O sem terra Elton Brum da Silva foi morto na manhã da passada sexta-feira (21) em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, com um tiro pelas costas, desferido por uma espingarda calibre 12 durante desocupação, pela Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha), da Fazenda Southall. O assassinato ocorreu por volta das 8 horas da manhã. Elton deu entrada no hospital quase duas horas depois. Não é a primeira vez que a Brigada Militar usa de truculência durante reintegrações de posse, aliás, a violência contra os movimentos sociais instaurada desde o início do Governo Yeda denota opção clara por tratar as questões sociais, como a Reforma Agrária, como caso de polícia.
“Eu não estava tão próximo no momento dos tiros porque a gente se dividiu em dois grupos. Quando Elton foi atingido, ele estava na frente da trincheira e a cavalaria da Brigada entrou por trás, eram cerca de 80 deles, com espadas. A ação foi muito violenta, tem companheiro nosso com a perna cortada por espada. Quando eu ouvi os disparos, a gente tentou ver o que tinha acontecido, mas foi formado um cordão ao redor pelo batalhão. Nós não podíamos nem abrir os olhos, todos no chão, e eles continuavam batendo. Isso durou uns vinte minutos. Bombas de gás foram jogadas nas crianças, que estavam em grupo que tentávamos proteger. Depois que tudo acalmou, deixaram que nós entrássemos de 10 em 10 pessoas para recolher colchões e coisas do género. Foi aí que vimos que, onde aconteceram os tiros, havia uma lona preta, com muito sangue em baixo”. O relato é de Rodrigo Escobar, militante do MST, que esteve na ação em São Gabriel. Escobar contou que muitas crianças foram levadas ao hospital e que os números de feridos divulgados pela imprensa durante o dia não são nem uma pequena amostra do que aconteceu na Fazenda Southall.
“Eu não estava tão próximo no momento dos tiros porque a gente se dividiu em dois grupos. Quando Elton foi atingido, ele estava na frente da trincheira e a cavalaria da Brigada entrou por trás, eram cerca de 80 deles, com espadas. A ação foi muito violenta, tem companheiro nosso com a perna cortada por espada. Quando eu ouvi os disparos, a gente tentou ver o que tinha acontecido, mas foi formado um cordão ao redor pelo batalhão. Nós não podíamos nem abrir os olhos, todos no chão, e eles continuavam batendo. Isso durou uns vinte minutos. Bombas de gás foram jogadas nas crianças, que estavam em grupo que tentávamos proteger. Depois que tudo acalmou, deixaram que nós entrássemos de 10 em 10 pessoas para recolher colchões e coisas do género. Foi aí que vimos que, onde aconteceram os tiros, havia uma lona preta, com muito sangue em baixo”. O relato é de Rodrigo Escobar, militante do MST, que esteve na ação em São Gabriel. Escobar contou que muitas crianças foram levadas ao hospital e que os números de feridos divulgados pela imprensa durante o dia não são nem uma pequena amostra do que aconteceu na Fazenda Southall.
Quase duas horas depois, Brum chegou sem vida ao Hospital Santa Casa de Caridade, por volta das 9h40min da manhã. Uma mulher e uma criança também ficaram feridas no confronto. Nas primeiras horas da manhã, as informações repassadas à imprensa pela Brigada Militar atribuíam a morte de Brum a um mal súbito. O assassinato só foi confirmado na metade da manhã. O ex-ouvidor agrário do Governo Yeda e também ex-ouvidor da Segurança Pública, Adão Paiani, disse que o sem-terra Brum foi morto pela Brigada Militar. Paiani relatou que foi procurado, na condição de ex-ouvidor da segurança pública, por um oficial da BM que assistiu à desocupação da fazenda. Esse oficial teria relatado que o manifestante foi morto durante discussão com um oficial da BM que atua na região da Fronteira. Brum teria dito alguns palavrões para o oficial, que revidou com um tiro de espingarda.
Lisiane Vilagrande, promotora de São Gabriel, acompanhou a ação da Brigada durante a desocupação desde as 5h da manhã desta sexta-feira. Segundo ela, a ação “foi extremamente profissional. Em momento nenhum eu senti alguma tensão ou nervosismo por parte dos policias militares que executavam a ação. Foi tudo muito rápido”.
(Transcrito de "Carta Maior")
O condenável currículo desta fazenda Southall, em intimidações e agressões, é extenso. A observação da foto, e um conhecimento mínimo do tipo de arma e da munição usada, chegam para constatarmos tratar-se de um tiro a curta distância (não mais que 5/6 metros, no máximo), o que denuncia o propósito de matar - melhor, de assassinar legalmente.
Em todo o mundo, a luta pela Reforma Agrária vem cobrando um preço demasiadamente elevado em agressões, crimes impunes, vidas ceifadas, pelas forças policiais às ordens dos interesses dos latifundiários e a mando dos governos que os servem. Neste caso, trata-se de mais uma vítima entre aqueles trabalhadores agrícolas que no Brasil lutam por uma das mais justas e universais palavras de ordem dos explorados: "A Terra a Quem a Trabalha".
A justificar a denúncia e a solidariedade de todos os verdadeiros democratas para com a vítima e os seus companheiros de luta.
1 comentário:
O atual governo direitista do Estado do Rio Grande do Sul ,na região sul do Brasil além de uma má gestão e envolvido em esquemas de corrupção ate o pescoço tem adotado ações covardes e violentas contra movimentos sociais.E entre esses os movimentos sociais o mais atingido é o MST.
No estado os governistas estão isolados ,ate mesmo movimentos sociais de centro esguerda são oposições na admistração fascistas da governadora Yeda.
Mas não é so no estado RioGrandese que isso acontece ,sempre quando os movimentos socias no Brasil se organiza e fortalece atitudes ate piores que essa são colocados em pratica pelo estado, que continua burgues mesmo após a vitória de um sindicalista, e também a mando é claro das eleites agrarias e urbanas ,no caso especifico dos latifundiarios que mantem terras ilegais e improdutivas.
A midia privada, golpista, também contribui criminalizando os movimentos socias criando falsas ideias sobre o poder de organização social quando as elites que ela defendem e que a sustetentam, sentem ameaçadas pela extinção de seus previlegios futies e também pelo fim de seu poder de exploração..
Companheiro que nos deixou nem um mimuto de silencio toda uma vida de luta.
ABS!
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