SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vai-se fechando o círculo da verdade sobre a grande conspiração imperialista do século

Os Documentos da Wikileaks


Vários aspectos relevantes ressaltam do conteúdo dos mais de 91 mil documentos secretos, divulgados no passado dia 25/7, pelo site “Wikileaks” e relacionados com o dia-a-dia da guerra nos últimos anos (de Janeiro de 2004 até Dezembro de 2009), conduzida pela dupla EUA/Nato no Afeganistão.

Com interesse directamente militar e geo-estratégico, estes relatórios secretos do exército estadunidense ocupante revelam um grande crescimento da força e do apoio das populações afegãs à resistência dos talibãs, dificuldades e falhas na condução das acções no terreno, utilização pela resistência de mísseis detectores de calor, tipo “Stinger” (responsáveis pelo abate de helicópteros CH-47), há queixas dos próprios militares dos EUA e boa parte do material divulgado também apresenta queixas de funcionários e de civis afegãos, acusando de corrupção agentes e membros do governo. Enfim, há reclamações sobre tropas mal equipadas, autoridades corruptas e sobre tropas americanas que parecem aguardar mais homens e mais recursos para lutar. Os documentos também sublinham que as numerosas e constantes mortes de civis, causadas pelos já clássicos “efeitos colaterais”, alienaram o apoio inicial de muitos dos afegãos a esta guerra.
Todos estes problemas evidenciados nos relatórios - um talibã resistente, bem apoiado logísticamente e com armas sofisticadas, os problemas de fronteira com o Paquistão e um governo ineficiente e corrupto - são apontados como as principais causas das dificuldades dos militares norte-americanos no terreno, que também reclamam estarem envolvidos numa guerra muito dura e sem os recursos suficientes, etc, etc. Isto é, estes documentos, na sua crueza operacional, relatam como a guerra está a ser perdida pelos agressores ocupantes, mesmo quando estes já estão recorrendo a unidades militares comandos, especialmente constituídas para sequestrar e executar, sem prisão ou direito a julgamento, de forma descaracterizada e clandestina, os dirigentes locais da resistência ou quem eles entendem que o são, actuando como vulgares “esquadrões da morte”.
Mas esta documentação, “vazada” numa das maiores fugas de informação classificada da história do exército americano em combate, menciona também um outro aspecto desta guerra, mais de carácter político e diplomático/serviços de inteligência que merece uma análise atenta, pelas “pontes” que estabelece com toda a história política daquela região do mundo e, mais relevante ainda, pela clara ligação que estabelece com a estratégia global do terror, concebida e dirigida pelo imperialismo nos últimos nove anos. Trata-se daquilo que os autores dos relatórios consideram ser o apoio de tropas do Paquistão aos rebeldes no território do Afeganistão, sugerindo que o serviço de espionagem do Paquistão pode estar ajudando os talibãs a planear e a realizar ataques contra as forças da “coligação ocidental” naquele país.
Alguns relatórios apontam também a cooperação dos paquistaneses com a organização terrorista Al-Qaeda, embora oficiais da inteligência americana digam – como, no imediato, lhes convém dizerem - que há alguns anos o Paquistão cortou o contacto com os grupos talibãs. O material, porém, sugere – com nomes e pormenores - que a direcção do Inter Serviços de Inteligência paquistanesa, conhecido também como ISI, pode ter realmente ajudado os rebeldes. Os documentos detalham várias ocasiões de cooperação no passado entre o general Hamid Gul, chefe do ISI e os fundamentalistas afegãos, no fim da década de 80, quando estes lutavam contra os militares soviéticos nas regiões montanhosas do leste do país. Segundo essas informações, à época o general auxiliava combatentes mujaheddins e tentava estabelecer contacto com Gulbuddin Hekmatyar e Jalaluddin Haqqani, dois dos maiores líderes insurgentes do Afeganistão. Além dos últimos dois, Gul também fez contactos directos com Mohammed Omar, actual líder do Taliban.
A imprensa estadunidense, particularmente o “N.Y.Times”, vem sublinhando estas partes dos documentos divulgados pelo “Wikileaks”, para enfatizar a tese da actual colaboração dos serviços secretos e militares paquistaneses com os talibãs afegãos. Mas toda a “história” é bem mais vasta e comprometedora, envolvendo directamente os serviços secretos dos EUA nas actividades dos seus congéneres paquistaneses. Vale a pena recordar alguns factos, hoje ignorados pelos meios de imprensa dominantes.


O papel do Paquistão


A história do Paquistão, desde a sua artificial criação pelo colonialismo imperialista britânico em 1947, tem sido uma sucessão de regimes autoritários e ditatoriais militares, entremeados por alguns curtos períodos de regimes civis e constitucionais, configurando um Estado de maioria muçulmana que sempre se afirmou como gendarme dos interesses das potências imperialistas na região, logo desde início contra a vizinha Índia, país que durante muitos anos desempenhou um papel destacado no Movimento dos Países Não-Alinhados. Por esta razão os militares paquistaneses - “forma(ta)dos” nas escolas militares norte-americanas – obtiveram mais tarde acesso ao armamento nuclear, numa ameaça constante contra outros países asiáticos e com um historial de guerras e escaramuças quase constantes contra os indianos, em torno do problema da disputa sobre Caxemira, uma autêntica bomba-relógio deixada pelos britânicos propositadamente nas mãos dos dois países contendores. É também consequência de linhas de fronteira fictícias, arbitrariamente traçadas pelos colonialistas ingleses, a existência constante de divisões e conflitos de origem étnica-tribal, conflitos que acabaram por conduzir à secessão do Bangladesh, após uma nova guerra (a terceira) contra a Índia, em 1971 e depois de uma prolongada guerra civil que vitimou centenas de milhares de oposicionistas dos dois lados – partes Oriental e Ocidental do Paquistão - do conflito interno.
A derrota militar paquistanesa favoreceu a ascensão ao poder de um civil, Ali Bhutto (1972-77), que desde o início quis realizar um processo de nacionalizações e de reforma agrária – nacionalizou todos os bancos em 1974 -, o que originou um novo golpe militar e a sua prisão e condenação à morte (em 1979), tomando o poder o general Muhammad Zia-ul-Haq (1977-88), um homem da confiança dos EUA, não obstante a feroz repressão islamita que ordenou por todo o país. Após mais uma década preenchida por curtos períodos “democráticos”, pontuados pelos governos de Benazir Bhutto, filha do sentenciado Ali Bhutto, um novo golpe dos militares, em 1999, faz ascender ao poder o general Pervez Musharraf (1999-2008). Na sequência do assassinato a tiro de Benazir Bhutto, (Dezembro/2008), candidata (do PPP) às eleições que se realizariam em Janeiro/2009, o período de instabilidade que se seguiu levou à renúncia de Musharraf, sendo este substituído por um novo civil, o actual presidente Asif Ali Zardari (PPP), escolhido numa “eleição” indirecta.

Voltando às revelações dos documentos “vazados”, quanto às referências sobre o envolvimento na década de oitenta do general chefe do ISA na guerra no Afeganistão, tem interesse observarmos a situação entretanto vivida nestes serviços de inteligência paquistaneses. De facto, nessa época foi criada no ISI uma secção especial afegã, sob o comando do coronel Mohammed Yousaf, para super-visionar a coordenação da guerra dos mujahedins contra o regime pró-socialista de Babrak Karmal, que tinha pedido apoio militar à vizinha União Soviética. Um grande número de funcionários do ISI receberam formação nos EUA e muitos especialistas da CIA foram anexados ao ISI para guiá-lo em suas operações contra as tropas soviéticas do Afeganistão, usando e manipulando os mujahedins. O mencionado general Hamid Gul, que trabalhou estreitamente com a CIA no período mencionado (88/89), foi substituído em 1991, durante o governo de Benazir Bhutto, pelo general Shamsur Kallu, como chefe do ISI.
Sucederam-se à frente do poderoso serviço secreto paquistanês outros generais - num total de dez (!), com um tempo médio na função inferior a dois anos... - numa cadência que acompanha as sucessivas perturbações políticas e trocas de facções no poder, confirmando o carácter da permanente conspiração interna vivida no país. Com os sucessivos chefes do regime militar paquistanês designando generais de sua confiança para dirigirem o ISI, mas todos eles sempre umbilicalmente ligados à diplomacia e aos serviços secretos estadunidenses. Actualmente (desde Setembro de 2008), chefia estes serviços o general Ahmed Shuja Pasha, um indivíduo que oficiais da inteligência indiana acusaram na época de estar por detrás da organização da operação terrorista que, em 26 de Novembro/2008, concretizou ataques a sete alvos específicos em Mumbai.
Este emaranhado novelo conspirativo, envolvendo a ligação e cooperação constantes entre as secretas norte-americana e paquistanesa - ligações nas quais o papel de comando pertence sempre à CIA -, preenche milhares e milhares de páginas na imprensa e na net, com relatos, investigações jornalísticas e também materiais de contra-informação, envolvendo empresas privadas de segurança, empresas de mercenários, negócios de armas e de drogas, tornando a tarefa de os interpretar um autêntico trabalho de Sísifo, uma tarefa nunca concluída, uma pesquisa nunca inteiramente aclarada.



“Ligações (muito!) Perigosas”(e significativas)


Entretanto, importa agora focarmos a atenção sobre o período de Out./99 a Out./2001, no qual entra em cena uma personagem central na permanente articulação entre a CIA estadunidense e o ISI paquistanês para as missões operacionais e a quem será cometida uma missão muito especial: o general Mahmud Ahmed. Ele que, juntamente com outros generais, garantiu o êxito do golpe de Estado (12 de Outubro/1999) que derrubou o governo eleito de Nawaz Sharif e entregou o poder ao general Pervez Musharraf, que imediatamente a seguir o designou como o novo chefe do ISI. Dois anos depois, antes de ser “oportunamente” substituído (em Out./2001), este general "amigo" irá a desempenhar um papel central na “Operação 11 de Setembro”.

Durante toda aquela semana do 11 de Setembro de 2001, Mahmud Ahmed está em Washington, onde tem encontros com diversas individualidades do governo de George Bush: no Departamento de Estado, com Stephen Hadley (ou mesmo Condolencia Rice); com membros do Conselho Nacional de Segurança; com Peter Rodman, membro do PNAC e ex-assistente de Henry Kissinger; com o Director do DIA ( na época - o Vice-Almirante Thomas R. Wilson); com o senador Bob Graham e com o congressista Porter Goss (três anos mais tarde nomeado Director da CIA, o primeiro a ser nomeado após a assinatura do Intelligence Reform and Terrorism Prevention Act) - estes dois personagens (muito curiosamente!), irão encabeçar a Comissão Conjunta de Investigação 11/S; com o general Tommy Franks, comandante da CENTCOM; e ainda, por teleconferência, com Paul Wolfowtiz , membro do PNAC e secretário da Defesa; com Douglas Feith; com Peter Flory, secretário para os Assuntos Segurança International; com o capitão Paul Hulley, secretário para os Assuntos do Oriente Médio e Sul da Ásia; com um representante do SOLIC (Special Operations & Low Intensity Conflict); com outro representante da Junta de Chefes do Estado-Maior. É caso para dizer que muito importante era a sua tarefa, para se encontrar com tanta gente e tão graúda!

Segundo outros relatórios independentes, no âmbito de investigações que mobilizaram numerosas personalidades democráticas norte-americanas – jornalistas, académicos, cientistas, entidades dos movimentos pacifistas, etc – apuraram-se factos reveladores da ligação deste chefe dos serviços secretos do Paquistão com os alegados autores do sequestro e embate das aeronaves com as torres gémeas de Nova Iorque naquela data. Com efeito, ficou estabelecido que, sob as ordens do general Mahmud Ahmed, um cidadão britânico nascido paquistanês e conhecido terrorista, chamado Ahmed Umar Sheikh, enviou 100.000 dólares do Paquistão para uma conta bancária nos EUA, em nome de Mohammed Atta, nome propagandeado pelo governo de George Bush como sendo o do sequestrador e terrorista cabecilha da acção, membro da Al Qaeda e cumprindo as ordens do seu líder, Osama bin Laden.
Menos de um mês depois da operação nas torres gémeas (7/Out/2001), tem início a invasão do Afeganistão, liderada pelos Estados Unidos e à revelia das Nações Unidas que não autorizaram a invasão do país. O objetivo declarado da invasão, segundo a propaganda imperialista, era encontrar Osama bin Laden e outros membros da Al Qaeda e, de caminho, destruir toda a precária organização política existente e remover do poder o regime talibã, regime que alegadamente lhes dera apoio para realizarem os atentados em Nova Iorque, garantindo assim a instalação no poder de um presidente fantoche às ordens.



Uma colossal mistificação "Bin-Ladiana"


Detenhamo-nos agora um pouco sobre estas duas entidades, hoje irreais e fantasmáticas, utilizadas até à exaustão nas linhas de intervenção ideológica que o imperialismo promove junto da opinião pública mundial, através da grande imprensa que controla, de filmatografia “subsidiada” e de livros e publicações sobre as mais variadas temáticas sociais (políticas, sociológicas, culturais, etc), encomendadas a universitários que “subsidia” generosamente. Vejamos, por comodidade, o que se pode ler numa rápida pesquisa na Wikipédia, sobre a Al Qaeda:

“A Al-Qaeda (a base) é uma organização terrorista que pretende eliminar a influência ocidental nos países muçulmanos para no seu lugar instalar uma sociedade baseada no fundamentalismo islâmico. Nesse sentido incita a uma jihad (guerra santa) global para derrubar regimes de países de população predominante árabe ou muçulmana que considera corruptos ou anti-islâmicos. O objectivo é criar uma nação única muçulmana regida pela sharia (a lei islâmica). Países como os Estados Unidos da América são considerados inimigos porque impedem a criação da nação muçulmana ao tornarem-se aliados de governos considerados corruptos”.


Sobre Osama bin Laden, milionário e filho de Muhammed Awad bin Laden, o homem considerado o mais rico da Arábia Saudita (depois do rei!) e cuja família, em razão de negócios comuns na área do petróleo, se tornou visitante e amiga chegada da família Bush-pai [deste, lembremos: ex-director da CIA (1976/77), vice de Ronald Reagan (1981/89) e presidente dos EUA (1999/1993)], também podemos ler:


“(...) um saudita que viria a ser o líder da organização, foi um dos muitos muçulmanos deslocados para o Afeganistão para combater os invasores soviéticos. Ele próprio se auto-designou líder da jihad, tendo coordenado o grupo que orientava as brigadas muçulmanas internacionais que combatiam no Afeganistão.Em 1989, ano em que os soviéticos retiraram do Afeganistão, Bin Laden formou a Al-Qaeda, rodeado por combatentes afegãos mujaedines. Nesse mesmo ano, regressou à Arábia Saudita, onde em 1991 se opôs à presença das tropas norte-americanas durante a guerra do Golfo. Em Abril desse ano mudou-se para o Paquistão, de onde passou em 1992 para o Sudão, uma nação que seguia à risca o islamismo. Até 1996, Bin Laden, suportado pela sua imensa fortuna pessoal, formou uma enorme rede terrorista internacional, com células e elementos em cerca de 45 países (sic!).”


As duas citações são suficientes para ficar estabelecida a imagem da “organização” e do seu "chefe" bem como as suas "incomensuráveis" e omnipresentes capacidades. Ou seja, um capitalista milionário saudita e a sua nóvel "organização terrorista" passam a ser considerados, por um passe de prestidigitação, as mais relevantes entidades do “Eixo do Mal” papagueado pelos propagandistas estadunidenses; seguido por um grupo de 100/200 fiéis (os números diferem, segundo as “fontes”...), Osama bin Laden passa a autor e responsável por inúmeros atentados e acções terroristas em dezenas de países, conseguindo até essa suprema qualidade de ser responsabilizado com efeitos retroactivos aos acontecimentos do 11/Setembro! Observemos essa extensa lista, mesmo que incompleta, divulgada em sítios "informativos" da net e ordenada cronologicamente:


-já no início da década de 80, ainda quando estabelecido no Sudão, financiou, de forma inicialmente discreta, algumas acções na Argélia e no Egipto.


-Depois, mudando-se para Peshavar (na região noroeste do Paquistão), surge como líder dos mujaedins que no Afeganistão promovem a subversão do regime pró-socialista de Babrak Karmal. Em 1984, já se encontra no Afeganistão, num acampamento de militantes fundamentalistas.


-O primeiro atentado bombista de que é acusado foi a 29 de dezembro de 1992, um ataque ao Mihor Gold Hotel, em Aden, no qual duas pessoas foram mortas.


-Em 1995, é acusado de um atentado mal sucedido contra a vida do presidente do Egipto, Hosni Mubarak.
-Bin Laden está por detrás e financia o massacre de Luxor, em 17 novembro de 1997, que matou 62 civis.


-A partir do Afeganistão (!?), em 7 de Agosto de 1998, a Al Qaeda é acusada de utilizar carros-bomba para explodir duas embaixadas estadunidenses, uma no Quénia e outra na Tanzânia, matando no total 256 pessoas e ferindo 5100 pessoas.


-Em dezembro de 1998, o director da CIA informa o presidente que a Al-Qaeda estava preparando-se para ataques no EUA, incluindo o treinamento de pessoal para (atenção!)sequestrar aviões.


-Em 12 de Outubro de 2000, a Osama/Al Qaeda volta a "entrar em cena", perpetrando outro ataque de grande repercussão, agora contra o navio da marinha americana USS Cole, que se encontrava atracado para reabastecimento no porto de Aden, no Iémene. O ataque provocou a morte de 17 militares americanos, além dos dois terroristas suicidas. Ao ser apontado - no mesmo dia! - pelo governo dos EUA (e depois pelos governos do Quénia e Tanzânia) como o principal suspeito, Osama bin Laden tornou-se o terrorista mais procurado pelos Estados Unidos da América.

Curiosamente (ou talvez nem tanto), um ano depois - forte e livre como um pássaro! - voltaria a ocupar a ribalta, agora acusado de ser o responsável pelo "11/S". Imediatamente a seguir, funcionários do governo EUA, nomeando Osama bin Laden e a Al-Qaeda como os principais suspeitos, oferecem uma recompensa de US $ 25 milhões por informações que levem à sua captura ou morte. Em 13 de julho 2007, este número foi dobrado para US $ 50 milhões! Mesmo com tanta "massa" prometida, ninguém o apanha...


-No final de 2000, Richard Clarke (Conselho Nacional de Segurança/EUA) revelou que Osama bin Laden tinha planeado um ataque triplo (sic) em 3 de Janeiro de 2000 , que incluia atentados na Jordânia, ao Radisson SAS Hotel, em Amã, contra turistas no monte Nebo (Jordânia), o afundamento do destróier USS The Sullivans, no Iémene, assim como um ataque contra um alvo (indeterminado...) dentro dos Estados Unidos. O plano foi frustrado pela prisão do terrorista jordano Ahmed Ressam e naufrágio do bote cheio de explosivos destinados ao atentado (muito boa...!).

-Até nos Balcãs: um ex-funcionário do Departamento de Estado, em Outubro de 2001, informa que Bósnia e Herzegovina como um refúgio seguro para os terroristas, após ter sido revelado que elementos militantes do antigo governo de Sarajevo estavam protegendo extremistas, alguns com vínculos com Osama bin Laden...

Isto é, a partir de 2001 e desde então praticamente todos os anos - não obstante outras notícias, testemunhos e análises, que sustentam que Osama bin Laden está morto e enterrado - vão surgindo sempre "informações", artigos, relatos que continuam a atribuir-lhe mais atentados, mais acções terroristas em mais países, na Europa, no Médio-Oriente, em África, no Extremo-Oriente:

-Um esquema para atacar a Embaixada de Paris, que foi descoberto;

-uma tentativa de atentado de um homem com um sapato-bomba, Richard Reid, que se auto- proclamou um seguidor de Osama bin Laden e quase destruiu (?!) o vôo 63 da American Airlines.
-Um esquema para atacar as embaixadas de Singapura;
-O sequestro e assassinato do repórter Daniel Pearl do Wall Street Journal e várias explosões no Paquistão;
-O atentado à sinagoga de El Ghriba em Djerba, Tunísia, que matou 21 pessoas;
-Ataques frustrados às esquadras ocidentais no Estreito de Gibraltar;
-O atentado ao tanque Limburg (?);
-Um carro bomba keniano em Mombassa, Kenia, e a tentativa de abater um avião israelense, em Novembro de 2002;
-As explosões simultâneas em Riyadh, em Maio de 2003 e outros atentados na Arábia Saudita;
-As explosões em Istambul, Turquia, em 2003.
-A Al-Qaeda, em colaboração com extremistas indonésios, é responsável por atentados em Bali , em Outubro de 2002 e de novo em 2005.
-Os atentados a trens urbanos de Madrid, em 11 de março de 2004, segundo um jornal de Londres que relatou ter recebido um e-mail de um grupo afiliado à Al-Qaeda, assumindo a responsabilidade(?!)
-As explosões de 7 de Julho de 2005, em Londres, porque um grupo até aí desconhecido e denominado "A Organização Secreta da Al-Qaeda na Europa" (esta, está muito boa!) fez uma declaração responsabilizando-se(...?!)

-Os atentados de Sharm el-Sheikh, no Egito, em 23 de Julho de 2005, nos quais uma série de carros bombas mataram cerca de 90 pessoas e feriram mais de 150.
-Os três atentados simultâneos, em 9 de Novembro de 2005 em Amã, Jordânia, que ocorreram em hotéis norte-americanos, matando pelo menos 57 e feriram 120 pessoas.

Mas o homem não se fica por aqui; passa a aparecer em vídeos e através de "comunicados", ameaçadores uns, negociais outros... Vejamos algumas destas "aparições".

-2006
19 de Janeiro: Bin Laden ameaça os Estados Unidos com novos atentados e afirma que há operações em preparação no seu solo, mas também oferece uma "trégua de longa duração" ao povo americano (gravação áudio).
30 de Junho - Bin Laden exige ao presidente americano George Bush que entregue o corpo de Abu Musab Zarqawi, morto num bombardeio americano, à sua família e promete que a "Jihad" no Iraque continuará, mesmo sem ele (gravação áudio).
2007
15 de Julho - Bin Laden faz um elogio aos mártires, declarando: "Feliz aquele que foi escolhido por Alá para ser um mártir" (vídeo, cuja data não foi determinada)

2008
16 de Maio - Bin Laden apelou à continuação da luta contra os israelitas e os seus aliados e a que os muçulmanos não desistam do território palestiniano. Segundo noticia a Reuters, a mensagem áudio, de dez minutos, foi difundida pela internet, num site islamita, e é atribuída ao líder do grupo terrorista al-Qaeda...

Para procurarmos fechar "com chave d'ouro" estas "informações", evidentemente dignas de todo o crédito, já no corrente ano o FBI divulgou uma imagem que seria a representação imaginada da aparência de Bin Laden na actualidade. Descobriu-se, entretanto que se tratava da manipulação de uma fotografia do político espanhol Gaspar Llamazares (coitado dele!), dirigente da I.U..

Mais recentemente - com propósitos demasiadamente óbvios...! - , surgiu outra "informação", esta dos serviços da Mossad israelense: segundo os serviços da inteligência israelita, Osama Bin Laden não esteve escondido na região fronteiriça entre o Afeganistão e o Paquistão como comumente se acreditava, mas numa região remota do Irão, já faz cinco anos.
E, segundo a "notícia", a inteligência turca supostamente sabia que o líder da Al- Qaeda estava morando em Savzevar, uma cidade nas montanhas e que Ayman al-Zawahiri está declaradamente com ele. Desta forma - tão "inteligente" e tão "credível"! -, Israel está a tentar convencer o governo dos Estados Unidos (!?!!) que a Al- Qaeda está ligado ao governo iraniano e que foi Teerão que esteve abrigando um dos mais procurados terroristas (de todos os tempos, ámen!)
Mas nesta enorme mistificação, planeada e dirigida pelos serviços secretos estadunidenses e amplificada pelos canais comunicacionais ao serviço do imperialismo, precavendo-se os seus autores talvez para um próximo capítulo, no qual já não lhes seja possível manter vivo o mito "Osama bin Laden", já preparam um sucessor. No passado dia 6/8, surgiu a "notícia":
"O grupo terrorista Al Qaeda tem um líder emergente, que já está sendo apontado como o provável sucessor de Osama Bin Laden. E o que é pior, Anwar al-Awlaki nasceu nos Estados Unidos (no estado do Novo México) e exerce grande influência nos seus jovens interlocutores. Segundo a rede de televisão CNN, que transmitiu um programa sobre a nova estrela da facção, com base em fontes de investigação do próprio governo americano, Anwar tem usado seu inglês fluente e sua capacidade de persuasão para inspirar futuros terroristas também no Ocidente." (fim de citação...)
Terminemos por aqui esta já longa digressão sobre as fantásticas pantominices que vão dando lastro para prosseguirem, em toda a comunicação "social" dominante, com a pressão ideológica das teses do Terror e do Terrorismo, um autêntico filão da propaganda imperialista, usado até à exaustão, até à nausea, como temos visto. Então, observemos agora e mais concretamente os objectivos de toda esta "história" - aliás, pessimamente contada - , os seus reais autores, bem como os seus planos e propósitos, imediatos e a mais longo prazo.




A Grande Conspiração Imperialista

A grande conspiração imperialista está em marcha, apoiada pela oligarquia financeira transnacional e concretizada pela facção fascista no poder estadunidense, ao serviço do complexo militar-industrial e dos seus tentáculos mafiosos - nas áreas da logística militar, das empresas de segurança, dos grupos económicos de "reconstrução" civil das cidades e áreas devastadas pelos criminosos bombardeamentos dos "aliados ocidentais" EUA/Nato, e, claro, das multinacionais petrolíferas -, uma conspiração em curso desde a grande operação terrorista de Estado, planeada e executada em Nova Iorque, no dia 11 de Setembro de 2001.

Sob o comando de um trio de criminosos que se constituíram no vértice do poder político estadunidense - George Bush, Donald Rumsfeld, Dick Cheney - um vasto plano de liquidação das liberdades e direitos políticos do povo norte-americano foi posto em marcha, após a operação de implosão das duas torres gémeas (que desabam uma a seguir à outra), da implosão do edifício 7, uma estrutura que, tudo o indica, abrigou o comando de operações nesse dia e nos dias anteriores da sua preparação ( um edifício com dezenas de andares e que cai inteiramente em 6 segundos, sem avião, sem incêndio, sem nada!), do arremesso de um míssil sobre uma ala do Pentágono para simular uma outra aeronave (cujos destroços ninguém viu...) e do "despenhamento" de um avião sequestrado, na Pensilvânia, cujo alvo era o Capitólio - o voo 93 que, na verdade, aterrou normalmente no seu aeroporto de destino.
Em paralelo com a supressão dos direitos democráticos mais elementares dos norte-americanos e correspondente montagem de um vasto e tenebroso aparelho de segurança e repressão violenta das liberdades no interior dos EUA - segundo algumas fontes, desde o 11/S e por sua causa, o negócio global das empresas de segurança já atingiu os três trilhões de dólares -, o imperialismo desencadeou uma ofensiva militar sem precedentes quanto à sua envergadura e meios militares envolvidos, atacando, ocupando e ameaçando vários países da Ásia Central: ainda nesse ano, em Out./2001, invade o Afeganistão, e, em Março de 2003, invade e ocupa o Iraque - com a chacina de centenas de milhares de civis iraquianos e a total e deliberada destruição das infra-estruturas do país.

Desde esse autêntico golpe terrorista de Estado em 11/Setembro/2001, data que se tornou crucial nos desenvolvimentos posteriores da História Mundial Contemporânea, o governo dos EUA, apoiado pelos seus aliados - especialmente os integrantes da aliança militar ofensiva, a Nato -, ameaça permanentemente o Irão com uma nova agressão militar, ao mesmo tempo que chantageia o seu "aliado" na região, o Paquistão; faz provocações e ameaças de agressão contra a Coreia do Norte; sustenta uma presença agressiva e conspiratória em outros continentes, particularmente na América Latina e pressiona todos os governos capitalistas a curvarem-se, nos planos diplomático, político, económico-financeiro e militar aos seus ditames imperiais.


Não é propósito deste post desenvolver os contornos práticos do golpe, aliás abundantemente divulgados por numerosas fontes independentes, com entrevistas, com dados técnico-científicos, com depoimentos de personalidades de variadas áreas, com gravações vídeo locais, etc, com uma abundância de pormenores que nos deixa quase estarrecidos perante o impune descaramento da sua deliberada e sistemática ocultação pelos grandes meios de comunicação, tanto os nacionais como os mundiais. Tais aspectos práticos podem ser vistos em materiais editados na net, dos quais é um bom e útil exemplo este editado em: http://video.google.com/videoplay?docid=-2282183016528882906#. Longo (duas horas), com uma larga introdução histórico-filosófica, pela sua qualidade e havendo o tempo disponível necessário, vale bem a pena visioná-lo.
Desde então, já passada quase uma década, os termos "terrorismo", "terroristas", "atentado terrorista", "ameaça terrorista", passaram a ser os jargões mais utilizados pelo linguajar de todo o aparelho mediático global ao serviço do capital imperialista, visando de forma ostensiva a intimidação, a propagação de um sentimento difuso de permanente insegurança, o medo; a criação de um clima de permanente terror, de pânico, que conduza grandes massas populacionais de todos os continentes à sujeição passiva, receosa e resignada, conducentes à aceitação de novas medidas e acções repressivas que, nos EUA, já configuram claramente um contexto político-ideológico neofascista e que, no exterior, o poder imperialista pretende impôr sobre todos os povos do planeta, usando os préstimos dos seus governos burgueses de turno.

Desenterrar a verdade dos factos, soterrada por montanhas de noticiários e artigos mistificatórios tornados "a verdade oficial", e, colocar a nú os objectivos desta tenebrosa conspiração do imperialismo, libertando-a das máscaras e biombos que visam ocultar a realidade dos olhos e das consciências de biliões de seres humanos, não é evidentemente uma tarefa simples e fácil. Mas, entretanto, na renhida e constante batalha das ideias que travamos, todos podemos contribuir para que sejam derrotados os maquiavélicos planos dos criminosos imperialistas e os seus propósitos hediondos de escravização da Humanidade. Um infame sucesso daqueles seus planos corresponderia a um novo período de trevas e de barbárie.

O tempo urge - e as nossas palavras, os nossos gestos, devem corresponder inteiramente à gravidade das ameaças do presente, contribuindo activamente para o desmascaramento e derrota da grande conspiração imperialista deste século.

8 comentários:

Messias disse...

Entra em "imperiobarbaro.blogspot.com" e acompanha o diálogo em torno do artigo "A Caricatura (da realidade)" Passa informação.

Bem haja

Messias

Fernando Samuel disse...

Excelente texto! Parabéns!

Um abraço.

Anónimo disse...

A crise que se abate sobre os trabalhadores passou para segundo plano. Diminuição dos salários, das pensões, despedimentos em grande escala. Cortes nos subsídios, anulação de direitos sociais na saúde, na educação, aumento desmesurado dos impostos, penhoras de casas em série deixou de ser relevante para a malta do PCP. Agora a prioridade é "desmascarar a grande conspiração imperialista" (o que não é o mesmo que combatê-la) e desvendar os "relatórios secretos" da CIA. Coisa muito semelhante com
o que aconteceu com o "relatório secreto" de NIkita Khruchtchev apresentado no XXº Congresso do PCUS em 1956, três anos após a morte de Stalin. Será coincidência?

Messias disse...

Vai ao "imperiobarbaro" e lê o último comentário, que "A CHISPA!" lá deixou.
Um abraço

Messias

Anónimo disse...

"A Rússia conheceu pela primeira vez um movimento revolucionário contra o czarismo em 1825, e este movimento foi quase exclusivamente realizado pela nobreza. Desde então e até 1881, ano em que Alexandre II foi abatido por terroristas, os intelectuais da classe média estiveram à cabeça do movimento. Deram provas do maior espírito de sacrifício e o seu heróico método de luta terrorista admirou o mundo inteiro. É certo que não caíram em vão e o seu sacrifício contribuiu, directamente ou não, para a educação revolucionária ulterior do povo russo".
Lenine, Conferência proferida em Zurique em língua alemã,em 22 de Janeiro de 1917.

filipe disse...

A (des)propósito do comentário anónimo anterior, vale bem a pena a leitura, integral, do texto desta conferência de Lénine, não só para se poder ler o período suprimido na citação e que completa o parágrafo citado - "Mas não atingiram de modo nenhum, nem podiam atingir, o seu objectivo imediato: o despertar de uma revolução popular." - mas também pelo magnífico material que constitui este testemunho e análise de Lénine sobre a revolução de 1905, por ocasião da comemoração do décimo segundo aniversário do “Domingo sangrento”.
O texto desta conferência pode ser lido em: http://www.marxists.org/portugues/lenin/1917/01/22.htm

Anónimo disse...

É claro que a citação seguinte não vinha a prpósito. Agora Lenine fala de revolução popular e não de movimento revolucionário contra o regime reaccionário czarista. Nunca se vi a classe média dirigir um movimento proletário. Isso cabe ao proletariado e não aos intelectuais da classe média obviamente. Mas escamoteia o que está lá dito: "O SEU HERÓICO MÉTODO DE LUTA TERRORISTA ADMIROU O MUNDO INTEIRO"..

É assim que o revisionismo moderno deturpa sempre, para seus fins sociais-pacifistas o marxismo-leninismo.

Anónimo disse...

Sobre a Revolução de 1905 existe na bibliografia de Lenine material muito mais completo e digno de atenta leitura para se poder perceber a real diferença que existe entre o pensamento de Lenine e o espírito revisionista moderno. Refiro, por exemplo, o livro As Lições da Revolução, ED. Presença (Portugal) e Liv. Martins Pontes (Brasil), 1975.