SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Testemunho/Vacina

Na aproximação da viragem do ano, em dias de quadra propícia às reflexões mais diversas, sobretudo de balanços sobre os passos da caminhada de cada um pelas estradas da vida, li um bonito e estimulante testemunho de uma comunista que aqui deixo à vossa consideração, para partilha com outros comunistas.
Trata-se de um testemunho pessoal, mas simultaneamente assume uma outra qualidade. Em tempos de exacerbação do anticomunismo, designadamente em Portugal e na Europa, activado tanto pelos neoliberais neofascistas como por sociais-democratas, socialistas, trabalhistas, todos já enfileirados para comerem no "prato de lentilhas", este testemunho pessoal adquire uma nova qualidade - a de vacina. Vacina contra este vírus que corrói as mentes e as enfraquece perante a violenta ofensiva ideológica dos representantes e instrumentos políticos do capital, socavando a força e a determinação dos democratas em geral e dos comunistas em particular - estes, o seu alvo prioritário - fazendo-os recuar, temer perante o futuro, desacreditar nas imensas e inesgotáveis energias transformadoras e revolucionárias existentes na classe operária e no seio do povo.

"Há completos trinta anos algo em minha vida mudou. Esta mudança era insuspeita para aquela menina de dezoito anos iniciando uma vida independente, cheia de sonhos e receios.
Foi em 1984 que, somado ao descortinar de um mundo muito maior do que o experimentado até então, entrou em minha vida algo que a transformou sem volta.
Nestes anos muitas dificuldades, dúvidas e questionamentos, nada menos que permanentes, sobre o caminho pessoal e coletivo e também algumas perdas -- sacrifícios de inocência.
No entanto, para além das vitórias e contentamentos que esta vida também traz, sempre que consulto meu peito lá encontro a mesma alegria, o mesmo entusiasmo, a mesma convicção.
Pois é, há trinta anos encontrei forma de satisfazer a intrínseca necessidade humana de transcender, fazer da minha existência algo para além de si própria e dela me alimento cada dia de forma mais madura, sabendo que sempre haverá ainda tanto por fazer, tanto ainda por aprender.
São anos que tenho a agradecer a tantos companheiros, deste e de outro país, -- tantos que vieram antes, todos os que virão depois, porque estou convicta que partilhar é a única e verdadeira forma de ser uno.
No ano em que o povo brasileiro deu voz ao sonho de liberdade eu, depois de meses de debates (muitas vezes acalorados), leituras, participação em lutas históricas, decidi abraçar o Marxismo-leninismo e ingressar nas fileiras do Partido Comunista do Brasil. Anos mais tarde também no Partido Comunista Português, onde pude aprender tanto e, principalmente, reaprender coisas essenciais.
Tornei-me comunista, e isto tem para mim um significado imperecível. Desde então encontrei esta forma de exercer um intenso amor, não importa o quão dura e desigual seja a luta. Desde então sinto-me mais um daqueles que são os portadores do amanhecer de um mundo novo, justo e comum.
Obrigada a todos os meus camaradas, com quem tanto aprendi e ainda aprendo.
Em 2015, e em todos os anos que virão, estou certa, um pedaço a mais do sonho humano de felicidade virá da nossa luta."
 
Aos comunistas e aos revolucionários, esperam-nos sempre tempos novos e um caminho eriçado de escolhos e obstáculos poderosos. No combate, temos que permanecer firmes no posto que cada um de nós ocupa, neste lado da trincheira que combate pela plena libertação de todos os humanos das grilhetas do capitalismo.
Rechaçando os ataques do inimigo de classe, temos o dever de desmascarar as suas manobras e cantos de sereia, afirmando os nossos propósitos e o nosso ideal com sereno orgulho, expondo aos outros trabalhadores a meta e o caminho do Socialismo e ajudando-os cada dia, persistentemente e sem desânimo, a elevarem a sua consciência de classe e a transformarem-se em novos militantes pela causa imorredoura do Comunismo. 
Naturalmente, sempre convictos e focados numa verdade simples mas que por vezes fica esquecida: a principal e decisiva tarefa dos revolucionários é, obviamente, fazer a revolução! 
 
 

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