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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Viva a Revolução proletária de 7 de Novembro de 1917!

 



Dezanove anos - menos de duas décadas! - depois da criação do novel Partido Operário Social-Democrata da Rússia (I Congresso, março de 1898) e catorze anos após a vitória dos bolcheviques sobre as ideias oportunistas dos mencheviques (II Congresso, julho de 1903), nesta data do 7 de Novembro de 1917, inapagável da História do século XX, o Partido de Lenine proclama a palavra de ordem "Todo o Poder aos Sovietes!", posteriormente aprovada pelos três mil delegados ao II Congresso dos Sovietes da Rússia na noite desse dia glorioso, durante o qual o proletariado armado assalta a sede do governo capitalista, toma o poder e inicia a primeira revolução operária vitoriosa.
É verdadeiramente notável a capacidade demonstrada pelo Partido bolchevique, sobretudo num espaço temporal tão curto, para se organizar e derrotar as concepções reformistas das correntes pequeno-burguesas, intensificando e alargando as lutas do operariado pelos seus próprios interesses de classe, infiltrar e subverter as estruturas do Estado burguês, defrontar a repressão, primeiro do csarismo e posteriormente do governo menchevique,  e, finalmente, saber interpretar e dirigir a aspiração por transformações revolucionárias dos operários da velha e atrasada Rússia, conduzindo-os à vitória.
Decorrido mais de um século, estes feitos continuam a surpreender e a maravilhar os marxistas-leninistas, como uma fonte inesgotável de inspiração e ensinamentos para todos quantos, sem transigirem perante as maquinações dos oportunistas políticos, continuam a batalhar pela revolução socialista nos dias de hoje.

Em Portugal, após a revolução democrática e nacional de Abril de 74, viveu-se um período de ano e meio com traços importantes de uma transformação revolucionária que nos lembravam tantas vezes essa longínqua gesta do operariado russo… Entretanto, um golpe contra-revolucionário, em Novembro de 75, encerrou esse período exaltante da história portuguesa, iniciando-se um longo e arrastado ciclo de resistência dos comunistas e dos seus aliados mais próximos, defrontando o poder refeito do Estado burguês, ciclo que dura até aos nossos dias. 
Percebem-se assim as manifestações de desencanto e descrença de inúmeros democratas e patriotas, com o abandono de posições logo ocupadas pelas forças reacionárias e por um cortejo extenso de oportunistas ditos socialistas e até de muitos que se afiançam como "esquerda radical". 
Tudo consequências naturais e até previsíveis, mas desencanto e descrença inaceitáveis para qualquer comunista sério.
Nas fileiras comunistas, iniciam-se as actividades revisionistas de uns quantos, particularmente perigosas porque envolvendo membros destacados da direcção e quadros com luzida imagem pública, no Parlamento, no Movimento Sindical, no poder autárquico e noutras organizações de massas.  Ficam conhecidos pelo nome que a si mesmos se dão, "renovadores".
Actuando nos organismos partidários e fora deles, desenvolvem uma actividade dissolvente, desagregadora, desmobilizante e de rendição perante a acção e as actividades anticomunistas dos partidos do capital e da comunicação social que os serve. 
Derrotados temporariamente em vários Congressos do PCP, não obstante prosseguiram e prosseguem com os seus propósitos de liquidação do partido do proletariado. Uns veladamente, outros mais descarados, passam a defender a acção do Partido exclusivamente dentro das instituições do Estado capitalista, apregoando a "impossibilidade" da revolução.  Dizem que os tempos são outros, que já não mais serão possíveis os "assaltos ao Palácio de Inverno". Defendem que o "Estado Democrático" actual já não seria uma forma superior de organização do domínio de uma classe sobre as outras mas sim um representante de todos os cidadãos. Recusam indignados a necessidade da luta armada e apontam o barómetro das eleições do sistema burguês como o único guia para avaliarem a correlação de forças. Dizem-nos que pacífica e "democraticamente", voto a voto, chegaremos lá mais para diante ao socialismo.  
Queixam-se regularmente do povo a que pertencem, como massa ignara que não os merece. Tornou-se paradigmática a sua frase, "deixa lá, se não for para nós, será para os nossos netos..." Dão de barato essa velha e ultrapassada prioridade da célula de empresa nos locais de trabalho.  São os bernsteinianos da actualidade, capazes de um cinismo sem limites, continuando sempre a dizerem-se firmes defensores do socialismo e do comunismo, mas bem acomodados nas suas mordomias e nos seus tachos, rendidos ao chocho encanto das suas vivências de pequeno-burgueses.
Nesta chamada "nova fase da vida política nacional", acham que tiveram razão antes do tempo ao defenderem há muito uma linha política de compromisso com o PS, convivem tranquilamente com o governo de António Costa saudando superlativamente as migalhas do seu bodo ao pobres e até - com a posição típica dos oportunistas sobre táctica/estratégia - já esperam a transformação de uma posição temporária, vista como táctica, num novo rumo estratégico do PCP a prosseguir nas próximas legislaturas, para o qual teriam deixado de existir quaisquer alternativas.  Falando das realidades políticas como leões da "problemática", têm sempre saídas de sendeiro quanto à "solucionática". Parafraseando Lenine, querem arrastar-nos com eles para o pântano dos compromissos oportunistas e da conciliação de classes.

A Marx e a Lenine, à experiência do partido bolchevique e à Revolução de Outubro devemos um preito de homenagem e o compromisso de, também honrando a nossa própria memória histórica, lutarmos sem desfalecimentos pelo socialismo na nossa terra. Socialismo a conquistarmos através da acção revolucionária, combatendo energicamente todos os apelos e cantos maviosos da democracia burguesa, com os seus falsos engodos eleitoralistas. O nosso rumo, o rumo dos comunistas, é o mesmo de sempre: lutar com a classe dos proletários contra a classe dos exploradores, organizando as nossas forças, elevando a experiência e os conhecimentos subjectivos da classe operária, preparando a ruptura com o actual regime político do capital, abrindo o caminho para a insurreição dos explorados e a revolução socialista.

Vida eterna ao exemplo revolucionário dos bolcheviques de Novembro de 1917!

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