SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Os Povos Acusam: Terroristas!

Há dias, numa caixa de comentários, a propósito dos últimos desenvolvimentos da "crise"/versão doméstica e as suas dramáticas consequências sociais, foram publicadas as duas opiniões que abaixo se transcrevem e que sintetizam bem numerosas outras avaliações cidadãs àcerca das duas faces dessa mesma moeda:

"É uma evidência que a bolha em obrigações que nada valem está (mais uma vez) prestes a rebentar. É uma evidência que os países "subprime" são a forma mais rentável de ir mantendo os lucros e evitar o colapso. Existe uma enorme neblina à volta disto, mas não querer saber ou negar, além de delírio é suicídio"

"Começa a vir ao de cima. Mas o mais grave é o que nem aqui, ainda, foi dito. É um problema simples, com uma solução macabra. Os recursos não chegam para todos. Portanto quem realmente domina, está a assegurar que chega para si, e para quem lhe convém. Os outros, estão a mais..."

São considerações certeiras. Quanto à situação vivida actualmente pelos portugueses, em resultado da política de um poder troikiano social-terrorista e genocida, tornaram-se espantosamente vulgares e comuns tiradas de personagens do "arco governativo" como a da madame Ferreira Leite, preconizando que, a partir dos setenta anos, quem necessitar de hemodiálise que a pague - traduzido, significa que, se não possui recursos para o fazer, que morra p'rái! Significativamente, o espécime de avantesma que se intitula ministro(!) da Economia(!!!), dois dias após, vem debitar uma "peça" que lhe escreveram, defendendo que os pastéis de Belém deviam internacionalizar-se como a Mac'Donalds (o mentecapto acaso ignorará o ridículo que constitui tal comparação?), como solução para o acelerado afundamento económico do país, entremeando esgares de bacoco risível com olhinhos odientos de menino do papá aterrorizado mas neonazi. O criminoso cortejo de medidas de roubos social-terroristas, praticadas pela política de classe governamental apoiada pela troika interna, PS/PSD/CDS é já interminável: roubo de pensões e salários, cortes de prestações sociais dos mais vulneráveis no fim da escala social, aumentos brutais nos impostos indirectos e na alimentação, aumentos galopantes nas tarifas de serviços tornados indispensáveis - electricidade, combustíveis, telecomunicações, transportes -, imposição de aumentos verdadeiramente genocidas nas taxas do S.N.S., nova legislação para os arrendamentos de casas, condenando ao despejo expedito as famílias mais pobres e idosas, o apagão abrupto do sinal analógico de televisão, deixando sem tv milhares de famílias pobres, etc, etc. Na legislação do trabalho, intensificam a ofensiva, apoiados pelos amarelos nas reuniões da "Concertação" Social, querendo liquidar o actual direito a férias, ao descanso aos sábados, aos feriados - significativo: o feriado do 5 de Outubro, da implantação da República, nem os fascistas ao longo de quarenta e oito anos liquidaram...! -, às horas extra pagas, ao recebimento de subsídio de desemprego,etc. 
Em síntese, às ordens da troika externa, CE/BCE/FMI - capitaneada pela dupla gangsteriana Merkel-Sarkozy - e por decisão própria, ideológica, visando rasurar e enterrar definitivamente o pouco que ainda resistiu até agora das conquistas e transformações democrato-populares do nosso 25 de Abril, o governo hoje de turno está em campanha permanente, agredindo violentamente os trabalhadores, os reformados, as camadas mais pobres e fragilizadas, os idosos. Numa única mas apropriada palavra, o governo de Portugal conduz uma campanha terrorista, com propósitos claramente genocidas, contra o próprio povo português.

Paralelamente, no plano internacional, nos últimos dias assistimos a desenvolvimentos exponenciais do carácter agressivo e criminoso do imperialismo e do terrorismo neofascista de Estado, bem espelhados em vários factos que têm chegado à imprensa mundial. No Afeganistão, militares "made in USA" são filmados urinando sobre os cadáveres de militantes nacionalistas afegãos; no Irão, é assassinado à bomba um cientista nuclear iraniano, pela dupla assassina CIA/Mossad; na base imperialista de Guantánamo prosseguem as detenções ilegais de cidadãos aprisionados em qualquer país, transportados ilegalmente através do globo, torturados e violentados física e psiquicamente; prosseguem os ataques a populações civis inteiras, com recurso aos "drones", aeronaves teleguiadas altamente sofisticadas e caras; provas testemunhais gravadas revelam actividades de recrutamento de agentes terroristas pela CIA e outros serviços secretos "ocidentais", em vários países (Iraque, Afeganistão, Paquistão, Índia, etc); enquanto tudo isto ocorre, o eixo imperialista EUA/UE/NATO planeia a guerra contra o Irão, contra a Síria e contra outros países, aproximando-nos perigosamente de uma confrontação militar internacional de proporções dantescas, pela entrada provável no conflito da Rússia e da China. Entretanto, factos internos nacionais difundidos pelos orgãos de comunicação são reveladores da degradação social crescente: em África, nomeadamente no Sudão, morrem diariamente à fome milhares de seres humanos, nomeadamente os mais desprotegidos, mulheres e crianças; na Grécia, mães e pais impossibilitados já de proverem à alimentação e sustentação básica dos seus filhos, entregam-nos à guarda de instituições caritativas às centenas, sofrendo assim dores morais e afectivas inenarráveis; imagens de ruína, fome, miséria, crescente marginalidade social, chegam-nos diariamente de países tão distantes quanto europeus, asiáticos, africanos, sul-americanos, norte-americanos, revelando um processo imparável e generalizado de regressão civilizacional.  Os exemplos são tantos que seria exaustivo mencioná-los todos, mas tendo por denominador comum a mesma causa: uma degenerescência social-terrorista dos regimes políticos enfeudados ao comando global das potências imperialistas.

O terrorismo, nas suas múltiplas dimensões imperialistas - terrorismo económico, terrorismo social, terrorismo cultural, terrorismo político, terrorismo militar - é hoje a prática de governação predominante do capitalismo mundial. Regimes de democracia burguesa degeneram em sistemas de dominação proto-fascista, nalguns casos com óbvios traços de genocídio neonazi. Os conceitos, e as palavras que os traduzem, são violentos, brutais mesmo, mas são dolorosamente reais. Não há outra designação para as práticas desapiedadas e terroristas; são isto mesmo, terrorismo.
O nosso futuro colectivo, um futuro incrivelmente próximo, disputa-se hoje renhidamente  entre os democratas e os patriotas e os neoliberais de vocação neofascista. Um futuro que irá decidir-se entre uma democracia para os tempos actuais, construída pelo poder político das classes laboriosas, organizadas em Estados democrático-populares que assegurem as várias dimensões da Democracia - política, económica, social, cultural, nacional e patriótica -, e um neofascismo articulado por Estados repressivos das liberdades, aplicando políticas terroristas de dominação dos trabalhadores e dos povos que, inteira e exclusivamente ao serviço do grande capital monopolista, reduzam os assalariados à condição de escravos do século XXI e façam retroceder os parâmetros civilizacionais aos mais atrasados do principio do século anterior.
A luta, a luta social e política de trabalhadores e de populações laboriosas, aliadas a outras camadas específicas e igualmente anti-monopolistas, tornou-se inevitável - irrecusável, sem alternativa e urgente -, com uma urgência que está em conexão dialéctica com a acelerada marcha para o abismo que persegue o seu comum inimigo de classe. Estamos no tempo de lutar pela viragem e pela derrota dos planos, práticas e propósitos criminosos do capitalismo imperialista. Hoje, é um combate de vida ou de morte, para cada um de nós e simultâneamente para a Humanidade. A equação é:    Democracia/Liberdade, "versus"Terrorismo/Neofascismo. Que se desiludam todos quantos ainda alimentam e difundem a crença - cega para a realidade - que pudesse ser possível conter a besta capitalista-imperialista e transitar para regimes de um "capitalismo bom", humano, respeitador dos direitos humanos, saudosista. A marcha da História não se detém: ou a direccionamos para o progresso social e para novos avanços civilizacionais - para o Socialismo - ou ela rodará para o abismo de um novo período de barbárie e desumanidades. O tempo, a hora é de agirmos. Cumpramos o nosso dever cívico e revolucionário, apontando aos trabalhadores e aos povos o caminho justo, o caminho certo, desmascarando e derrotando os propósitos do capitalismo imperial terrorista e dos seus executantes de serviço - governos, forças e formações proto-fascistas, sectores colaboracionistas e quintas-colunas infiltradas nos movimentos operários e nos partidos operários e comunistas.
A luta vai ser muito dura, muito complexa, muito exigente, sem tréguas, da máxima urgência. E também exaltante, pela convicção e alegria revolucionárias e pela nossa comum determinação de legarmos aos nossos filhos e netos um mundo novo, livre das chagas e pestilências da exploração, liberto da opressão humilhante da canga imperialista, livre das guerras e com a marca impressiva da fraternidade humana plenamente realizada.
Não à resignação, não ao conformismo, não às falsas contemporizações, não ao comodismo individualista e desistente. Sim à luta, sim à unidade de combate, sim à fraternal caminhada até à vitória dos trabalhadores, rumo à democracia e à liberdade dos nossos povos, rumo ao socialismo.