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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Grande adesão à Greve Geral em França!


Algumas informações colhidas nos serviços noticiosos de hoje que confirmam o grande êxito da Greve Geral de hoje em França, com uma forte e importante radicalização da luta dos trabalhadores franceses, em particular a grande participação da juventude trabalhadora. Na Europa da UE e dos monopólios a luta intensifica-se!

Os sindicatos convocaram para hoje aquela que é a quarta greve geral contra o adiamento da idade de entrada na reforma, dos 60 para os 62 anos de idade.
A paralisação que poderá ser reconduzida nos próximos dias, afecta transportes, função pública, portos, sector energético e telecomunicações.
Nos aeroportos de Paris, mais de 30% dos voos foram cancelados e a rede ferroviária encontra-se quase paralisada a nível nacional, embora as ligações internacionais tenham sido pouco afectadas.
Para uma passageira, “esta é a única oportunidade que temos para protestar, é agora ou nunca, se queremos manter a idade da reforma nos 60 anos”.
Segundo os sindicatos, a adesão na função pública rondava os 30%, esta manhã. Em Paris, a maioria dos transportes públicos não circulavam.
Com os parisienses rendidos à bicicleta como alternativa, o governo inquieta-se com as consequências da greve dos portos e refinarias de petróleo.
Um protesto que poderá provocar uma penúria de combustíveis nos próximos dias.
Agencia EFE – Há 5 horas

Paris, 12 out (EFE).- O protesto contra o adiamento da idade mínima de aposentadoria na França ganhou adeptos no sexto dia de greve geral convocada pelos sindicatos que, graças ao apoio que vêm recebendo, ameaçaram radicalizar o movimento através de paralisações por tempo indeterminado.
Segundo dados dos sindicatos e do Governo, as manifestações desta terça-feira já contam com mais pessoas que as de 23 de setembro.
As manifestações receberam o reforço de milhares de estudantes, convocados por organizações estudantis para apoiar o movimento sindical, o que o Governo tentava evitar.
Os quase 250 protestos convocados para hoje contaram com mais de 3,5 milhões de manifestantes, 20% a mais que no último dia 23, segundo os sindicatos.
Por sua vez, o Governo contabilizou 1,23 milhão de pessoas, número também superior ao do mês passado, quando o Executivo calculou que menos de um milhão de manifestantes foram às ruas protestar.
De qualquer forma, os protestos de hoje mostraram que o movimento não perdeu força, como afirmava o Governo, convencido de que a votação da reforma no Senado esgotaria os opositores.
A mobilização ameaça crescer e se radicalizar, em forma de greves por tempo indeterminado, para tentar obter o sucesso de 1995, quando o então primeiro-ministro, Alain Juppé, teve que voltar atrás em seu projeto de reforma da previdência diante a pressão dos trabalhadores.
Os primeiros a se declararem a favor da radicalização do movimento foram os funcionários de empresas de transportes de Paris, majoritariamente favoráveis ao prolongamento da greve.
Os sindicatos que se reuniram hoje decidiram, por unanimidade, manter a greve, enquanto outros se reunirão amanhã para debater o assunto.
A empresa responsável pelos trens afirmou que apenas metade do serviço funcionará amanhã.
Nas refinarias de petróleo, onde a greve teve grande adesão, também há chamadas para uma paralisação por tempo indeterminado, o que pode prejudicar o abastecimento de combustível.
Os líderes sindicais se reunirão amanhã para discutir a continuidade dos protestos, encontro que pode acabar com sua unidade, já que, enquanto uns são a favor de greves por tempo indeterminado, outros preferem manter apenas as manifestações.
Por enquanto, os sindicatos já podem se gabar de terem atraído a atenção dos jovens, que participaram em massa dos protestos de hoje.
Por sua vez, o Governo ressaltou que é uma "irresponsabilidade" apelar para a evasão escolar desses jovens, muitos menores de 15 anos.
Em 2006, a população francesa teve sucesso após ir às ruas protestar para que o Governo do então primeiro-ministro, Dominique de Villepin, retirasse seu projeto de contrato de trabalho para jovens.
Dessa vez, no entanto, o Executivo não demonstra que irá ceder e, apesar da intensificação dos protestos, o primeiro-ministro, François Fillon, reiterou sua "determinação" em adiar a idade mínima de aposentadoria de 60 a 62 anos, e de 65 a 67 o limite de idade para ter direito à aposentadoria integral, no caso dos que não atingiram o tempo de contribuição exigido.
Diante de deputados, o chefe do Governo afirmou que não voltará atrás porque sua reforma é "razoável e justa", pois traz "avanços sociais" e "é indispensável para financiar" o sistema de previdência.
"Na democracia, devemos respeitar a voz dos que protestam e fazem greve. Mas deve-se respeitar também o Parlamento, que representa o povo francês", afirmou Fillon.
Apesar de sua firmeza, o primeiro-ministro sabe que o avanço das manifestações contra o projeto do presidente francês, Nicolas Sarkozy, pode provocar uma crise no país.
Enquanto isso, a reforma segue avançando no Senado, onde deve ser votada na próxima sexta-feira.
No dia seguinte, os sindicatos esperam concentrar novamente milhões de franceses para pressionar o Executivo.
Uma nota final: atentemos na declaração do 1°. ministro francês, fazendo a habitual rábula de exigência de respeito pelas decisões votadas no Parlamento, uma frase típica dos políticos burgueses, apelando à obediência acarneirada perante as suas "democracias", quando são acuados pela firmeza e determinação dos trabalhadores em luta. Viva a luta dos trabalhadores franceses!

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