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sábado, 7 de novembro de 2009

"Todo o poder aos sovietes! Viva a revolução socialista!"


Sob esta consigna, lançada pelo partido de Lénine em Abril e retomada em Novembro de 1917, o proletariado russo era conclamado pelos bolcheviques a tomar nas suas mãos o poder político, expulsando o segundo governo provisório, um governo de conciliação e traição constituído em Julho, sob a direcção de Kerensky, colocando este em fuga, para os EUA. Com a insurreição dirigida pela classe operária russa, que tomou de assalto os orgãos do poder burguês, iniciava-se, faz hoje, dia 7/Nov°, 92 anos, a primeira revolução socialista vitoriosa na história da Humanidade. Acontecimento maior na história mundial, teve profundas repercussões em todos os aspectos da organização e dos objectivos das sociedades humanas até aí existentes, originando enormes transformações políticas, sociais e culturais em todos os povos e países do mundo e iniciando uma nova época - a época da passagem do sistema capitalista, explorador e opressor, a uma nova sociedade, libertadora das forças do trabalho e, pela primeira vez, dirigida pelos próprios explorados - a sociedade socialista.
A velha Rússia czarista, semi-feudal e atrasada, irmanada às restantes nacionalidades, transformou-se na União Soviética, uma união de repúblicas socialistas que atingiram os mais altos graus de desenvolvimento económico e civilizacional, na ciência, na saúde, na educação, nas conquistas sociais, na cultura. Por exemplo, os salários reais atingiram valores sem paralelo no mundo capitalista - cerca de 15% dos salários pagavam as despesas com habitação, incluídos os abastecimentos de água, gás, electricidade! - com o trabalhador usufruindo, de facto, de inúmeros direitos políticos, sociais, culturais. Estas grandiosas conquistas acabaram provocando, pela comparação que os trabalhadores em todo o mundo puderam fazer consigo próprios, grandes lutas reivindicativas que arrancaram ao capital conquistas laborais e avanços sociais históricos.
O exemplo revolucionário dos comunistas russos alastrou a outros países e povos, estalaram outras revoluções. Graças à capacidade industrial e militar da U. Soviética e ao sacrifício inaudito dos seus povos, a II Guerra Mundial terminou com a derrota do nazi-fascismo, não obstante o incomensurável preço pago, em vidas humanas - vinte milhões de mortos - e na colossal destruição das suas estruturas económicas. Novos países socialistas emergiram, na Europa, na Ásia, na América Latina. Os trabalhadores e os povos do mundo inteiro passaram a contar com o apoio e suporte dos países socialistas - sobretudo da União Soviética - para as suas próprias lutas de emancipação social e política. Os movimentos de libertação nacionais das antigas colónias, apoiados pela solidariedade dos países socialistas, derrotaram as potências coloniais e tornaram-se países independentes e soberanos. A luta contra o imperialismo, pela paz e contra as guerras de agressão e ocupação imperialistas, adquiriram um vigor novo. O socialismo fez frente ao capitalismo e o mundo ficou mais equilibrado, abrindo espaço a novos e constantes avanços progressistas em inúmeros países.


Entretanto, este novo aniversário da Revolução de Outubro, sendo de comemoração e saudação aos revolucionários bolcheviques de 1917, deve ser igualmente um bom momento para reflectirmos sobre os acontecimentos históricos posteriores. Sobretudo a partir da segunda metade do século XX, muita coisa mudou na pátria de Lénine. A par do impetuoso desenvolvimento económico e científico, durante as décadas de cinquenta e sessenta, operaram-se transformações profundas no regime de democracia socialista, com modificações de sentido negativo no seu funcionamento e nas políticas do Estado soviético. Os ideais leninistas foram socavados por práticas de governo centralistas, reduzindo-se gradual e constantemente - excepto no curto período durante o qual Andropov foi Secretário-geral do PCUS - a participação democrática e popular na construção socialista, cavando-se um fosso crescente entre o exercício do poder e os trabalhadores. Concepções elitistas dos detentores dos aparelhos de governação, orientações e práticas políticas revisionistas, violações grosseiras ao ideal socialista, traições e deserções de alguns dos seus principais dirigentes, originaram um galopante processo de degradação política nos países socialistas da Europa que viria a culminar com as derrotas históricas das duas últimas décadas do século passado. Derrotas que operaram uma brutal viragem na correlação mundial de forças, abrindo espaço para a selvática época da globalização capitalista, sob as consignas do neo-liberalismo - afinal uma máscara política e ideológica para ocultar a real neo-fasciszação dos regimes capitalistas por todo o mundo, no âmbito da imposição pelo capital de uma nova ordem mundial totalitária.
Todavia, a 7 de Novembro de 1917 teve lugar uma revolução proletária: revolução, porque o poder político passou das mãos da classe que o detinha para as de uma outra classe; proletária, porque o poder foi assumido pelo proletariado e este, contrariamente a todas as anteriores revoluções, colocou como objectivo central a destruição do Estado burguês para no seu lugar edificar um Estado de novo tipo, Estado proletário (prosseguindo os primeiros passos, dados pelo operariado parisiense, em 1871, na Comuna de Paris), cujas características inteiramente novas permitiriam assegurar a repressão dos elementos burgueses e, simultâneamente, garantir aos operários a liberdade e a direcção política da revolução. Este novo Estado, tendo por base a constituição e funcionamento dos sovietes, nome russo dos conselhos/comissões de fábrica, de empresa e de bairro - depois alargados aos soldados e marinheiros e aos camponeses pobres - e que, após a tomada do poder à burguesia, se constituiram numa estrutura de governo de democracia participativa directa, a um tempo orgãos representativos e executivos, com ampla e activa participação democrática de massas, cujo conteúdo de classe iria permitir levar avante os seus propósitos revolucionários e transformadores.
Nessa época inicial, inovadora e criativa, segundo as palavras de Lénine “o Partido deve levar à prática as suas decisões pela via dos sovietes e nos marcos da Constituição soviética. O partido esforça-se por dirigir a actividade dos sovietes e não por suplantá-los.” O desvio a esta concepção essencial será, décadas depois, fatal para o socialismo.
Segundo alguns estudos, nos primeiros dez anos de poder soviético, 12,5 milhões de trabalhadores chegaram a participar como deputados eleitos nos sovietes. De 1924 a 1934, o número de deputados multiplicou-se por doze. Vigorava, de facto, a democracia participativa, com activo e permanente controle dos eleitos pelos eleitores, eleitos destituíveis a qualquer tempo; só nos sovietes urbanos russos, de 1931 a 1934, foram destituídos 18% dos seus deputados. A participação popular, desde a revolução, cresceu espectacularmente. No biénio de 1924-25 o número de eleitores foi de 37 milhões, com metade destes a participar nas reuniões preparatórias que antecediam as eleições e, passados dez anos, o número de eleitores subia para os 77,4 milhões.
Entretanto, na década de trinta, na sequência de um cerrado combate entre concepções opostas e facções no seio do partido bolchevique, é redigida uma nova constituição que, promulgada em 1936, veio alterar profundamente estas realidades democráticas. A democracia participativa cedeu o lugar à "democracia" representativa. Não obstante manterem o nome de sovietes, são extintos os antigos orgãos de poder com origem nas fábricas, nos locais de trabalho, nas organizações profissionais, nas comunidades camponesas pobres, nos bairros urbanos, sendo substituídos por orgãos representativos de base geográfica, com a adopção do método das eleições gerais, que vão passar a servir para eleger representantes distantes e menos conhecidos, eleitos que deixam de poder ser objecto de controle e de destituição. A vida política é "parlamentarizada", com os governantes progressivamente distanciados dos trabalhadores e do povo.
Parece também evidente que a militarização forçada da sociedade soviética, imposta pela crescente ameaça de invasão das ordas nazis de Hitler - que viria, de facto, a consumar-se em Junho de 1941 - decerto contribuiu para essa regressão do carácter amplamente democrático e avançado da democracia popular soviética que, após a guerra e nas décadas seguintes, não mais reassumiu o seu carácter transformador inicial, num processo continuado de deturpação do socialismo, agravado pelas resoluções oportunistas do XX Congresso do PCUS, sob a direcção de Kruchtchov, e concluído com Gorbatchov nos anos da falsa "perestróika", que consumaram a sua derrota.

Verdadeira pedra de toque do socialismo - foi no passado, é no presente e será no futuro -, a questão da participação amplamente democrática e popular das massas trabalhadoras em todo o percurso da sua conquista revolucionária, na sua manutenção, consolidação e aprofundamento, revela-se uma questão decisiva, fundamental, identitária. Nos antípodas dos regimes capitalistas, a chave da conquista e da progressão do socialismo reside na sua dimensão de massas, na participação e empenhamento de milhões de proletários na construção, criativa e exaltante, das suas sociedades socialistas nacionais. Acredito convictamente que o princípio do fim da União Soviética está situado na perda dos direitos e das práticas participativas originais pelos sovietes. Um retrocesso que culminou com o regresso às velhas e gastas fórmulas do sistema parlamentar burguês, com a "reconstrução" de um velho aparelho de Estado característico do capitalismo. O resultado - históricamente dramático e de consequências devastadoras - foi o operário, o empregado, o técnico e o cientista, sentirem-se espoliados do seu poder político colectivo, da sua inovadora e eficaz forma de organização própria para dirigirem e administrarem, pelas suas próprias mãos, o seu Estado socialista. Só esta verdadeira supressão e liquidação do poder soviético explica que, ao longo de décadas e, sobretudo, perante a ofensiva do capitalismo imperialista no início da década de noventa, praticamente nenhum braço se tenha levantado para defender o socialismo, nenhuma manifestação, nenhuma acção de massas dos trabalhadores se tenha levantado contra o golpe contra-revolucionário final da restauração do capitalismo.
De facto, só amamos e defendemos convictamente o que é verdadeiramente sentido e assumido como nosso, aquilo a que nos sentimos inteiramente ligados, aquilo em que participamos de corpo inteiro. Foi esse sentimento de pertença, essa convicção colectiva, esse ideal fraterno de uma construção soviética entre iguais e no interesse de todos que assegurou, nos seus primeiros anos, o avanço impetuoso da revolução. E foi essa ausência de empenhamento operário e popular militantes que condenou inexoravelmente o socialismo à derrota.


Menos de seis meses após a tomada do poder pela vitoriosa insurreição do 7 de Novembro, Lénine escreveu e deixou-nos palavras muito oportunas e úteis. Elas aí ficam, à nossa consideração, como uma lufada de ar fresco varrendo as ideias bafientas de todos quantos renegaram - e renegam - o seu enorme valor como dirigente comunista e teórico da revolução, indicando-nos a indispensabilidade de demolirmos o velho e de simultâneamente sabermos descobrir e aplicar as fórmulas acertadas para construirmos o novo.

O carácter socialista do democratismo soviético — isto é, proletário, na sua aplicação concreta, presente — consiste, primeiro, em que os eleitores são as massas trabalhadoras e exploradas, ficando excluída a burguesia; segundo, em que desaparecem todas as formalidades e restrições burocráticas das eleições, as próprias massas determinam a ordem e o prazo das eleições, com plena liberdade de revogar os eleitos; terceiro, em que se cria a melhor organização de massas da vanguarda dos trabalhadores, do proletariado da grande indústria, que lhe permite dirigir as mais amplas massas de explorados, atraí-las a uma vida política independente e educá-las politicamente na base da sua própria experiência, em que, deste modo, se aborda pela primeira vez a tarefa de que verdadeiramente toda a população aprenda a administrar e comece a administrar.
Tais são os principais sinais distintivos do democratismo aplicado na Rússia, que constitui um tipo mais elevado de democratismo, a ruptura com a sua deformação burguesa, a passagem ao democratismo socialista e as condições que permitam o começo da extinção do Estado.
Naturalmente, o elemento de desorganização pequeno-burguesa (que se manifestará inevitavelmente numa ou noutra medida em qualquer revolução proletária, e que na nossa revolução se manifesta com particular força em virtude do carácter pequeno-burguês do país, do seu atraso e das consequências da guerra reaccionária) não pode deixar de imprimir a sua marca também nos Sovietes.
É preciso trabalhar sem desfalecimento para desenvolver a organização dos Sovietes e o Poder Soviético. Existe a tendência pequeno-burguesa para converter os membros dos Sovietes em «parlamentares» ou, por outro lado, em burocratas. É preciso lutar contra isto, chamando todos os membros dos Sovietes à participação prática na administração. Em muitos lugares, as secções dos Sovietes estão a transformar-se em órgãos que gradualmente se fundem com os comissariados. O nosso objectivo é chamar todos os pobres à participação prática na administração, e todos os passos para a realização disto — quanto mais variados melhor — devem ser registados, estudados e sistematizados minuciosamente, devem ser comprovados por uma experiência mais ampla, legalizados. O nosso objectivo é conseguir que cada trabalhador, depois de cumprir a «aula» de 8 horas de trabalho produtivo, cumpra de modo gratuito os deveres estatais: a passagem para isto é particularmente difícil, mas esta passagem é a única garantia da definitiva consolidação do socialismo. Naturalmente, a novidade e a dificuldade da mudança provoca uma grande abundância de passos dados, por assim dizer, às apalpadelas, uma grande abundância de erros e vacilações — sem isto não pode haver qualquer movimento brusco de avanço. Toda a originalidade da situação que vivemos consiste, do ponto de vista de muitos que desejam considerar-se socialistas, em que as pessoas se habituaram a opor de forma abstracta o capitalismo ao socialismo, e colocaram entre um e outro, com ar profundo, a palavra «salto» (alguns, recordando fragmentos lidos nas obras de Engels, acrescentavam com ar ainda mais profundo: «salto do reino da necessidade para o reino da liberdade». A maioria dos chamados socialistas, que «leram nos livros» acerca do socialismo, mas que nunca aprofundaram a sério este problema, não sabem pensar que os mestres do socialismo chamaram «salto» à viragem considerada do ponto de vista das revoluções da história universal, e que os saltos desta natureza abrangem períodos de 10 anos e mesmo mais. Naturalmente que a famosa «intelectualidade» fornece em tais alturas uma quantidade infinita de carpideiras: uma chora pela Assembleia Constituinte, outra pela disciplina burguesa, a terceira pela ordem capitalista, a quarta pelo latifundiário culto, a quinta pelo espírito imperialista de grande potência, etc, etc.
O verdadeiro interesse da época dos grandes saltos consiste em que a abundância dos escombros do que é velho, acumulados por vezes com maior rapidez que os germes do que é novo (nem sempre visíveis, imediatamente), exige que se saiba destacar o mais essencial na linha ou na cadeia do desenvolvimento. Existem momentos históricos em que o mais importante para o êxito da revolução consiste em acumular a maior quantidade possível de escombros, isto é, fazer saltar o máximo de instituições velhas; existem momentos em que, depois de ter feito saltar o suficiente, se coloca na ordem do dia o trabalho «prosaico» («aborrecido» para o revolucionário pequeno-burguês) de limpar o terreno de escombros; existem momentos em que o mais importante é tratar com solicitude os germes do que é novo, que crescem por entre os escombros num terreno ainda mal limpo de entulho.
Não basta ser revolucionário e partidário do socialismo ou comunista em geral. É necessário saber encontrar em cada momento particular o elo particular da cadeia a que temos de nos agarrar com todas as forças para reter toda a cadeia e preparar solidamente a passagem para o elo seguinte; a ordem dos elos, a sua forma, o seu encadeamento, a diferença entre uns e outros na cadeia histórica dos acontecimentos não são tão simples nem tão rudimentares como uma cadeia vulgar feita pelo ferreiro.
A luta contra a deturpação burocrática da organização soviética é assegurada pela solidez dos laços dos Sovietes com o «povo», no sentido de trabalhadores e explorados, pela flexibilidade e elasticidade desses laços. Os pobres nunca consideram como instituições «suas» os parlamentos burgueses, mesmo na melhor república capitalista do mundo quanto a democratismo. Mas os Sovietes são «seus», e não alheios, para a massa de operários e camponeses. Aos actuais «sociais-democratas» do matiz de Scheidemann ou, o que é quase igual, de Mártov, os Sovietes desagradam-lhes e atrai-os o respeitável parlamento burguês ou a Assembleia Constituinte, do mesmo modo que a Turguénev, há sessenta anos, o atraía a moderada constituição monárquica e aristocrática e desagradava o democratismo mujique de Dobroliúbov e Tchernichévski.
É precisamente esta proximidade dos Sovietes do «povo», dos trabalhadores, que cria formas especiais de revogação e de outro controlo a partir de baixo que devem agora ser desenvolvidas com particular zelo. Por exemplo os Sovietes de Instrução Pública, como conferências periódicas dos eleitores soviéticos e dos seus delegados para discutir e controlar a actividade das autoridades soviéticas neste domínio, merecem a maior simpatia e apoio. Nada existe de mais tolo que transformar os Sovietes em algo de fossilizado e auto-suficiente. Quanto maior for a decisão com que hoje devamos defender um poder firme e implacável, a ditadura de indivíduos para determinados processos de trabalho, em determinados momentos de funções puramente executivas, tanto mais variadas terão de ser as formas e os métodos de controlo a partir de baixo, para paralisar qualquer sombra de possibilidade de deturpação do Poder Soviético, para arrancar repetida e infatigavelmente a erva daninha do burocratismo.

(As Tarefas Imediatas do Poder Soviético, V. I. Lénine, 26/Abril/1918)


Relendo estas linhas escritas por Lénine, as suas reflexões e propostas surgem-nos como um livro aberto e de conteúdo límpido, cujo acerto político e ideológico se mantêm inalteráveis, não obstante os anos e acontecimentos decorridos. Tal ideia ocorre-nos porque, enquanto a luta pela transformação revolucionária das sociedades capitalistas prosseguir, os caminhos para a sua superação e para a construção do socialismo permanecem, no fundamental, aqueles que ele experimentou durante a sua própria trajectória de comunista e de revolucionário. Afinal, sem qualquer hesitação, devemos reiterar a afirmação que a vida confirma: o leninismo é o marxismo para a nossa época.
Na luta de classes à escala mundial, as derrotas do socialismo são sempre uma resultante directa da acção ofensiva do capitalismo e dos seus múltiplos instrumentos de ingerência e subversão dos estados e países. Mas são enormes e indesculpáveis as responsabilidades dos comunistas e dos seus partidos nestas derrotas históricas - e de tão graves repercussões, de dimensão mundial - que o socialismo sofreu, enquanto partidos que eram as forças políticas dirigentes das ex-sociedades socialistas nos seus países. O preço que todos ainda pagamos é pesadíssimo. Hoje, saibamos e empenhemo-nos em sacudir vigorosamente a pressão ideológica do capital, tendo por objectivo procurarmos os rumos justos e certos para a construção do socialismo na nossa época, rejeitando firmemente ideias, métodos, estilos e práticas que as duríssimas lições da história nos ensinam quanto estavam profundamente erradas, ao mesmo tempo que recuperamos as orientações e rumos que a experiência e a vida nos indicam estarem certos e actuais.
Nesta viragem para a segunda década do nosso século XXI, o mundo está de novo em mudança. Os ideais do socialismo rejuvenescem, perante as derrotas do neo-liberalismo e face à profunda crise sistémica que atingiu o capitalismo globalizado. As lutas dos trabalhadores adquirem novo vigor, desperta o interesse renovado dos assalariados pela teoria e pelas consignas do marxismo-leninismo. Está iniciada uma nova época da passagem do capitalismo ao socialismo. Os comunistas e os revolucionários, os homens e mulheres verdadeiramente progressistas, todos devemos extrair as lições e ensinamentos das conquistas e das derrotas do socialismo no século passado e, armados destes novos conhecimentos, partirmos de novo "ao assalto do céu".

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