define qual o caminho e suas etapas para a classe operária, o partido de vanguarda deve levantar e defender as aspirações e os interesses específicos desta "classe média", assegurando-lhe que podem e devem caminhar juntos, no combate contra o seu inimigo comum, o grande capital e o imperialismo. Com a plena garantia que esse caminho comum e reciprocamente vantajoso vai perdurar, mantendo inteira validade tanto nas etapas democráticas, nacionais e populares, como na etapa revolucionária da construção efectiva da sociedade socialista.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Comemorar Abril é comemorar a Revolução

VIVA ABRIL, VIVA A REVOLUÇÃO!


Pela relevância política do seu conteúdo na presente conjuntura nacional e internacional, transcrevem-se quatro parágrafos do último comunicado da C.Política do CC do PCP sobre as comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril:




"A Revolução de Abril, acontecimento ímpar na História secular da nação portuguesa, constituiu a maior, a mais popular e a mais profunda transformação das estruturas sócio-económicas e da superestrutura política e cultural do país. A sua dimensão histórica mede-se tanto pelo que significou para o povo português, como pelo seu impacto e dimensão internacionais em que avulta a aliança do povo português e dos povos coloniais na luta contra o inimigo comum, o fascismo e o colonialismo portugueses.

"A Revolução de Abril, culminando uma longa e heróica Resistência da classe operária e do povo português na qual o PCP, o único partido a resistir à violência da repressão, desempenhou um papel determinante e insubstituível, e assentando na aliança Povo-MFA, conduziu a transformações de alcance histórico que marcaram e marcam ainda hoje, 35 anos depois, a realidade portuguesa."

"Comemorar Abril é mostrar o papel determinante da classe operária e do seu partido de vanguarda, o PCP, e combater tentativas de revisão da História que não só visam diminui-lo e apagá-lo como procuram promover a burguesia liberal e suas expressões políticas como já está a acontecer a pretexto da passagem em 2010 do centenário da República;"

"Comemorar Abril é insistir que só no caminho de Abril, só pela via de profundas transformações económicas e sociais que coloquem nas mãos do Estado e ao serviço do povo as alavancas fundamentais da economia, só no caminho do socialismo é possível dar resposta aos desafios que hoje se colocam à sociedade portuguesa e enfrentar com sucesso, em articulação internacionalista com a luta dos outros povos, a crise profunda do capitalismo que está a assolar o mundo."




Revolução inacabada, os ideais de Abril testemunham o renhido combate que os trabalhadores e o seu Partido vêm travando, resistindo à prolongada ofensiva contra-revolucionária do grande capital e do imperialismo que, ao longo dos últimos 33 anos, tem por objectivo destruirem e enterrarem a totalidade das conquistas e transformações revolucionárias, alcançadas no curto período de um ano e meio na história e na luta do povo português. Confiança, unidade e luta, são a chave que permitirá a ruptura revolucionária para retomar e levar até ao fim as tarefas interrompidas da Revolução de Abril.

sábado, 18 de abril de 2009

A propósito da "classe média" e da "esquerda"

O exame constante, regular, actualizado, das classes e dos seus comportamentos, é uma tarefa central dos marxistas-leninistas. Sua acertada análise e compreensão são indispensáveis para elaborar uma linha política de intervenção revolucionária correctamente ajustada às realidades sociológicas nas quais se luta, e, para elaborar uma justa política de alianças e intervir na acção política de forma adequada a essas alianças a construir.

No plano subjectivo, aquele plano que desde o início polariza o eixo principal destes escritos, trata-se afinal de estudarmos as classes "em si" e simultâneamente as classes "para si". Há poucos dias atrás, num outro blog, J.V.Aguiar ensaia uma aproximação ao problema, analisando neste caso a burguesia, sobretudo como classe "para si". Enquanto não encontro o caminho melhor para avançar aqui o exame da classe operária, que seria aquilo que desejaria fazer prioritariamente, para dar continuidade à discussão - até por se tratar da classe antagónica principal àquela que mobilizou o escrito mencionado -, vou entretanto usar um artigo de opinião que me parece interessante e que poderá motivar algumas observações quanto à "classe média" (assim designada pelo autor), isto é, a pequena burguesia urbana e camadas assalariadas desfrutando de meios materiais e hábitos que em muito as assemelham àquela, principalmente nas suas concepções ideológicas e no seu posicionamento político actual, perante um mundo marcado por uma crise profunda do sistema capitalista, com as suas crescentes contradições.
O artigo de opinião referido, publicado em jornal diário, é assinado por Alcindo Gonçalves, engenheiro, cientista político, professor do Programa de Mestrado em Direito da UniSantos/Brasil. O seu conteúdo radica-se, naturalmente, na realidade brasileira, designadamente a urbana, mas que penso conter alguns traços que aproximam o seu objecto à mesma "classe média" urbana noutros países, daí o seu interesse. Passo a transcrever o artigo em causa.


Já faz tempo que não escuto uma referência elogiosa à esquerda. Ao contrário, de maneira geral, as pessoas hoje desdenham e desprezam as ideias mais afinadas com o pensamento dito socialista, ou coisa parecida. Não era assim, entretanto. Não estão longe os dias em que transformação, igualdade ou justiça social eram valores apreciados por muita gente. Fico de certa forma espantado como tudo isso foi varrido do mapa, e tão depressa. A classe média, onde vivo e com quem convivo, tem uma história de flerte e namoro com a esquerda. Não concordo com a tese de que os sectores médios são necessariamente conservadores: a informação e a maior educação aproximaram-nos das ideias de mudança social. O interessante é que nos dias actuais raramente vejo a tal classe média interessada em política, muito menos pelo viés da esquerda. O que percebo é algo bem diferente: um desprezo generalizado pela actividade política, vista como inútil, corrupta e perniciosa; um interesse exclusivo pela vida privada e por seus negócios; um misto de aproveitar o momento, ganhar dinheiro e tocar o barco, sem maiores preocupações. Não era assim: vivi períodos recentes onde gente da classe média se emocionava com campanhas como as da amnistia ou das directas-já, quando havia a crença ­ e quase a certeza ­ de que era possível construir um mundo novo, e que seríamos actores e artífices desse novo momento. De quem é a culpa de tudo isso? Creio que se podem estabelecer dois conjuntos de razões. O primeiro diz respeito às mudanças estruturais recentes: o fim do socialismo real (e de seus sonhos e utopias) a partir da queda do Muro de Berlim, de certa forma o triunfo do chamado neoliberalismo, uma visão que é contra pobres e trabalhadores, e que despreza a democracia e o Estado social, negando o interesse público e valorizando ao extremo o individualismo consumista. Mas, de outra parte, há que se recriminar a própria esquerda pela actual crise. De facto, ela perdeu as suas referências e bandeiras. O seu discurso é vago e impreciso, não conseguindo exprimir as vontades e anseios da maioria, limitada a genéricas referências ao "social", mas no fundo prisioneira do corporativismo, de interesses eleitorais imediatos em projectos megalomaníacos de poder, e de populismos perigosos.Num mundo novo, onde a tecnologia da informação predomina, onde o sector de serviços é o principal empregador (e onde o trabalho vem sendo reformulado e repaginado a cada dia), onde valores tradicionais ­ família, cultura, lazer ­passam por acentuada crítica, a esquerda parece adormecida, insensível e distante dessa realidade. Sejamos ou não simpáticos à esquerda, a sua presença é necessária e saudável (como os conservadores também o são). Numa roda de classe média, gostaria de não ouvir só comentários de desprezo a Chávez ou a Evo Morales, a apologia do viver bem, aqui e agora, ou a certeza de que o nosso único mal é a corrupção endémica dos políticos, que nunca será resolvida. Mas para isso, cara esquerda, é preciso recomeçar. Compreender a realidade, unir ideias à acção, dar conteúdo à actividade política. E devolver, urgente, a emoção e a sensibilidade às causas, empolgando e entusiasmando as pessoas.


Fim de transcrição.
Em primeiro lugar, duas ideias sobre o autor. A primeira, revela uma clara simpatia pela esquerda, assumindo uma opinião crítica e avançada sobre a sua própria "classe". É aquilo a que poderemos chamar um democrata honesto, uma pessoa de esquerda, um intelectual politicamente sério, interessado na concretização dos objectivos da "Esquerda", mesmo um patriota preocupado com o seu país; a segunda, pretende que essa "Esquerda" volte a ser capaz de mobilizar a "classe média", volte a ter força, influência e capacidade de persuasão para atingir esse objectivo e, para tal, o autor avança as suas avaliações críticas e sugere formas para vencer as debilidades apontadas.
Vejamos então agora algumas questões, levantadas por este testemunho. Embora mencionando eventualmente uma ou outra das suas afirmações, para o nosso caso não interessa tanto dissecar o pensamento escrito do autor - seus erros, seus vícios de avaliação, suas imprecisões políticas e ideológicas - mas muito mais interessante será, a partir do que afirma, tentar analisar o que contenha de universalmente útil, seja quanto aos presentes estados de espírito desta "classe média" e seus elementos de esquerda, seja quanto às respostas e às orientações correspondentes por parte dos partidos comunistas e operários. Deixemos a tarefa para o próximo escrito, ao mesmo tempo que ganhamos um maior espaço para os que lêem possam também dispor de maior folga para a sua própria reflexão e para o debate.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Imperialismo não quer a Paz

Pelas suas relevância e oportunidade políticas, se transcreve em seguida, sem mais considerações, o texto da intervenção de Socorro Gomes, brasileira e presidente do CMP (Conselho Mundial da Paz), na Conferência Internacional “A OTAN, Malvinas e a Reactivação da Quarta Frota dos EUA”, realizada em Buenos Aires (Argentina) de 19 a 20 de Março. A partir de uma perspectiva latino-americana, ela analisa o carácter agressivo e criminoso do imperialismo norte-americano, como vértice e aríete do sistema capitalista mundial.



Está claro que a natureza do imperialismo não se altera com uma simples mudança de equipa presidencial. O carácter imperialista da política estadunidense continua o mesmo. A militarização e a guerra sempre estarão presentes. A paz não é uma vocação do imperialismo. De modo geral, as medidas anunciadas até aqui pelo governo Obama buscam reposicionar os EUA na condição de potência hegemónica. Não tenhamos a ilusão de que o imperialismo estadunidense abrirá mão de ser o centro das definições do sistema internacional. O cenário é de grandes incertezas. Os EUA são um actor insubstituível e indiscutível dentro do sistema imperialista mundial. O seu poder militar é inigualável ao de qualquer outro país. Somente o imperialismo estadunidense está presente em 120 países, contando com mais de 700 missões e bases no exterior. O poder militar é a reserva final do sistema, a guerra é parte essencial do imperialismo.

É a partir do complexo cenário internacional actual que devemos compreender o papel destes poderosos instrumentos de guerra - a OTAN e a IV Frota - e o significado da luta pela paz neste contexto. O pensamento do establishment norte-americano para a América Latina baseia-se no seu interesse em expandir o seu poder sobre todo o mundo. Desde que os Estados Unidos se tornaram uma potência imperialista na viragem do século dezanove e, depois, em potência hegemónica, as suas políticas externa e militar sempre estiveram focadas em fazer daqui uma área de influencia directa. Os acordos e tratados foram sempre utilizados para garantir exclusivamente os interesses dos EUA. Um exemplo clássico disto é o TIAR - Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, de 1947, no quadro do reordenamento do sistema internacional em que os Estados Unidos se empenharam na Guerra Fria contra a União Soviética. É preciso assinalar que durante todo o século XX prevaleceu a política da força, chamada política do "Big Stick". Guardadas as proporções, o TIAR pode ser considerado um equivalente da OTAN no Atlântico Sul. Por ser o primeiro pacto de segurança colectiva que envolveu vários países, as suas bases programáticas serviram para que dois anos mais tarde os EUA constituíssem a OTAN. O discurso instrumentalizado pelos EUA no TIAR era para manter os Estados Unidos no vértice do sistema inter-americano, supostamente para "assegurar a paz por todos os meios possíveis", "promover ajuda recíproca e efectiva" e "fazer frente a todos os ataques armados" ou ameaças a qualquer dos Estados americanos. O TIAR e a OEA foram os principais instrumentos para a imposição da hegemonia estado-unidos na região. Além de ser o meio principal de sua campanha para o isolamento político e económico da Revolução Cubana. Mas, no momento em que o TIAR foi convocado para defender a Argentina da agressão sofrida pelas forças colonialistas inglesas, no episódio da Guerra das Malvinas, o imperialismo posicionou-se ao lado da Grã-Bretanha. Os EUA não somente negaram o apoio "anunciado" no TIAR à Argentina, como ofereceram suporte logístico e de inteligência para os ingleses. Não podem existir ilusões em torno do imperialismo e seus instrumentos de dominação, não há generosidade por parte do imperialismo. É preciso reiterar e reafirmar a nossa solidariedade à luta do povo argentino pela recuperação das Ilhas Malvinas, que é parte do seu território. Não é possível que em pleno século XXI ainda existam territórios ocupados por forças colonialistas. O imperialismo não deixará que a sua influência na região seja diluída sem tomar medidas para evitar que isto ocorra. A reactivação da Quarta Frota é uma clara demonstração disto.

Não é de hoje a importância que os EUA atribuem ao seu poder marítimo. As primeiras ideias de que os EUA necessitavam possuir um grande poder marítimo surgiram a partir das elaborações do Almirante Alfred Thayer Mahan, que na viragem do século XIX para o XX influenciou com as suas ideias a elite americana na sua política expansionista. Segundo Mahan, os EUA necessitavam buscar o controle global dos mares, oceanos e das rotas comerciais, a partir da formação de um amplo conjunto de frotas navais da marinha mercante e de guerra, para com isto garantir seu poder no continente americano. Tais ideias influenciaram as acções anexionistas dos EUA no Hawai, em 1897; na Guerra Hispano-Americana, em 1898, conquistando as Filipinas na Ásia; em Cuba e algumas outras ilhas caribenhas. Herdeiras das formulações de Mahan, as Frotas Navais da Marinha de Guerra dos EUA foram criadas em pleno período da Segunda Guerra Mundial na luta dos aliados contra o eixo. A Quarta Frota foi criada no ano de 1943 com o objectivo, naquele momento, de proteger a região de possíveis ataques marítimos das forças do eixo nazi-fascista. Com o fim da guerra foi desactivada no ano de 1950. Actualmente as "Frotas" estão espalhadas em seis regiões do mundo. A Segunda Frota encontra-se no Atlântico Norte, a Terceira navega pelo oceano pacífico, a Sexta actua em toda a área do mediterrâneo, a Quinta navega pela região do Golfo Pérsico e sudeste asiático e a Sétima pelo oceano índico e sul da Ásia. Com isto os EUA mantêm sob controle militar áreas estratégicas em todo o mundo.

Ao tornar-se pública a notícia do relançamento da Quarta Frota, nas águas da América Latina, a pergunta que surge imediatamente é: porquê neste momento? Com que argumentos, justificativas? Dentro das poucas informações que se tornaram públicas, desde o anúncio da reactivação desta potente arma de guerra do imperialismo, as únicas justificativas que se tornaram conhecidas não passam de eufemismos por parte dos EUA. Segundo James Stravids, chefe do Comando Sul - estrutura à qual a Quarta Frota está subordinada - as suas missões são de carácter humanitário, de apoio às operações de paz, de assistência em situações de desastres, às operações anti-narcóticos, e também para auxiliar os EUA na luta contra o terrorismo. No entanto, o Chefe do Comando Naval Sul, James W. Stevenson, afirma claramente que a sua reactivação "manda um sinal certo para as pessoas que sabemos que não são necessariamente nossos maiores apoiadores." É uma demonstração clara de intimidação aos países que ousam desafiar abertamente os EUA. Como se não bastasse, este contra-almirante afirma que os navios da Quarta Frota estão preparados para "navegar até aos magníficos sistemas de rios que existem na América do Sul, navegando por águas marrons mais que em águas azuis". Perguntávamos numa das nossas actividades realizadas no Fórum Social Mundial - O que representaria um navio de proporções nucleares, ancorado em pleno rio Amazonas? Que missões "humanitárias" teria esta arma de guerra? Se o objectivo era fazer o bem, porquê os países da região não foram consultados? Para bom entendedor, meia palavra basta. A afirmação de que a Quarta Frota é um sinal para alguns governos, em relação aos quais Washington não tem tanta simpatia, é uma aberta provocação ao processo político na região.

Desde a sua reactivação, a Quarta Frota está sediada na base naval de Mayport, no norte da Flórida, como atracadouro para os seus poderosos navios. A mesma não possui uma frota designada, mas tem à sua disposição um verdadeiro arsenal de guerra entre as quais armas de destruição massiva como a nuclear. Entre estas destacamos:- 1 Porta aviões tipo Nimitiz (nuclear), que possui capacidade de apoiar até 85 caças F-18- Navios de assalto - USS Boxer e USS Kearsage: cada qual comporta até 45.500 toneladas e tem capacidade de transportar até 1800 homens.- Helicópteros Sea knight (42 unidades)- Caça bombardeiros AV-8 Harrier II- Helicópteros antissubmarinos (ASW)- Lanchas de desembarque tipo LCAC. É evidente que uma força com um poder de destruição tão grande não possui simplesmente a missão de prestar solidariedade e auxilio aos países da região. A Quarta Frota é uma reação do imperialismo às mudanças políticas que são vividas na América Latina. A Quarta Frota não é uma força defensiva, ela é uma força de dimensão ofensiva e intimidatória, para controle de rotas marítimas e fontes de energia. Não nos restam dúvidas de que a reactivação da Quarta Frota passa pela intenção do imperialismo de posicionar armas potentes e estruturas avançadas que possibilitem, caso seja necessário, a sua utilização para o controle de rotas de fluxos e fontes de energia.

Na Estratégia Nacional de Defesa dos EUA o "Direito ao Petróleo" encontra-se atrás somente da defesa da integridade territorial e da independência política dos EUA. O "Direito ao Petróleo" significa que, para garantir seu consumo predatório, o imperialismo estadunidense poderá fazer o uso da força para garantir o acesso a fontes de energia, onde quer que elas estejam localizadas. Não pode passar desapercebido que a reactivação da Quarta Frota coincide com as recentes descobertas de petróleo em águas da plataforma continental brasileira. O chamado Pré-sal colocaria o Brasil entre o quarto ou terceiro dos maiores produtores de petróleo do mundo. É muito provável que a Quarta Frota não seja motivo de grandes notícias nos próximos meses ou mesmo anos. O seu objetivo inicial não é chamar a atenção, mas sim dar alguns recados estratégicos de posicionamento e poder, além de realizar monitoramento da região e aterrorizar os governos da América Latina que buscam sua independência em relação ao imperialismo estadunidense.O perfil do comandante da Quarta Frota é bem ilustrativo de que sua missão prioritária não contempla acções humanitárias. O contra-almirante Joseph D. Kerman é um militar veterano do Grupo de Desenvolvimento de Guerra Especial Naval, responsável por realizar missões de inteligência e contra terrorismo. Joseph Kerman foi durante longos anos instrutor do conhecido SEAL (Mar, Terra e Ar). Trata-se da elite de guerra dos EUA. O SEAL prestou "valiosos serviços" na guerra do Vietnã, Iraque e Afeganistão, com seus homens-rãs, além de outras missões em sua maioria encobertas pela CIA. Os povos do mundo não podem ficar parados frente a estes graves acontecimentos. A Quarta Frota não é simplesmente apenas contra os países da região, ela está vinculada a uma estratégia de carácter mundial. Fica uma questão em aberto. É possível que estruturas como a Quarta Frota possam contribuir para missões de alianças como é o caso da OTAN? As Frotas da Marinha de Guerra dos EUA estão espalhadas em todo o mundo, em pontos estratégicos para o controle dos fluxos e rotas comerciais, além das fontes de energia. As Frotas Navais participam de várias das campanhas de guerra que o imperialismo desenvolve e dão suporte para as alianças militares das quais os EUA fazem parte, como é o caso da OTAN.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN - é uma organização militar que desde a sua fundação sempre esteve ao serviço dos interesses do imperialismo estadunidense. Jogou papel na guerra fria e em um segundo momento desempenha função importante como força militar, no quadro de um reordenamento do mapa político no cenário de um mundo unipolar. No ano em que se completam os 60 anos desta máquina de guerra, o mundo passa por significativas transformações e a OTAN cada vez mais está adequada a apoiar com o uso da força os intuitos das grandes potências. Nascida no calor da guerra fria, a OTAN era um instrumento do imperialismo para ameaçar e, se necessário, atacar os países socialistas. Já na década de 90, quando a chamada "ameaça socialista" não existia mais, materializa-se o novo papel da OTAN, com um novo conceito estratégico. A partir do final da guerra fria contra a União Soviética, os arautos do imperialismo chegavam a afirmar que viveríamos um período de paz eterno, de fim da história. Logo tais afirmações se demonstraram falsas, pois como já afirmamos a guerra é parte essencial do imperialismo. As grandes potências, encabeçadas pelo imperialismo estadunidense, buscaram desde logo abrir caminhos para o leste, aproveitando o vácuo político deixado pelo desmembramento da União Soviética, com o objetivo de controlar as imensas fontes de energia - gás e petróleo - além das rotas de fluxo, existentes nas áreas dos Balcãs e da Ásia Central. Neste período, a OTAN realiza as suas conferências de Londres (1990) e Roma (1991), quando busca selar a sua reconfiguração, assumindo explicitamente um carácter ofensivo, para exercer o papel de uma força estratégica com capacidade operacional e acção pró-activa fora da área territorial dos países que a constituem, para actuar como uma máquina de guerra ao serviço das grandes potências imperialistas, principalmente o imperialismo norte-americano. Este período é marcado pela ampliação da OTAN, envolvendo alguns dos países que faziam parte do Pacto de Varsóvia, realizando alianças com países fora da esfera geográfica da aliança, como é o caso do "Conselho de Cooperação do Golfo" e o "Diálogo do Mediterrâneo". A experiência piloto desta transformação teve por cenário a região dos Balcãs. Especialmente a partir dos bombardeios e da invasão da Jugoslávia, a OTAN começa a expandir militarmente a sua área de influência até às fronteiras da Rússia. Foi neste contexto de novas alianças e ampliação da OTAN que o governo do ex-presidente argentino Carlos Menem desenvolveu uma estratégia de aproximação da aliança militar. Segundo esta concepção, a Argentina somente ganharia espaço no cenário internacional se tivesse uma política de alinhamento automático com os EUA, ou, como se dizia à época, mantivesse com a super-potência do norte uma "relação carnal", seja no âmbito econômico seja na esfera da política externa ou da cooperação militar. Foram realizados seminários e importantes conferências no país para tratar da relação com a OTAN, além de que várias autoridades argentinas participaram nas instâncias deliberativas da OTAN, com o intuito de demonstrar o seu compromisso com a organização. Foi neste contexto que a Argentina foi levada a ser o único país da região a enviar tropas para a primeira guerra do golfo em 1991. Mais tarde enviou tropas para a chamada Força de Estabilização da Bósnia-Herzegovina (SFOR), que era a força de ocupação da OTAN no conflito dos Balcãs em 1996. Foi também nesse quadro que o ex-presidente estadunidense Clinton, proclamou que a Argentina era um "aliado extra-OTAN".O que é ser aliado extra da OTAN? O título de "aliado extra", criado em 1989, é uma designação feita pelo congresso dos EUA a um grupo de países que obtêm vantagens na aquisição de armamentos que só poderiam ser vendidos aos países da OTAN. Os primeiros países agraciados com tal título foram Austrália, Egipto, Israel, Japão e Coreia do Sul. Nos anos do governo Bush, tal agrado foi dado aos seus aliados na "guerra contra o terror" - Nova Zelândia, Jordânia, Bahrein, Filipinas, Tailândia, Kuwait, Marrocos e Paquistão. Nos últimos anos, a OTAN tem realizado esforços para se aproximar novamente da região. Em 2008, no auge da campanha contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC-EP, o Ministro de Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, em declarações a jornais, afirmou que o seu país planeava enviar soldados ao Afeganistão e iniciar uma colaboração com a OTAN. Nas semanas que antecederam esta nossa conferência, tornou-se pública a confirmação de que a Colômbia irá enviar 150 soldados num primeiro momento para cooperar com as forças de ocupação no Afeganistão. Isto pode significar que no médio prazo se estabelecerá uma cooperação de outro tipo da Colômbia com a OTAN. Outra via que vem sendo explorada com menos sucesso é a de Portugal, que busca envolver a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em exercícios da OTAN. Isto, segundo o comando da Aliança, dar-lhe-ia uma projecção de acção nas duas margens do Atlântico.

Hoje, num cenário internacional repleto de incertezas e profundas contradições, os povos do mundo devem procurar fortalecer a consciência anti-imperialista, demonstrando que é próprio da natureza do imperialismo o uso da guerra para impor os seus desígnios e manter-se no centro do sistema internacional. A OTAN completa agora 60 anos de existência. Devemos levar em consideração que as transformações que estão sendo operadas no seio desta aliança militar visam fortalecê-la como um instrumento privilegiado das incursões do imperialismo contra os povos do mundo. Na lógica de controlar as principais rotas de fluxo comercial e saquear as fontes energéticas, as estruturas militares ao serviço do império se complementam. A Quarta Frota da Marinha de Guerra dos EUA pode ser colocada à disposição da OTAN caso seja necessário, com a desculpa esfarrapada de que algum país da região possa estar "violando os direitos humanos", ou "abrigando terroristas", entre outros sofismas possíveis de serem inventados. Nossa região caracteriza-se historicamente pelos esforços na defesa da paz, o que a caracteriza como uma "Zona de Paz". O sentimento geral dos povos que vivem na nossa região é de identidade com a paz, de solidariedade aos povos em luta. O imperialismo vive um momento de profunda crise, a hegemonia americana está posta em xeque. Estamos seguros de que com a unidade das forças democráticas, progressistas e anti-imperialistas, poderemos criar uma ampla frente internacional contra o imperialismo e os seus instrumentos de guerra e uma ampla mobilização dos povos para derrotar o imperialismo. Estamos seguros de que ele não é invencível e será derrotado!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

F.S.M. - A jornada mundial de lutas foi um êxito






A imagem ao lado é de uma manifestação na Grécia, durante a jornada mundial de lutas, convocada pela Federação Sindical Mundial para o passado dia 1 de Abril, p.p.. Algumas centrais sindicais ajustaram a data para dias próximos e, em 45 países, foram realizadas paralisações, greves e manifestações com as reivindicações e objectivos propostos, garantindo o êxito desta jornada pelos direitos dos trabalhadores e contra a exploração capitalista.
Para ver as fotos das acções nos vários países, clicar em http://picasaweb.google.com/wftucentral/April1stInternationalDayOfTradeUnionAction

Trata-se de um novo e importante passo nesta nova fase da vida da FSM, que nos últimos anos vem registando as adesões de importantes centrais nacionais, num processo de alargamento da sua influência, fundada em firmes princípios e práticas de classe, enquanto as centrais mundiais reformistas, nomeadamente a CES e a nova/velha CSI, que vêm perdendo organizações filiadas e registando um claro declinio nas capacidades de iludir e enganarem os trabalhadores, à medida que aprofundam os seus compromissos e conciliação com o grande capital europeu e global.

Na situação actual, de agudização da luta de classes no plano mundial, com o alargamento das lutas operárias e sindicais em numerosos países, este rejuvenescimento e alargamento da actividade da FSM é um factor decisivo que marca a situação internacional.