SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um Internacionalismo Proletário para o século XXI (II)

 
Em luta contra o mesmo inimigo de classe - o grande capital e o imperialismo - o operariado europeu exige-nos uma activa e constante solidariedade entre todos os seus destacamentos nacionais, sem tibiezas, sem cálculos oportunistas sobre ilusórias "vantagens" que nos proporcionaria a atitude de afastamento, renegando a nossa comum condição de explorados, com o falso pretexto de não nos "isolarmos das amplas massas"...
É um erro típico das concepções reformistas, pensar que a vanguarda deve abjurar sobre os seus fundamentos de classe, esconder quem são os nossos irmãos de combate, pretextar as discordâncias de pormenor para tentar mascarar o afastamento quanto ao fundamental, argumentando oportunísticamente com a necessidade de, desse modo, nos mantermos ligados às restantes classes e camadas anti-monopolistas. A vida, a experiência própria e alheia mostram que não é assim, antes muito pelo contrário: quanto mais claras e sólidas são as nossas posições internacionalistas, maior é o estímulo que transmitimos ao nosso povo para que saia à luta pelos nossos mesmos e comuns objectivos populares e democráticos. Que solidez política, que confiança transmite aos aliados aquela vanguarda operária que escolhe trair as suas obrigações para com os seus próprios irmãos de classe?
Lutar em cada momento, em cada fase do combate, pelos objectivos comuns à classe operária e às classes suas aliadas, não significa ter de esconder os nossos objectivos finais, ocultar a nossa condição de marxistas-leninistas, esconder a nossa firme posição de solidariedade internacionalista com todos que connosco ombreiam na luta contra o capital, contra o imperialismo, diluir a afirmação das nossas fraternais relações de combate com todos quantos, como nós, lutam pela construção revolucionária da emancipação dos trabalhadores, pelo socialismo.
   

MINEIROS LUTAM E MARCHAM PARA  MADRID!

Depois de mais de um mês em greve e de cortes de estrada e duros confrontos com a polícia, mineiros de várias regiões de Espanha iniciaram, dia 22, uma marcha negra até Madrid, em defesa das minas e dos postos de trabalho.

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A «marcha negra» partiu simbolicamente da mina de Barredo, na localidade de Mieres, nas Astúrias, onde, em 1991, 36 sindicalistas se enclausuraram durante 11 dias, em protesto contra a reestruturação da empresa pública Hunosa.
Cerca de 80 trabalhadores, entre os quais estão quatro mulheres, meteram-se a caminho, determinados a vencer os cerca de 500 quilómetros que os separa da capital espanhola.
No mesmo dia, uma coluna de 35 mineiros partiu da Galiza para se juntar aos 45 camaradas de Leão. Na quarta jornada de marcha, as duas colunas juntaram-se no município de Robla (Leão), esperando alcançar Madrid no próximo dia 11 de Julho.
Esta é a terceira «marcha negra» contra o encerramento das minas de carvão. A primeira foi protagonizada por 500 mineiros da Minero Siderúrgica de Ponferrada (MSP) que, em 1992, deram o exemplo caminhando até Madrid.
No ano passado, confrontados com salários em atraso, duas centenas de mineiros leoneses decidiram reeditar a marcha histórica, percorrendo 110 quilómetros até à capital da província, para se integrarem nas manifestações de 29 de Setembro, dia de greve geral no país.
A grande instabilidade há muito sentida no sector agravou-se dramaticamente com o anúncio do corte de 63 por cento dos apoios estatais à extracção de carvão. A concretizar-se, esta medida ditará a sentença de morte da maioria das minas, arruinando comunidades inteiras que dependem desta actividade.
Entretanto, sete trabalhadores continuam barricados nas minas de Santa Cruz del Sil, nas Astúrias, num protesto que dura há 36 dias. Entre eles está Victor Manuel Almeida, a quem chamam «El Português», por ser filho de portugueses que emigraram de Chaves. Outros portugueses emigrantes se têm destacado nesta luta desesperada pela sobrevivência (Lusa, 22.06).
 
Uma luta justa
Solidarizando-se com a luta dos mineiros, a direcção da Federação das Indústrias Metalúrgicas (Fiequimetal), enviou uma mensagem às Comisiones Obreras, saudando «fraternal e calorosamente a luta determinada que têm vindo a desenvolver pela manutenção da laboração das vossas minas». «A vossa determinação constitui um exemplo para todo o sector mineiro. Pelo direito ao trabalho! Pelos recursos minerais ao serviço dos povos e das suas regiões!».
Também o Movimento Democrática das Mulheres (MDM) expressou a sua solidariedade com a «marcha negra», manifestando o seu «total apoio às trabalhadoras mineiras e companheiras dos mineiros que incansavelmente se mantêm organizadas e unidas, contribuindo para um verdadeiro reforço deste protesto, reivindicando o direito ao trabalho e a dignidade para as suas famílias.»

("Avante!", 28/6/2012)


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