SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um Internacionalismo Proletário para o século XXI


" 'A defesa da colaboração de classes - escreveu Lénine - o abandono da revolução socialista e dos métodos revolucionários de luta, a adaptação ao nacionalismo burguês, o esquecimento do carácter historicamente transitório das fronteiras da nacionalidade e da pátria, o fetichismo da legalidade burguesa, a renúncia ao ponto de vista de classe e à luta de classes por receio de que se afastem 'as amplas massas' (leia-se: a pequena burguesia): tais são, indubitavelmente, os fundamentos ideológicos do oportunismo. Precisamente neste terreno cresceu o actual chauvinismo e patrioteirismo da maior parte dos dirigentes da II Internacional.'

Estas palavras merecem na actualidade profunda reflexão. O 'fetichismo da legalidade burguesa' e a renúncia a um ponto de vista de classe por receio de que se afastem as 'amplas massas' conduzem à substituição dos critérios revolucionários de classe por critérios jurídicos e à permeabilidade aos conceitos propagados pelos ideólogos da pequena burguesia e do imperialismo.(...)"

(Cunhal, Álvaro [1970], O Internacionalismo Proletário Uma Política e Uma Concepção do Mundo, Lisboa, Ed. "Avante!") 


Comunicado conjunto de Solidariedade com o KKE
Partidos Comunistas e Operários


2012-06-14 - Os partidos signatários desta declaração consideram que a luta que tem sido travada pelo Partido Comunista da Grécia (KKE) é de extrema importância para todos os povos da Europa e do mundo e para todos os Partidos Comunistas. Esta luta firme dos comunistas gregos contra a UE e a NATO, e a sua acção militante para que sejam os capitalistas, e não os trabalhadores, a pagar a crise desempenha um papel decisivo no processo de crescimento da consciencialização dos povos da Europa e também do mundo.
A burguesia está incomodada por o KKE não participar nos governos burgueses, porque não se compromete com os governos que, nas condições da crise capitalista, só servem para dar uma folga ao sistema capitalista para que possa ganhar tempo e manter a sua barbaridade contra o povo. O KKE não se submeteu, nem se submeterá, aos interesses da burguesia e é esta a razão pela qual estão a tentar criar dificuldades ao KKE nas eleições de 17 de junho. Estamos confiantes em que os trabalhadores gregos vão impedir este plano.
Os nossos partidos, cada um no seu país, promovem um movimento de solidariedade com a luta dos trabalhadores gregos e o KKE. A luta do KKE é também a nossa luta. A luta dos assalariados, dos trabalhadores por conta própria, dos pequenos e médios agricultores e da juventude na Grécia é também a luta dos nossos povos, uma luta que, através da aliança social e popular, não visa a salvação e perpetuação da barbárie capitalista, como o fazem as posições reformistas, mas derrubar o poder do capital e a construção de uma sociedade sem exploração, a construção do socialismo.

Os Partidos 1. PADS – Argélia 2. Partido Comunista da Austrália 3. Iniciativa Comunista (Áustria) 4. Partido Comunista do Azerbeijão 5. Partido Comunista dos Trabalhadores da Bielorrússia 6. Partido dos Trabalhadores da Bélgica 7. Partido Comunista Brasileiro 8. Partido Comunista da Grã-Bretanha 9. Novo Partido Comunista da Grã-Bretanha 10. Partido Comunista da Boémia e Morávia 11. Partido Comunista na Dinamarca 12. Partido Comunista da Dinamarca 13. Partido Comunista (KP), Dinamarca 14. Partido Comunista do Egito 15. Partido Comunista da Estónia 16. Partido Comunista Operário da Finlândia 17. Pólo do Renascimento Comunista em França (PRCF) 18. União dos Comunistas Revolucionários da França (URCF) 19. Partido Comunista das Honduras 20. Partido Comunista Operário Húngaro 21. Comunistas – Esquerda Popular (CSP-PC, Itália) 22. Partido dos Comunistas Italianos 23. Partido Comunista do Quirguizistão 24. Partido Socialista da Letónia 25. Frente Socialista Popular da Lituânia 26. Partido Comunista de Malta 27. Partido Comunista do México 28. Partido Socialista Popular do México 29. Partido Comunista da Moldávia 30. Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista) 31. Partido Comunista do Paquistão 32. Partido Comunista Palestiniano 33. Partido Comunista Filipino [PKP-1930] 34. Partido Comunista da Polónia 35. Partido Comunista da União Soviética 36. Partido Comunista da Federação Russa 37. Partido Comunista Operário da Rússia – Partido Revolucionário de Comunistas (RCWP-RPC) 38. Partido Comunista de El Salvador 39. Novo Partido Comunista da Jugoslávia 40. Partido Comunista da Eslováquia 41. Partido Comunista dos Povos de Espanha 42. Partido Comunista da Suécia 43. Partido Comunista Sírio 44. Partido Comunista Sírio [Unificado] 45. Partido Comunista do Tajiquistão 46. Partido Comunista da Turquia 47. Partido Comunista da Ucrânia 48. Partido Comunista da Venezuela.

Esta declaração está aberta a futuros apoios. A declaração conjunta de solidariedade com o KKE foi promovida pelos Partidos Comunistas dos países do Benelux: Partido dos Trabalhadores da Bélgica, Partido Comunista do Luxemburgo, Novo Partido Comunista da Holanda.

Foram também recebidas mensagens de solidariedade dos seguintes partidos: Partido Comunista do Chile, Partido Comunista da Irlanda, Partido Comunista Libanês, Partido Comunista da Noruega, Partido Comunista Português.
 
 
Esta Declaração Conjunta tem a data de 14/6, anterior às eleições gregas realizadas no último domingo, 17/6. A sua difusão, aqui e agora, pretende somar solidariedade à solidariedade dos Partidos subscritores, após serem conhecidos os resultados dessas eleições, nem livres, nem democráticas.
Os trabalhadores, os eleitores e os comunistas gregos foram submetidos a uma das maiores campanhas de chantagem, de calúnias e de intimidação e aterrorização de massas que algum dia teve lugar nalgum país dito democrático. Tudo, todo o arsenal de mistificação ideológica e manipulação política do grande capital foi lançado na "corrida" eleitoralista grega, com a conhecida arquitectura burguesa da bi-polarização eleitoral a assumir contornos inimagináveis e a manipulação do eleitorado grego a atingir um nível colossal, deixando a perder de vista anteriores campanhas e manobras, p.ex., as operações de condicionamento político organizadas aquando da convocação dos "referendos-duplicados" sobre os tratados de cariz colonial-imperialista desta "União" Europeia. O grau de descarada ingerência do grande capital na vida dos gregos chegou ao desplante de mandar publicar editoriais em grego (!) nos seus jornais "de referência", dizendo ao povo grego como tinha de votar!...

Sobre a data do artigo de Álvaro Cunhal na citação acima, no qual ele cita oportunamente Lénine, já decorreram quarenta e dois longos e bem preenchidos anos. Muitos acontecimentos de dimensão histórica ocorreram entretanto, em Portugal e no mundo, transformando o panorama político internacional de forma drástica, radical. Nos dias presentes, prosseguem na Europa e nos outros continentes transformações económicas, sociais, políticas, retrocessos civilizacionais, alterações nas relações de forças de classe em confronto, todos de dimensões inimagináveis há muito menos tempo que estas quatro décadas. Entretanto, os valores políticos e ideológicos do internacionalismo proletário - e o indispensável, consequente e firme combate às concepções reformistas e revisionistas de todos aqueles que, afirmando-se comunistas, os pretendem negar -, eis que se revelam hoje  inteiramente actuais e plenos de vitalidade, afirmando o seu carácter intemporal enquanto as sociedades humanas forem marcadas pela divisão e luta de classes.
E assim continuarão, por uma simples e elementar razão: os marxistas-leninistas, ao contrário dos oportunistas de todos os matizes, não aspiram a ser "a esquerda do sistema" - vivem, ambicionam, sonham, intervêm, organizam, lutam e  tudo fazem  pela conquista, pelos trabalhadores e pelos povos, do seu objectivo mais querido: a destruição revolucionária do sistema, senil e inumano, da exploração capitalista. 

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