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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Greve Geral: uma forma de luta política dos trabalhadores, indispensável e insubstituível

Aproxima-se a passos largos e vigorosos o dia da grande jornada de luta política dos trabalhadores portugueses: a Greve geral, convocada pelos sindicatos unitários e de classe filiados na CGTP-IN, marcada para o próximo dia 24 de Novembro.
A receptividade entusiástica dos dirigentes e delegados sindicais à decisão da sua Central, a envergadura do trabalho de informação e mobilização em marcha, junto dos trabalhadores nas suas empresas e locais de trabalho, as participações ampliadas nas reuniões e plenários já realizados, as adesões manifestadas por numerosas organizações operárias e populares, tudo nos confirma a justa expectativa de uma grande participação dos trabalhadores portugueses na sua GG, uma luta nacional que terá profundas repercussões na situação política portuguesa, afirmando-se como uma poderosa e insubstituível contribuição para travar e derrotar as políticas reaccionárias e anti-nacionais do governo liquidacionista do PS/Sócrates.
É uma obrigação de classe imperiosa, é um dever social e patriótico tudo fazermos, tudo organizarmos e concretizarmos, tudo e todos mobilizarmos durante o mês que nos separa da realização desta GG. É a hora para todos os esforços, para todas as iniciativas de unidade e mobilização dos trabalhadores pelas suas estruturas sindicais de classe, é o momento crucial para a poderosa convergência na acção de todos quantos lutam e almejam uma ruptura democrática e patriótica com a actual situação de declínio e desastre nacionais. É a hora para uma vigorosa afirmação de unidade na acção por parte de todas as classes e camadas cujos interesses vitais estão a ser brutal e criminosamente atingidos pelas políticas pró-banqueiros e pró-grandes grupos económicos que ao longo destes últimos 34 anos vêm flagelando o povo português e afundando o presente e o futuro do país.
Todas as diferenças e divergências de posições políticas e ideológicas entre os verdadeiros democratas devem ser momentaneamente sublimadas pela sua comum e patriótica unificação de vontades e energias no combate pela travagem e derrota dos sórdidos planos do grande capital para destruir os direitos, conquistas e transformações progressistas obtidas ao longo de décadas de renhidas e determinadas lutas de classe.
No panorama político nacional, um único partido de dimensão nacional está inteiramente ao lado dos trabalhadores e da sua justa luta, ao lado do povo, na preparação e mobilização da GG. Adesões oportunistas de última hora por parte da "central" amarela UGT e de sectores e personalidades que visam passar-se por "esquerda", são isso mesmo; manifestações oportunistas que não dão qualquer garantia de seriedade e coerência, não permitem quaisquer ilusões quanto aos seus reais propósitos. Todos os dias, todas as tarefas, todos os esforços sinceros de apoio e adesão à grande jornada em andamento, constituem o mais sólido caminho para o seu pleno êxito. A GG de 24 de Novembro é hoje a prioridade das prioridades. Tudo deve ser subalternizado à prioridade do trabalho para a sua preparação e mobilização.
Pelo seu importante significado político, a seguir se transcreve o ponto do comunicado do CC do PCP que se refere à GG e restantes acções de massas inseridas no presente momento político.


II
Greve Geral – novo patamar da luta de massas

O desenvolvimento e a intensificação da luta de massas apresenta-se como o elemento central para travar a política de direita e as suas brutais consequências. A única alternativa que se coloca aos trabalhadores, às populações e a todos os que são alvo da profunda injustiça social é, a de elevar os patamares da luta e trazer para a rua a sua voz, transformando as suas justas indignações em luta.

O CC do PCP afirma a importância da convocação pela CGTP-IN da greve geral para o próximo dia 24 de Novembro, decisão que corresponde a uma necessidade de elevação da luta dos trabalhadores face à brutal ofensiva em curso. Uma resposta necessária num momento em que o novo pacote de “austeridade” veio acrescentar razões para a intensificação da luta. É tempo de dizer basta, é tempo de elevar a voz do trabalho e de os trabalhadores darem uma resposta clara e inequívoca.

O CC do PCP alerta para as manobras e pressões que terão como objectivo procurar travar o desenvolvimento da luta. Fomentando a resignação com base nas inevitabilidades e difundindo a ideia da inutilidade da luta, usando a pressão e a chantagem a partir das condições de precariedade e dos níveis de desemprego ou recorrendo a ameaças e à violação da lei da greve, o capital e todos quanto o suportam, utilizarão todos os meios ao seu dispor para dar combate à greve e condicionar a adesão dos trabalhadores. O conjunto amplo e diverso de apoios e de adesão à greve, o entusiasmo e a disponibilidade já manifestada pelos trabalhadores, revelam grandes potencialidades de travar com enorme êxito esta jornada.

Num quadro de ferozes ataques aos salários e direitos e de forte chantagem do patronato, ganha importância acrescida a resposta organizada dos trabalhadores que com coragem dinamizam nas empresas e locais de trabalho a luta. São exemplos disso neste período, a luta dos trabalhadores da Brasileira, dos CTT, a greve dos trabalhadores das autarquias locais convocada pelo STAL no passado dia 20 de Setembro e a acção de contacto e recolha nas empresas de mais de 20 mil assinaturas na petição contra a precariedade levada a cabo pela Interjovem/CGTP-IN.

O CC do PCP sublinha o significado politico e de confiança no prosseguimento da luta, que constituíram as acções promovidas pela CGTP-IN no passado dia 29 de Setembro. Um dia de acções e iniciativas de luta em diversas empresas, como foram os casos da Soflusa, da Sovena, da Lisnave, da Lisnave Yards, da Comet, da Fernando Branco e Silva, dos corticeiros do grupo Amorim, dos trabalhadores do comércio, e que culminou com grandiosas manifestações realizadas em Lisboa com mais de 50 mil trabalhadores e no Porto com mais de 20 mil.

O CC do PCP valoriza a dinâmica reivindicativa e o esforço em curso de contacto, esclarecimento e de mobilização que se desenvolve nas empresas e locais de trabalho e o conjunto de acções de luta que para já estão em preparação nos sectores da indústria e dos transportes. Neste quadro de desenvolvimento da luta, O CC do PCP destaca ainda a manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública convocada pela Frente Comum de sindicatos para 6 de Novembro, em Lisboa.

O CC do PCP apela aos diversos sectores alvos da política em curso e às populações para que se associem à greve geral e exorta os trabalhadores a que se envolvam na sua preparação e organização, e que nela participem numa grande demonstração de resistência, inconformismo e de luta. Uma luta que, travada em circunstâncias muito exigentes, se tem desenvolvido e ampliado a diversos sectores, camadas e populações, como foi o caso das diversas acções contra a introdução e custos das portagens no passado dia 08 de Outubro em vários pontos do país, o buzinão na ponte 25 de Abril a 14 de Outubro, a luta dos utentes contra os encerramentos e a degradação de serviços de saúde, contra os encerramentos de escolas e a falta de condições materiais e humanas nos estabelecimentos de ensino e com a vitoriosa luta de forças de segurança. O CC do PCP manifesta a sua solidariedade com a luta desenvolvida e com as acções em preparação, nomeadamente a jornada de luta dos agricultores no próximo dia 20, em Aveiro.

A par e indissociável da luta social contra a exploração, é necessário intensificar a luta contra o militarismo, a agressão e a guerra – instrumentos do imperialismo para subjugar os povos. Neste quadro o CC do PCP releva a luta contra a NATO – braço armado do imperialismo, e sublinha a particular importância da manifestação contra a cimeira da Nato e seus objectivos, convocada pela campanha “Paz Sim, Nato Não”, para o dia 20 de Novembro, em Lisboa, e apela à sua participação.

1 comentário:

samuel disse...

Na manif contra a NATO, se tudo correr bem, lá estarei dando o que tenho para dar...
Na greve geral... só posso ser solidário :-))) ... e até lá lutar para que seja em grande!

Abraço.