MÃE POBRE
(Carlos de Oliveira)
Terra Pátria serás nossa,
mais este sol que te cobre,
serás nossa,
mãe pobre de gente pobre.
O vento da nossa fúria
queime as searas roubadas;
e na noite dos ladrões
haja frio, morte e espadas.
Terra Pátria serás nossa
mais os vinhedos e os milhos,
serás nossa,
mãe que não esquece os filhos.
Com morte, espadas e frio,
se a vida te não remir,
faremos da nossa carne
as searas do porvir.
Terra Pátria serás nossa,
livre e descoberta enfim,
serás nossa,
ou este sangue o teu fim.
E se a loucura da sorte
assim nos quiser perder,
abre os teus braços de morte
e deixa-nos aquecer.
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