Infra-estrutura e Super-estrutura.
A observação atenta e o estudo de uma estrutura sócio-política, a maneira como os humanos se organizam e produzem, garantindo os meios de existência e as formas de os administrar, constitui a primeira condição para estabelecer a linha política e a "ordem de batalha" de todos quantos nos reclamamos comunistas, de todos quantos agem para transformar a realidade por métodos e vias revolucionárias.
Assim, falamos frequentemente nas "condições objectivas", associando este conceito àquilo que os clássicos designaram como "infraestrutura" ou base material, económica de uma sociedade, base objectiva esta que exerce uma influência directa na "super-estrutura", ou seja, nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época considerada, conjunto ao qual associamos o conceito das chamadas "condições subjectivas".
Nas sociedades divididas em várias classes sociais, desde e segundo Marx, sabemos que tal base material é formada pelas forças produtivas (que são as ferramentas, as máquinas, as técnicas, tudo aquilo que permite a produção) e por relações de produção (relações de classe entre os que são proprietários dos meios de produção - as terras, as matérias primas, as máquinas - e aqueles que possuem apenas a força de trabalho, comprada-vendida como qualquer outra mercadoria, força de trabalho que, simultaneamente, tudo transforma no processo da criação de riqueza e cria essa nova categoria económica, a mais-valia).
Já aqui neste espaço se discutiu a questão-chave da "correlação de forças". Não se trata de agora voltar ao tema, aliás já bastante desenvolvido em três posts anteriores (http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/05/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo.html, http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/06/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo.html e http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/06/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo_19.HTML
Na actualidade, volta a colocar-se como uma exigência fundamental para todos os marxistas-leninistas sabermos discernir, na avaliação da situação existente, aquilo que são os "afloramentos" mediáticos da "superestrutura", a encenação da teatralização política na Assembleia da República, o teatrinho de marionetes montado agora pelo PS, a mistificação permanente, constante, insidiosa, brutal, descaradamente protagonizada por todos os "actores" contratados que integram a "mise-en-cene" montada para nos ocultar os movimentos sociais verdadeiros, profundos, efectivos; numa palavra, sabermos discernir as pantominices de um regime putrefacto e esgotado das aspirações e estados de espírito das massas populares que, estas sim, vão moldando verdadeiramente a evolução constante da correlação das forças de classe em confronto, evitando assim tomarmos a nuvem por Juno.
Já aqui neste espaço se discutiu a questão-chave da "correlação de forças". Não se trata de agora voltar ao tema, aliás já bastante desenvolvido em três posts anteriores (http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/05/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo.html, http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/06/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo.html e http://oassaltoaoceu.blogspot.pt/2010/06/correlacao-de-forcas-e-luta-actual-pelo_19.HTML
Na actualidade, volta a colocar-se como uma exigência fundamental para todos os marxistas-leninistas sabermos discernir, na avaliação da situação existente, aquilo que são os "afloramentos" mediáticos da "superestrutura", a encenação da teatralização política na Assembleia da República, o teatrinho de marionetes montado agora pelo PS, a mistificação permanente, constante, insidiosa, brutal, descaradamente protagonizada por todos os "actores" contratados que integram a "mise-en-cene" montada para nos ocultar os movimentos sociais verdadeiros, profundos, efectivos; numa palavra, sabermos discernir as pantominices de um regime putrefacto e esgotado das aspirações e estados de espírito das massas populares que, estas sim, vão moldando verdadeiramente a evolução constante da correlação das forças de classe em confronto, evitando assim tomarmos a nuvem por Juno.
As principais marionetas partidárias - PS, PSD, CDS -, que constituem o "arco da governança/lambança", estão enfrentando crescentes dificuldades para cumprirem as suas tarefas/obrigações de assalariados ao serviço do grande capital.
A recente derrota eleitoral de uns e a fífia vitória de outros, a par do crescimento "dos comunistas" e do ocaso da muleta BE, lançou a aflição e a agitação nas suas hostes, fazendo-os tornarem-se mais descarados e agressivos.
Do lado do governo e dos partidos que o integram, a par dos ataques aos juízes do TC - ataques que vão surtindo efeitos crescentes, pela cedência dos juízes às chantagens/ordens praticadas - intensificando a campanha ideológica das inevitabilidades, reeditando subliminares - alguns nem tanto, vejam-se os piropos trocados entre Rui Rio e António Costa - convites à "aliança de regime" entre aqueles três partidos do grande capital.
Do lado do PS, depois de o Seguro vir propor, em fuga para a frente e pela direita (claro!), a redução do nº de deputados na AR e a implementação dos círculos uninominais (objectivos anti-democráticos de há muito caros à direita, tanto ao PS como ao PSD), perante o repto do seu putativo correligionário António Costa, novo "homem de turno" do grande capital, veio com a "americanice" tirada da cartola das primárias do PS abertas aos simpatizantes socialistas, "para escolha do futuro 1º ministro" (?!), enquanto o Costa, um comprovado anticomunista em tudo o que faz e diz, tanto quando foi deputado como quando foi membro do governo PS, tanto como presidente da C.M.L., vem aliciando alguns "esquerdo-social-democratas" com o lançamento de novas plataformas da "esquerda plural", claramente dirigidas às formações de conteúdo pequeno-burguês das várias correntes desavindas do BE, todos eles já se perfilando na grelha de partida para um tachozinho num futuro governo PS...
Enfim, vai aí um grande frenesim naquele lado da barricada, afinal todos "farinha do mesmo saco", ainda que com mais ou menos sêmolas. Coisas da luta de classes...
Olhar as massas, ouvir as massas, apontar-lhes o caminho certo!
Entretanto, qualquer pessoa que contacte, conviva e observe as realidades e as difíceis condições de vida das massas populares, constata o enorme descontentamento e repulsa pelas situações e esbulhos que nos estão a ser impostos pela força. Exceptuando aqueles que directa ou indirectamente "mamam" ou são beneficiários da actual gestão do "pote", não se encontra ninguém que erga um dedo em defesa do actual estado a que se chegou. Logo que a conversação aborda temas da realidade, do trabalho, dos preços no supermercado, da escola dos mais jovens, da produção industrial, agrícola, da pesca, da pecuária, da roubalheira autorizada nos combustíveis, na electricidade, nas telecomunicações, etc, logo as pontes e os acordos entre as pessoas do povo surgem naturais, espontâneos. Mas muito mais é necessário conhecer, ouvir, ver, compreender, sobretudo para sabermos organizar as formas, as vias, os meios de acção tornados indispensáveis à viragem e à ruptura verdadeiramente popular e democrática de que o país necessita e o nosso povo ambiciona. Aceitar "ver" o povo e o país pelos olhos daqueles que o exploram, traem e humilham, é uma forma particular mas grave de traição, cujas consequências podem tornar-se irreparáveis.
As possibilidades e as disponibilidades de meios e de tempo para a acção dos revolucionários não são ilimitadas ou elásticas. Em cada dia, em cada lugar, em cada oportunidade de contacto e diálogo, é uma prioridade absoluta estarmos onde está o povo, os trabalhadores, as camadas atingidas pela devastação metodicamente aplicada pelo grande capital e pelos seus actores políticos. Devemos repelir energicamente as tentações de nos deixarmos envolver (seduzir, nalguns casos) pela teatralização política, pelo que disse ou não disse tal ou tal figurão, político do sistema, comentador, pseudo-jornalista televisivo, personagem de topo do imperialismo estadunidense ou europeu. Estarmos razoavelmente informados sobre o que nos querem impingir nos mídia, acompanharmos o melhor possível a marcha dos acontecimentos no país e no mundo, é-nos necessário, indispensável. Mas esgotarmos o nosso tempo e as nossas disponibilidades revolucionárias com os "fait divers", com discussões em círculo fechado, ouvindo-nos quase que só a nós próprios, transformando reuniões de trabalho político em marcações de agendas, esvaziando-as da análise e da discussão das realidades e aspirações populares, do que vemos e ouvimos aos que nos rodeiam, transforma-nos em burocratas. E as nossas prioridades não estão na agenda mediática imposta, na resposta limitada e tantas vezes estéril ao que disse o nosso adversário no canal x ou y da televisão. A nossa agenda devemos ser nós a determiná-la e a realizá-la! E na nossa agenda a principal atenção deve estar sempre orientada para o povo, para os explorados, com eles conhecendo mais, com eles aprendendo, com eles construindo o futuro.
O apelo para que vamos pelo pântano - de que já nos falava Lenine - por parte daqueles que traem os interesses populares, é constante, habilidoso, elaborado e muito bem pago pelo capital. Contrariamente ao José Régio, na parte final do seu conhecido e politicamente infeliz poema, nós sabemos "por onde" vamos, nós sabemos "para onde" vamos - e sabemos também que, por esse caminho sujo e pantanoso, por esse caminho colaboracionista com o "status quo", por essa via da encenação política alienante - nós "não vamos por aí!"
Do lado do governo e dos partidos que o integram, a par dos ataques aos juízes do TC - ataques que vão surtindo efeitos crescentes, pela cedência dos juízes às chantagens/ordens praticadas - intensificando a campanha ideológica das inevitabilidades, reeditando subliminares - alguns nem tanto, vejam-se os piropos trocados entre Rui Rio e António Costa - convites à "aliança de regime" entre aqueles três partidos do grande capital.
Do lado do PS, depois de o Seguro vir propor, em fuga para a frente e pela direita (claro!), a redução do nº de deputados na AR e a implementação dos círculos uninominais (objectivos anti-democráticos de há muito caros à direita, tanto ao PS como ao PSD), perante o repto do seu putativo correligionário António Costa, novo "homem de turno" do grande capital, veio com a "americanice" tirada da cartola das primárias do PS abertas aos simpatizantes socialistas, "para escolha do futuro 1º ministro" (?!), enquanto o Costa, um comprovado anticomunista em tudo o que faz e diz, tanto quando foi deputado como quando foi membro do governo PS, tanto como presidente da C.M.L., vem aliciando alguns "esquerdo-social-democratas" com o lançamento de novas plataformas da "esquerda plural", claramente dirigidas às formações de conteúdo pequeno-burguês das várias correntes desavindas do BE, todos eles já se perfilando na grelha de partida para um tachozinho num futuro governo PS...
Enfim, vai aí um grande frenesim naquele lado da barricada, afinal todos "farinha do mesmo saco", ainda que com mais ou menos sêmolas. Coisas da luta de classes...
Olhar as massas, ouvir as massas, apontar-lhes o caminho certo!
Entretanto, qualquer pessoa que contacte, conviva e observe as realidades e as difíceis condições de vida das massas populares, constata o enorme descontentamento e repulsa pelas situações e esbulhos que nos estão a ser impostos pela força. Exceptuando aqueles que directa ou indirectamente "mamam" ou são beneficiários da actual gestão do "pote", não se encontra ninguém que erga um dedo em defesa do actual estado a que se chegou. Logo que a conversação aborda temas da realidade, do trabalho, dos preços no supermercado, da escola dos mais jovens, da produção industrial, agrícola, da pesca, da pecuária, da roubalheira autorizada nos combustíveis, na electricidade, nas telecomunicações, etc, logo as pontes e os acordos entre as pessoas do povo surgem naturais, espontâneos. Mas muito mais é necessário conhecer, ouvir, ver, compreender, sobretudo para sabermos organizar as formas, as vias, os meios de acção tornados indispensáveis à viragem e à ruptura verdadeiramente popular e democrática de que o país necessita e o nosso povo ambiciona. Aceitar "ver" o povo e o país pelos olhos daqueles que o exploram, traem e humilham, é uma forma particular mas grave de traição, cujas consequências podem tornar-se irreparáveis.
As possibilidades e as disponibilidades de meios e de tempo para a acção dos revolucionários não são ilimitadas ou elásticas. Em cada dia, em cada lugar, em cada oportunidade de contacto e diálogo, é uma prioridade absoluta estarmos onde está o povo, os trabalhadores, as camadas atingidas pela devastação metodicamente aplicada pelo grande capital e pelos seus actores políticos. Devemos repelir energicamente as tentações de nos deixarmos envolver (seduzir, nalguns casos) pela teatralização política, pelo que disse ou não disse tal ou tal figurão, político do sistema, comentador, pseudo-jornalista televisivo, personagem de topo do imperialismo estadunidense ou europeu. Estarmos razoavelmente informados sobre o que nos querem impingir nos mídia, acompanharmos o melhor possível a marcha dos acontecimentos no país e no mundo, é-nos necessário, indispensável. Mas esgotarmos o nosso tempo e as nossas disponibilidades revolucionárias com os "fait divers", com discussões em círculo fechado, ouvindo-nos quase que só a nós próprios, transformando reuniões de trabalho político em marcações de agendas, esvaziando-as da análise e da discussão das realidades e aspirações populares, do que vemos e ouvimos aos que nos rodeiam, transforma-nos em burocratas. E as nossas prioridades não estão na agenda mediática imposta, na resposta limitada e tantas vezes estéril ao que disse o nosso adversário no canal x ou y da televisão. A nossa agenda devemos ser nós a determiná-la e a realizá-la! E na nossa agenda a principal atenção deve estar sempre orientada para o povo, para os explorados, com eles conhecendo mais, com eles aprendendo, com eles construindo o futuro.
O apelo para que vamos pelo pântano - de que já nos falava Lenine - por parte daqueles que traem os interesses populares, é constante, habilidoso, elaborado e muito bem pago pelo capital. Contrariamente ao José Régio, na parte final do seu conhecido e politicamente infeliz poema, nós sabemos "por onde" vamos, nós sabemos "para onde" vamos - e sabemos também que, por esse caminho sujo e pantanoso, por esse caminho colaboracionista com o "status quo", por essa via da encenação política alienante - nós "não vamos por aí!"
1 comentário:
lI E VOU POR AÍ.
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