No dia 21 de Janeiro, há 93 anos, morreu Lenine. Tinham decorrido escassos seis anos após a Revolução de Outubro de 1917, a sua mais brilhante realização como o principal dirigente do Partido Comunista, o Partido de Novo Tipo criado com o seu enorme e inapagável contributo ideológico, político e organizativo.
Transcreve-se o primeiro trecho das Recordações de Máximo Gorki, publicadas pela primeira vez em 1924, sob o significativo título "O Homem".
"Vladimir Lénine está morto.
Mesmo entre as hostes dos seus inimigos, alguns o reconhecem lealmente: na pessoa de Lénine, o mundo perdeu o homem “que entre todos os grandes homens seus contemporâneos, era a mais viva encarnação do génio”.
o jornal burguês alemão Prager Tageblatt, publicou sobre Lénine um artigo impregnado de uma admiração respeitosa diante dessa figura colossal, que terminava assim:
“Na própria morte Lénine parecia grande, inacessível e terrível».
Vê-se pelo tom do artigo que ele não é inspirado por esse prazer fisiológico expresso cinicamente neste aforismo: “o cadáver de um inimigo cheira sempre bem”, nem pela alegria que as pessoas sentem quando um grande homem turbulento os deixa – não, o orgulho do homem pelo homem ressoa altivamente nesse artigo.
A imprensa dos emigrados russos não encontrou em si nem a força nem o tato para falar da morte de Lénine com o respeito que demonstraram os jornais burgueses nos seus julgamentos acerca de um dos maiores representantes da vontade de vida e da intrepidez da razão.
É difícil traçar-lhe o retrato. Lénine, exteriormente, era todo palavras como o peixe é, exteriormente, todo de escamas. Era simples e reto como tudo aquilo que dizia.
O seu heroísmo era quase totalmente desprovido de brilho aparente; era feito dessa abnegação modesta, ascética, frequente no honesto intelectual-revolucionário na Rússia, que tem uma fé inquebrantável na possibilidade da justiça social sobre a terra; o heroísmo do homem que renunciou a todas as alegrias do mundo para trabalhar duramente a favor da humanidade (...)".
Mesmo entre as hostes dos seus inimigos, alguns o reconhecem lealmente: na pessoa de Lénine, o mundo perdeu o homem “que entre todos os grandes homens seus contemporâneos, era a mais viva encarnação do génio”.
o jornal burguês alemão Prager Tageblatt, publicou sobre Lénine um artigo impregnado de uma admiração respeitosa diante dessa figura colossal, que terminava assim:
“Na própria morte Lénine parecia grande, inacessível e terrível».
Vê-se pelo tom do artigo que ele não é inspirado por esse prazer fisiológico expresso cinicamente neste aforismo: “o cadáver de um inimigo cheira sempre bem”, nem pela alegria que as pessoas sentem quando um grande homem turbulento os deixa – não, o orgulho do homem pelo homem ressoa altivamente nesse artigo.
A imprensa dos emigrados russos não encontrou em si nem a força nem o tato para falar da morte de Lénine com o respeito que demonstraram os jornais burgueses nos seus julgamentos acerca de um dos maiores representantes da vontade de vida e da intrepidez da razão.
É difícil traçar-lhe o retrato. Lénine, exteriormente, era todo palavras como o peixe é, exteriormente, todo de escamas. Era simples e reto como tudo aquilo que dizia.
O seu heroísmo era quase totalmente desprovido de brilho aparente; era feito dessa abnegação modesta, ascética, frequente no honesto intelectual-revolucionário na Rússia, que tem uma fé inquebrantável na possibilidade da justiça social sobre a terra; o heroísmo do homem que renunciou a todas as alegrias do mundo para trabalhar duramente a favor da humanidade (...)".
A versão integral destas Recordações, publicadas em duas partes e cuja leitura vivamente se recomenda, está publicada aqui:
http://www.aaweb.org/pelosocialismo/index.php?option=com_booklibrary&task=view&id=1099&catid=48&Itemid=17