SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

sábado, 15 de agosto de 2009

Lénine, o leninismo e a actualidade (II)



Após um intervalo forçado, retomemos o propósito enunciado no texto (I), isto é, analisarmos algumas partes do "Que Fazer?", com o objectivo de as utilizarmos como ferramenta interpretativa de situações e "teorias" da actualidade.
Como dizíamos, com o cuidado atento de procurar ler a sua obra em correlação permanente com a marcha dos acontecimentos da sua época - acontecimentos e situações que ele visava interpretar/influir/dirigir - todos os seus escritos contêm ensinamentos e, simultâneamente, todos evidenciam o seu método rigoroso, polémico, dialéctico, frontal, que tanto nos estimula e atrai para o seu estudo e aplicação no presente.
Daqui resultam a justificação e o objectivo deste texto (II). Transcrevem-se períodos desta sua obra, intercalando-os com apontamentos sobre a sua possível aplicação ao nosso tempo presente. Recomecemos, então:


"De facto, não constitui mistério para ninguém que, na social-democracia internacional de hoje, se tenham formado duas tendências, cuja luta ora “se anima e se inflama, ora se extingue sob as cinzas das grandiosas resoluções de tréguas”. Em que consiste a “nova tendência que "critica” o "velho” marxismo "dogmático", disse-o Bernstein, e demonstrou-o Millerand com suficiente clareza. A social-democracia deve transformar-se de partido da revolução social em partido democrático de reformas sociais. Essa reivindicação política, foi cercada por Bernstein com toda uma bateria de "novos" argumentos e considerações muito harmoniosamente orquestrados. Nega ele a possibilidade de se conferir fundamento científico ao socialismo e de se provar, do ponto de vista da concepção materialista da história, sua necessidade e sua inevitabilidade, nega a miséria crescente, a proletarização e o agravamento das contradições capitalistas; declara inconsistente a própria concepção do "objetivo final", e rejeita categoricamente a ideia da ditadura do proletariado; nega a oposição de princípios entre o liberalismo e o socialismo, nega a teoria da luta de classes, considerando-a inaplicável a uma sociedade estritamente democrática, administrada segundo a vontade da maioria, etc.
Assim, a exigência de uma mudança decisiva - da social-democracia revolucionária para o reformismo social burguês - foi acompanhada de reviravolta não menos decisiva em direcção à crítica burguesa de todas as ideias fundamentais do marxismo. E como essa crítica, de há muito, era dirigida contra o marxismo do alto da tribuna política e da cátedra universitária, em uma quantidade de publicações e em uma série de tratados científicos: como, há dezenas de anos, era inculcada sistematicamente à jovem geração das classes instruídas, não é de se surpreender que a "nova” tendência "crítica” na social-democracia tenha surgido repentinamente sob sua forma definitiva, tal como Minerva da cabeça de Júpiter. Em seu conteúdo, essa tendência não teve de se desenvolver e de se formar; foi transplantada directamente da literatura burguesa para a literatura socialista."(...)

Sabemos, claro, que algumas designações usadas por Lénine devem ser por nós transpostas para as que actualmente utilizamos. Exemplo disto é a designação "social-democrata", que hoje significa comunista. Mas, corrigidos estes pormenores, a leitura deste período de uma obra de Lénine escrita há mais de um século surge-nos hoje espantosamente actual! Se procedermos à substituição dos nomes de alguns dos actores, substituindo-os pelos nomes "correspondentes" da actualidade, a sua análise parece-nos escrita hoje, caracterizando as nossas próprias realidades políticas. Constitui um bom exemplo da genialidade política de Lénine.
Devidamente contextualizado, este trecho tem plena aplicação ao panorama actual dos partidos comunistas, defrontando correntes reformistas externas e também internas. E isto conduz-nos a duas conclusões simples: a primeira, que não é a marcha do tempo e a acumulação de novas experiências e conhecimentos - próprios e alheios - que torna hoje os partidos que se reclamam operários imunes aos fenómenos oportunistas; a segunda conclusão, eventualmente mais dolorosa de enfrentarmos, que também no interior dos partidos o embate político e ideológico está presente, revelando-nos que a luta de classes não fica lá fora, à entrada das nossas portas. Frequentemente, encontramos camaradas com uma concepção falsa - idealista, afinal - sobre os partidos comunistas, aliás explicável pela necessidade constante de preservarmos a nossa unidade e a nossa coesão, razão essencial da força dos partidos "de novo tipo", apresentando a imagem de um partido sólido, coerente, convicto. Uma imagem que, ela própria, seja um factor importante para coesionar e mobilizar a classe e as massas populares na luta que travamos. De tanto defendermos a unidade do partido, somos nós próprios conduzidos à falsa noção de um unanimidade que, mal-grado os nossos desejos e aspirações, não corresponde à realidade.

O combate, tantas vezes áspero e renhido, travado durante os últimos anos - já décadas -, para afirmar a justa concepção de um partido marxista-leninista, contra aqueles que tudo fizeram para o descaracterizar e mesmo destruir, aí estão a confirmar que as batalhas que Lénine no seu tempo teve que travar contra as correntes oportunistas voltam e retornam sempre, assumindo novos formatos e "teorias" mas igualmente visando a liquidação das nossas características essenciais. Outros partidos comunistas - são disto exemplos o espanhol, o francês, o italiano, entre outros - omitindo o trabalho teórico, desprezando a necessidade de um activo e constante combate às teses oportunistas, deixando durante anos e anos que tais ideias fossem medrando no seu seio, "dissolvidos" internamente pela acção dos "reformadores", acabaram totalmente destruídos e hoje deles já nada resta, daqueles que no passado foram grandes partidos operários europeus.

Na luta das ideias, a acção anti-partido das concepções oportunistas é um fenómeno inevitável e intemporal, inerente ao capitalismo e ao seu sistema ideológico dominante. Assim, robustece-nos mais esta ideia da sua objectiva inevitabilidade , permitindo-nos dar-lhe as respostas a cada momento necessárias e adequadas, do que adoptarmos uma concepção idealista do partido, recusando ver os confrontos de ideias que ocorrem - e ocorrerão sempre - no seu seio. A luta de classes está presente em todas as actividades humanas. Entre nós de modo bastante amortecido - felizmente - mas também se manifesta.

(...)"Millerand deu um exemplo brilhante desse bernsteinismo prático; também, com que empenho Bernstein e Volimar apressaram-se em defender e louvar Millerand! De fato, se a social-democracia não constitui, no fundo, senão um partido de reformas e deve ter a coragem de reconhecê-lo abertamente, o socialismo não somente tem o direito de entrar em um ministério burguês, como também deve mesmo aspirar sempre a isso. Se a democracia significa, no fundo, a supressão da dominação de classe, por que um ministro socialista não seduziria o mundo burguês com discursos sobre a colaboração das classes? Por que não conservaria ele sua pasta, mesmo após os assassínios de operários por policiais terem demonstrado pela centésima e pela milésima vez o verdadeiro carácter da colaboração democrática das classes? Por que não facilitaria pessoalmente o czar a quem os socialistas franceses não chamavam senão de knouteur, pendeur et déportateur? E para contrabalançar esse interminável aviltamento e auto-flagelação do socialismo perante o mundo inteiro, essa perversão da consciência socialista das massas operárias - única base que nos pode assegurar a vitória -, são-nos oferecidos os projectos grandiloquentes de reformas insignificantes, insignificantes ao ponto de se poder ter obtido mais dos governos burgueses! Aqueles que não fecham os olhos, deliberadamente, não podem deixar de ver que a nova tendência “crítica” no socialismo nada mais é que uma nova variedade do oportunismo."(...)


A obra leninista é esta magnífica claridade de pensamento, este enfrentamento do real sem titubear, esta exemplar capacidade de discernir campos, explicar os seus significados e, pela polémica profundamente dialéctica, buscar a linha de orientação certa.

Em Portugal, é costume dizermos que, se o quiséssemos, há muito que integraríamos os sucessivos governos. Para tal, bastava-nos (!?) aceitar as políticas falsamente chamadas de "unidade das esquerdas", de "conciliação" dos interesses ditos nacionais, mas de facto ao serviço do grande capital e da conciliação de classes. Há mais de três décadas no lado da resistência e da luta contra a política de direita, ao lado dos trabalhadores e do povo, o PCP soube rejeitar firmemente os "cantos de sereia" que, vindos constante e insidiosamente do exterior, encontraram dentro do partido quem as advogasse. Tal como o texto leninista transcrito acima, também não nos "faltaram" os candidatos a ocupantes de ministérios e/ou secretarias de estado e sempre - é muito importante sublinhá-lo! - apresentando argumentos "de esquerda", anunciados tendo por esteio a necessidade de nos "modernizarmos", de sermos actuais e não fossilizados, abertos às "mudanças em curso no mundo". Pois é: por aqueles que, como Gorbachev nos seus tempos áureos, sempre afirmavam ser indispensável "renovar" o partido para sermos ainda mais verdadeiramente comunistas. Foram rechaçados, desistiram cá dentro de terem o acesso às mordomias que ambicionavam, alguns foram obtê-las ingressando nas formações políticas - PS e PSD - de facto as indicadas para eles. Mas, atenção: este fenómeno não foi definitivamente extirpado do tecido político do partido, das suas organizações. O que nos reclama prosseguirmos com atenção uma cuidada política de quadros.


(...)"Pequeno grupo compacto, seguimos por uma estrada escarpada e difícil, segurando-nos fortemente pela mão. De todos os lados, estamos cercados de inimigos, e é preciso marchar quase constantemente debaixo de fogo. Estamos unidos por uma decisão livremente tomada, precisamente a fim de combater o inimigo e não cair no pântano ao lado, cujos habitantes desde o início nos culpam de termos formado um grupo à parte, e preferido o caminho da luta ao caminho da conciliação. Alguns dos nossos gritam:' Vamos para o pântano!' E quando lhes mostramos a vergonha de tal ato, replicam:'Como vocês são atrasados! Não se envergonham de nos negar a liberdade de convidá-los a seguir um caminho melhor!' Sim, senhores, são livres não somente para convidar, mas de ir para onde bem lhes aprouver, até para o pântano; achamos, inclusive, que seu lugar verdadeiro é precisamente no pântano, e, na medida de nossas forças, estamos prontos a ajudá-los a transportar para lá os seus lares. Porém, nesse caso, larguem-nos a mão, não nos agarrem e não manchem a grande palavra liberdade, porque também nós somos “livres” para ir aonde nos aprouver, livres para combater não só o pântano, como também aqueles que para lá se dirigem!"(...)

Este período escrito por Lénine, já um "clássico" das suas citações, fala por si. Revela a dureza do percurso de um partido de princípios e de fidelidade aos trabalhadores e a necessidade da permanente rejeição daqueles que gostariam de nos ver, como eles, no "pântano". Vejamos o que o autor nos diz em seguida, de novo uma espantosa descrição das realidades da sua época e que nos surge quase premonitória, tão bem ela se aplica aos tempos actuais e nas várias latitudes.

(...)"As manifestações do actual oportunismo internacional, em toda a parte idêntico em seu conteúdo social e político, variam segundo as particularidades nacionais. Em um país, os oportunistas há muito agrupam-se sob uma bandeira distinta; em outro, desdenhando a teoria, seguem praticamente a política dos socialistas radicais; em um terceiro, alguns membros do partido revolucionário, que se passaram para o campo do oportunismo, desejam atingir os seus fins, não através de luta aberta por princípios e tácticas novas, mas através de corrupção gradual, imperceptível e, se é que se pode dizer, não passível de punição pelo seu partido; enfim, em outro lugar, esses desertores empregam os mesmos procedimentos nas trevas da escravatura política, onde a relação entre a actividade "legal" e a actividade "ilegal", etc., é completamente original. Fazer da liberdade de crítica e da liberdade do bernsteinismo a condição da união dos sociais democratas russos, sem uma análise das manifestações concretas e dos resultados particulares do bernsteinismo russo, é falar sem nada dizer."(...)

O período a seguir justifica a sua transcrição pela relevância do problema que trata, isto é, as alianças, a indispensabilidade de uma política de alianças para o proletariado e para o seu partido, e, conexa, a questão do seu justo entendimento e da sua prática correcta.

(...)"Evidentemente, a ruptura não se deve ao fato de os "aliados” se terem declarado democratas burgueses. Ao contrário, os representantes dessa última tendência constituem, para a social-democracia, aliados naturais e desejáveis, sempre que se trate de tarefas democráticas que a situação actual da Rússia coloca em primeiro plano. Mas, a condição necessária para tal aliança, é que os socialistas tenham a plena possibilidade de revelar à classe operária a oposição hostil entre os seus interesses e os da burguesia. Ora, o bernsteinismo e a tendência "crítica" a que aderiram, em geral, os marxistas legais, em sua maioria, removiam essa possibilidade e pervertiam a consciência socialista, aviltando o marxismo, pregando a teoria da atenuação dos antagonismos sociais, proclamando absurda a ideia da revolução social e da ditadura do proletariado, reconduzindo o movimento operário e a luta de classes a um sindicalismo estreito e à luta "realista” por reformas pequenas e graduais. Isso equivalia perfeitamente à negação, para a democracia burguesa, do direito do socialismo à independência e, por conseguinte, de seu direito à existência; e, na prática, tendia a transformar o movimento operário, então em seus primórdios, em apêndice do movimento liberal."(...)

Em prejuízo do desenvolvimento das lutas que podem conduzir a avanços reais na transformação da actual correlação de forças em diversos teatros nacionais, esta tendência oportunista de ocultação/diluição dos ideais, do programa e dos objectivos centrais, da própria razão da sua existência, marca negativamente a prática política de numerosos partidos que se afirmam comunistas, conduzindo-os predominantemente para os terrenos institucionais, em prejuízo da sua presença e da sua actuação, activa e constante, junto dos trabalhadores e das massas populares.

Na sequência, observemos o que Lénine escreveu sobre o dessoramento ideológico, sobre a penetração do ecletismo e da ignorância dos princípios no pensamento e na vida do partido. Vale a pena chamar a atenção para a terminologia utilizada pela corrente oportunista da sua época, tão grande a semelhança com designações da actualidade, e, como um aparente apelo à liberdade de crítica mascara afinal o real desinteresse dos oportunistas pela teoria, rejeitando a necessidade do desenvolvimento teórico do partido, desenvolvimento da teoria que permite fortalecer, a cada momento, a actividade partidária.

(...)" 'O dogmatismo', o 'doutrinarismo', 'a fossilização do Partido, castigo inevitável do estrangulamento forçado do pensamento', tais são os inimigos contra os quais entram na arena os campeões da "liberdade de crítica" do Rabótcheie Dielo. Apreciamos que esta questão tenha sido colocada na ordem do dia; apenas proporíamos completá-la com esta outra questão: Mas, quem são os juízes?"(...)"Vê-se assim, portanto, que as grandes frases contra a fossilização do pensamento, etc., dissimulam o desinteresse e a impotência para fazer progredir o pensamento teórico. O exemplo dos sociais democratas russos ilustra, de uma forma particularmente notável, esse fenómeno comum à Europa (e de há muito assinalado pelos marxistas alemães), de que a famosa liberdade de crítica não significa a substituição de uma teoria por outra, mas a liberdade com respeito a todo sistema coerente e reflectido; significa o ecletismo e a ausência de princípios."(...)

E ainda neste plano da actividade teórica do partido e as manifestações oportunistas, o período seguinte pode ser-nos muito útil e oportuno, ao colocar-nos de sobreaviso quanto ao pensamento real de muitos indivíduos que se reclamam marxistas; escrevem com frequência sobre temas políticos, usam uma linguagem aparentemente de esquerda e utilizam citações dos clássicos como suporte para as suas ideias, mas afinal tripudiam o seu significado e violam o pensamento real dos clássicos. Curiosamente, com citações de Marx, já Lénine discutia no seu tempo o carácter ilegítimo de tais citações. Assenta como uma luva em muitos teóricos de grande notoriedade nos tempos presentes! Apreciem:

(...)" 'Cada passo avante, cada progresso real valem mais que uma dúzia de programas'. Repetir tais palavras nesta época de dissensão teórica equivale a dizer à vista de um cortejo fúnebre: "Tomara que sempre tenham algo para levar!" Além disso, essas palavras são extraídas da carta sobre o programa de Gotha, na qual Marx condena categoricamente o ecletismo no enunciado dos princípios. 'Se a união é verdadeiramente necessária', escrevia Marx aos dirigentes do partido, 'façam acordos para realizar os objectivos práticos do movimento, mas não cheguem ao ponto de fazer comércio dos princípios, nem façam "concessões" teóricas'. Tal era o pensamento de Marx, e eis que há entre nós pessoas que, em seu nome, procuram diminuir a importância da teoria!"(...)

Já vai longo este post e é tempo de o fechar. Terei que deixar para mais uma nova postagem a selecção restante sobre o que Lénine nos deixou no seu escrito "Que Fazer? (as questões palpitantes do nosso movimento)". Nele tratou da construção do partido, numa sua fase ainda enbrionária, constitutiva, mas os problemas que trata continuam ainda hoje actuais, constituindo preciosos ensinamentos para todos os partidos e militantes comunistas.

Oxalá tenha conseguido contribuir para relembrar/despertar o interesse pela sua leitura, tornando-a tão palpitante quanto o são as ideias revolucionárias que nos legou.


12 comentários:

Anónimo disse...

tudo bem

jose luz disse...

Caro Filipe
Por motivo do seu artigo ser um pouco grande e haver a necessidade de uma resposta mais completa do que um simples comentário eu dividirei a minha resposta por vários comentários,porque só num não é possivel.

Ao lêr a primeira parte do tema "Lénine,o leninismo e a actualidade"tinha ficado com a impressão de que estava a assistir à continuação da critica que alguns partidos já iniciaram,com particular destaque para o PCGrego,que por longas décadas tem medrado no seio das correntes comunistas em Portugal,bem como no MCI,mas ao tomar conhecimento da segunda parte,sofri uma certa desilusão,quando verifico que quer saber o PCP do "lamaçal" em que outros cairam,no entanto como prémio de consulação,fica o "apelo" a leitura e ao estudo do "Que Fazer?"o que é sempre bem vindo.
Afirmar que o PCP,ao contrário de outros partidos (françês,italiano,espanhol,etc.etc.)conseguiu "rejeitar" os "cantos de sereia" e os "apelos vindos do exterior",mas que encontrava no seu seio quem as "advogasse" e que ao longo de mais de três décadas,sempre soube "resistir" as falsas "politicas de esquerda",à "conciliação"e a "colaboração de classes" mantendo-se sempre ao lado do povo e da classe operária;Que bom que seria se isso conrresponde-se a verdade.
Vamos então aos factos!
Deve concerteza saber,que após o GOLPE MILITAR que derrubou o fascismo em 25 de Abril,que o proletariado de Norte a Sul desencadeou um poderoso movimento GREVISTA (conhecido como PREC),para exiguir os direitos que o fascismo sempre lhe tinha negado,mas que também não constavam no programa do MFA,acontece que a postura de então do PCP,foi de travar esse "movimento",alegando para o efeito,caso os trabalhadores levassem os seus objectivos por diante,que seria o "caos económico" a "ruptura da aliança Povo/MFA" e assim um possivel retorno ao fascismo,como certos apoios iniciais ao fascista Spinola,quando mais tarde se confirmou que este era o chefe de várias intentonas contra o 25 de Abril.
No periodo do golpe reacçionário de 25 de Novembro,não só não mobilizou os seus militantes e dirigentes sindicais,contra o "golpe" como os mandou embora para casa e que esperassem por melhores dias,enquanto milhares de trabalhadores das várias empresas da cintura industrial de Lisboa/Setúbal,estavam na rua a resistir ao "golpe"
Nota: continua


Deve concerteza saber,que a

jose luz disse...

Continuação do comentário de José Luz.

Aliás,foi esta derrota que determinou o "assalto" da burguesia capitalista,às conquistas então obtidas e que voçê conclui muito bem quando diz no artigo I,que só nos resta alguma "liberdade politica"(para de quatro em quatro anos votarmos,no partido e na classe que a seguir nos vai explorar e reprimir).
A partir de 1956,adere e passa a defender as teses contra revolucionárias impostas pela camarilha Krustchoviana,social-pacifistas e de colaboração de classes,com as burguesias capitalistas em cada país particular,bem como com as potências imperialistas,teses estas repescadas ao arsenal contra revolucionário do grupo Bukarine,Trotsky,Kamanev,Zinoviev e outros traidores,que antes tinham sido eliminados pela sua traição e sabotagem a construção do socialismo na URSS,politica esta que como é sabido acabou por destruir a própria URSS e o campo socialista e fazer retornar a estes o capitalismo e a escravidão assalariada e a mais profunda miséria.
Em 1975 no VII Cong.do PCP,REJEITA-SE CATEGORICAMENTE a Ditadura do Proletariado do programa do partido (proposta feita pelo secretário geral,com o apoio do secretariado e pela maioria do C.C.),com o argumento que defender a ditadura do proletariado podia estabelecer e criar alguma confusão nas massas e estas poderem confundir esta com a ditadura fascista,veja-se só até que ponto se rebaixa os objectivos revolucionários e se renega a luta contra o capitalismo e contra a burguesia capitalista.
Rejeitou a Revolução Socialista e a violência revolucionária,contra o poder da burguesia dominante e criou um "novo" programa e passou a defender uma dita "Revolução Democrática Nacional"cujas alianças assentavam nos sectores social-democratas e liberais,limitando-se ao derrube do fascismo,pela defesa de um regime "institucional parlamentar"exigindo sempre que intervêm a "legalidade" e a "credibilidade" das "instituições burguesas",considerando conjuntamente com o B.E.e os outros partidos defensores do capitalismo que o "parlamento é a casa da democracia"quando esta legisla contra o povo trabalhador e cria as melhores condições de exploração a burguesia capitalista.
Nota:continua.

jose luz disse...

Continuação dos comentários de Jose luz.

Até hoje apesar de "considerar" que houve "erros cometidos" na antiga URSS e nos outros Países,ainda não foi capaz de produzir qualquer argumento que identifique esses "erros",como nunca se auto-criticou dos apoios que manifestou,como mantem as mesmas politicas reformistas que determinaram essa degenerescência.
Coptou e transporta para os seus iventos e actividades (comicios,sessões de esclarecimento,pior ainda,para o 1º de maio)as "cores,a bandeira e o hino" da républica burguesa e capitalista,manifestando assim o seu social-chauvinismo nacionalista serôdio,quando apenas devia usar as bandeiras vermelhas da revolução e o hino internacional dos trabalhadores.
Para as próximas eleições legislativas apresentou um programa em 9 pontos,ditos de "alternativa de esquerda" e em defesa da "soberania nacional" mas que não põe em causa as bases económicas do capitalismo.Continua a ter como eixo central da sua politica de "ruptura" com as politicas de direita (era melhor dito capitalistas,porque senão pode-se pensar que o Estado é neutro em matéria económica)o apoio aos médios capitalistas,utilizando e aproveitando-se da baixa consciência politica do proletariado,do argumento já bastante "pulido"que se trata de apoios para manter e criar emprego,e salvar o "nosso" tecido produtivo, como se isso fosse coisa possivel;Ou seja,como o B.E.,defendem um capitalismo mais "moderno"e menos selvagem,quando deviam lutar contra a exploração do trabalho assalariado,como era habitual e próprio de um partido que se assuma de COMUNISTA.
É normal que num quadro destes de degenerescência e oportunismo,onde já não se diferência as politicas de "esquerda" e dos partidos capitalistas,haja as tais "folhas secas" que "advoguem" e passem a exigir um MELHOR PAGAMENTO pela sua actividade ou uma maior moderação ou mesmo traição,aliás estes e os partidos que degeneraram na social-democracia (o françês,o italiano o espanhol e a maioria esmagadora dos outros que ao longo das décadas apoiaram o oportunismo e se transformaram em partidos burgueses)são apenas a parte mais protefacta e visivel desse oportunismo.
Assim penso que as citações que faz do livro (Que Fazer?) de Lénine,assentam que nem uma LUVA,nas práticas politicas actuais e na história do PCP,infelizmente.
Ainda assim "oxalá"que os militantes do PCP,leiam e estudem o "Que Fazer?" e se consiga formar um colectivo revolucionário BOLCHEVIQUE,para bem do proletariado e da revolução proletária que é necessário fazer.

Saudações revolucionárias para si,Filipe

filipe disse...

José Luz:

Registo o seu interesse pela leitura dos textos aqui publicados. Tal leitura é a razão de ser deste blog, como o é de qualquer outro escrito público.
Embora discordando do sentido geral dos comentários que aqui deixou, eles aí ficam à consideração de outros leitores, entendendo-os como uma contribuição - a sua - para o debate de ideias que este espaço quer aberto. Pena é que ela desrespeite a verdade em numerosos aspectos da história portuguesa contemporânea.
A discussão sobre as longas considerações que faz, àcerca do percurso político e do papel do PCP, exorbitando em grande medida o conteúdo do texto publicado, como deve compreender, não cabe nas dimensões e nos objectivos do blog. Não obstante os seus numerosos erros de avaliação interpretativa - que, quero crer, não se devam a uma deliberada intenção de ofender - justificarem noutro contexto uma larga discussão.
Pela idade e por circunstâncias da vida, tive a afortunada sorte de ser testemunha e participante, como comunista e como sindicalista, de muitos dos principais momentos da Revolução de Abril - tentativa de golpe Palma Carlos, marcha silenciosa do 28 de Setembro, 11 de Março, 25 de Novembro, etc - e, por tal razão, conheço bem o papel honroso e de classe que em todos eles (todos, repito) desempenhou o PCP, papel que em nada corresponde à sua avaliação.
Assisti e/ou participei em todos os Congressos do partido, desde o VII[Extraordinário](em 74, e não em 75 como escreveu), passando pelo XIII[Extraordinário], em 90 (que precisamente analisou as cinco causas principais das derrotas do socialismo), até ao XVII e à fase preparatória do XVIII, sendo por isso um observador privilegiado dos factos.
Do VI Congresso, em 1965, das suas análises e novo programa -brilhantes, de um ponto de vista revolucionário -, definindo a via da insurreição popular armada para o derrubamento do fascismo, já em texto anterior aqui escrevi o que penso.
Sobre a actualidade, é de registar o prático desaparecimento de todas as organizações esquerdistas do panorama da luta actual em Portugal. Exemplo acabado disto é o MRPP, que desempenhou um dos mais activos papéis provocatórios ao longo dos anos de 1974/75 e hoje somente surge a disputar eleições, usando ilegitimamente a foice e o martelo para ludibriar os menos atentos no acto de votar, enquanto observamos a maioria dos seus antigos dirigentes bem "encaixados" no sistema dominante. Disto é exemplo inigualável o Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, num típico fenómeno de regresso às origens de classe...
Concluindo: Estamos em profunda discordância, em múltiplos aspectos do seu desdobrado comentário.
Os comunistas portugueses, tal como todos os humanos, cometem erros. O seu partido, o PCP, não está imune à crítica e está aberto a ela. Mas à crítica séria, fraterna, leninista. Com respeito absoluto pelos factos e uma rigorosa observância da objectividade na análise.
Retribuo-lhe as saudações.

josé luz disse...

Caro Filipe
O que me moveu nos comentários que fiz ao seu texto,foi de simplesmente poder contribuir para uma maior clarificação e demonstrar que as "folhas secas"que sairam por várias vezes ao longo da história do partido e aquelas que lá ainda se encontram,são o resultado concreto não apenas dos APELOS que vêm do EXTERIOR,ou seja da burguesia,mas sim também, das teses politicas que têm orientado o partido desde o ano 1935,que após o 7ºCong.da IC,onde se substituiram e RENEGARAM os objectivos estratégicos revolucionários Léninistas dos anteriores congressos, alegando-se para o efeito que as politicas dos anteriores,era uma politica"sectaria"e "dogmática"porque não tinham em conta as politicas de "alianças" definidas por Lénine.O que não deixou de ser um embuste que se fêz, contra a revolução socialista e contra o proletariado internacional.O P.C.Grego,apesar da sua análise ainda continuar limitada,está práticamente a chegar a estas conclusões,consulte as suas teses sobre o SOCIALISMO e logo verificará.
Corrigidos os ditos erros "sectários" e "dogmàticos"elaborou-se uma linha politica de caracter anti-fascista,que preconizavam formar "frentes populares"e estabelecer "alianças" com as "burguesias social-democratas e liberais"limitando esta politica, APENAS, a um quadro de luta contra o fascismo e em defesa de regimes "democráticos" burgueses,como aconteceu na maior parte dos Países da Europa,já com estes regimes instituidos e onde vários P.Ctas, constituiram governos de "frente popular"com as suas burguesias nacionais reacçionárias e que por SINAL tomaram várias medidas politicas anti-sociais e anti-operárias,levando estes a se revoltarem contra tais politicas e tais governos e a serem inclusivamente repremidos pela sua "ousadia",o caso Françês é bem flagrante e significativo.
Acontece que estas ditas "teses"Léninistas,foram impostas a todos os partidos comunistas,sem se ter em atenção as particularidades de cada País,o que é profundamente anti-marxista/leninista.
Aliás, estas orientações politicas já antes, se tinha tentado fazer aprovar no 6º cong da IC,pelos grupos oportunistasde "esquerda" e de direita,de Trotsky/Bukarine e que só a oposição de Stalin e do grupo de bolcheviques que o acompanhava,o conseguiram evitar, dado a fraqueza ideológica da grande maioria dos P.Ctas.
Aliás a respeito das "novas" teses são notórias as palavras de "Duarte"A.Cunhal,para justificar a nova a linha politica sindical do partido sobre o trabalho nos "Sindicatos Nacionais" "Em 1934-1935,o nossoPartido,como outros Partidos irmãos,tinha esquecido estas palavras".Veja só,"TINHAM-SE ESQUECIDO",trata-se de como se deve fazer politica de massas e de "alianças"definida por Lénine.
"Mas o histórico VIIº Cong.da IC,em 1935,veio indicar o caminho justo,e o nosso Partido compreendeu então a necessidade da viragem que não soubera fazer em 1934."Ou seja antes do congresso.(O livro, "OPCP e a luta sindical" ver no ultimo paragrafo da pag.22,Edições Avante,1975) O que quer dizer que as teses dos anteriores congressos, desde a fundação da IIIªIC estavam erradas.

Sobre a violência "revolucionária" que A.Cunhal,defendia,como critica a linha oportunista ULTRA-DIREITISTA de Júlio Fogaça,que defendia o afastamento de Salazar por meios pacificos,indo ao ponto de defender "alianças" com os "fascistas descontentes",foi a melhor forma que A.Cunhal,encontrou para afirmar o seu "revolucionarismo",o que até não se confirmou,pois tratou-se de um GOLPE MILITAR,que se limitou a afastar M.Caetano e outros fascistas,-mas impedindo inclusivamente que estes fossem julgados pelos crimes cometidos contra o povo,em particular os trabalhadores,durante os 48 anos da sua ditadura - mas que não tocou na base económica da classe capitalista que sustentou o regime,-daí não se poder afirmar que se tratou de uma acção violenta "revolucionária"-,mas que apenas mais tarde aconteceu, embora limitado e inconsequente, e, devido a luta popular que se desenvolveu.
Nota:CONTINUA

José Luz disse...

Continuação do comentário ao comentário de Filipe.

Quando o Filipe "apelou"ao estudo da teoria revolucionária do proletariado e em particular ao estudo do "Que Fazer?" e à formação de um colectivo forte M-L,sempre pensei que era para averiguar as causas e as razões do aparecimento do oportunismo e dos oportunistas de hoje,mas pelo que dá a entender "parece-me"que quer apenas ficar pela RAMA e não APROFUNDAR,daí duvidar dos meus propósitos e métodos fraternais,e FRONTAIS de criticar.
As "insinuações" que faz sobre o MRPP,quero-lhe dizer,que são VELHAS e sempre revelaram,uma certa fraqueza de argumentos,o que penso sinceramente não ser o seu caso,mas já agora lhe digo que nunca me identifiquei,com as posições politicas desse grupo e que partilho da sua opinião acerca dele,no entanto tenho bons e grandes AMIGOS -como aliás no PCP-que foram militantes desse grupo e que hoje pensam de modo diferente,MAS,como você sabe,não foi só daqui,que partiram para o outro lado.- Faz parte da decorrência da própria luta de classes.

Quanto ao sucedido na URSS e no campo socialista e há falta de auto-critica,em relação as teses Krustchovianas,ao qual,INFELIZMENTE o PCP aderiu,continuo a dizer que a análise aos ditos "erros" cometidos,é apenas feita pela RAMA,e mais com o propósito de LIMPAR as MÃOS e JUSTIFICAR a sua própria situação.
A prova mais concreta da sua incapacidade de produzir uma análise SÈRIA,RIGOROSA de AUTO-CRITICA,ao seu passado COLABORACIONISTA,é a MANUTENÇAO das suas teses politicas,que vêm na linha,daquelas que determinaram a DEGENERESCÊNCIA e a TRAIÇÂO ao socialismo.A não ser, que me prove o contrário.
No entanto para se certificar da minha boa fé e procura de discussão FRATERNAL,Léninista,propônho-lhe,dado a complexidade do assunto em questão, a discussão PONTO por PONTO das questões por mim levantadas,ou outras que o Filipe queira introduzir.
Considerando o que você diz,sobre o espaço reduzido do BLOG,sugiro-lhe,que também,caso o queira fazer,que envie as suas opiniões para o meu MAIL,que em anteriores comentários tive o prazer em lhe enviar,ou então, ainda lhe sugiro,que abra uma "janela" no seu BLOG,sobre o "tema",o que até poderá possibilitar a intervenção de outros leitores.
Quanto ao meu passado,como você,não tive apenas o previlégio de o ter vivido,como mesmo participar nele activamente.

Saudações cordiais e revolucionárias para si,Filipe.

José Luz,ex-operário,caldeireiro na Lisnave

filipe disse...

José Luz:

O conjunto de aspectos que trata nos seus últimos comentários, apontando para uma análise de carácter histórico ao M.C.I. e às posições políticas dos vários PC's que o integravam, sendo de facto interessantes, não foram nem são o objecto dos textos (I) e (II) que aqui foram publicados sobre o "Que Fazer?", pelo que a sua discussão não cabe neste espaço.
Já quanto aos posicionamentos actuais do PCP, se estiver nisso interessado poderá encontrar no sítio do partido, na resolução política aprovada no seu XVIII Congresso, respostas a várias das questões que parece querer levantar. Pela minha parte, e somente a propósito de dois dos pontos que aborda, deixo transcritos, para si e para outros eventuais leitores destes comentários, dois trechos daquela resolução que considero úteis:

1) "A caminhada da Humanidade para o socialismo e o comunismo sofreu profundos reveses no findar do século com as derrotas do socialismo na URSS e no Leste da Europa.
O estudo das suas causas e consequências prossegue no movimento comunista e no campo progressista, e o PCP deverá consagrar-lhe ainda mais atenção para tirar todas as experiências e ensinamentos que comporte, a fim de prosseguir a luta com reforçada confiança. Temos muito de valioso já adquirido pela elaboração e reflexão colectivas do Partido desde o XIII e XIV Congressos. Revelou-se particularmente fecunda a tese avançada pelo PCP de que (ao contrário do que pretendeu a violenta campanha desencadeada pelos nossos adversários sobre a «morte do comunismo» e o «declínio irreversível dos partidos comunistas») o que foi derrotado não foram os ideais e o projecto comunistas mas um «modelo» historicamente configurado, que se afastou, e entrou mesmo em contradição com características fundamentais de uma sociedade socialista, sempre proclamadas pelos comunistas, relativas ao poder dos trabalhadores, à democracia política, às estruturas socioeconómicas, ao papel do Partido, à teoria. Tendo como base as análises e orientações do XIII e XIV Congressos, é necessário continuar a aprofundar a reflexão."

2) "O regime democrático saído da Revolução de Abril, correspondendo a uma nova realidade na sociedade portuguesa consagrada na Constituição da República, tem tido nos detentores do poder e na política de direita o seu principal inimigo e agressor. A evolução da vida política nacional fica marcada pelo permanente conflito de mais de três décadas entre a acção e os objectivos prosseguidos pelos sucessivos governos do PS e PSD, com ou sem o CDS-PP, e o carácter progressista e avançado do regime democrático, e da activa intervenção do poder dominante para o procurar amputar, limitar e liquidar.
Resultado de um longo processo de descaracterização, suportado em sucessivas revisões constitucionais e sobretudo na produção de legislação ordinária (muita dela contrariando o texto constitucional), o regime democrático, num Portugal cada vez menos soberano, apresenta-se politicamente empobrecido e desfigurado, amputado da sua dimensão social e económica originária e crescentemente asfixiado pelos interesses do grande capital.
A vida política e democrática apresenta-se hoje crescentemente reduzida à dimensão formal das democracias burguesas actuais, comum à generalidade dos países capitalistas, e bem distante do regime democrático que a Revolução originou e a Constituição de 1976 consagrou."

filipe disse...

José Luz: (conclusão)

Sobre o papel do MRPP, o que lhe disse não são "insinuações", são afirmações e são factos. Aliás, esse papel esquerdista e provocatório, embora com graduações e tons diferenciados, também o tiveram a UDP/PCP(R), a LCI, a AOC, etc. Alguns deles juntaram-se no B.E., e aí hoje abraçam posições social-democratas, bem exemplificadas nos comportamentos do Zé, na C.M.L., e do Chora, da Autoeuropa, no almoço de desagravo ao Manuel Pinho, ex-ministro do governo Guterres.
Para encerrar,não obstante já lhe ter dito no início que os temas que aborda excedem o âmbito dos textos aqui publicados, registo o seu interesse em prosseguir o debate. E para isso, como até me pareceu algo desiludido com o conteúdo deste blog, faço-lhe uma contra-proposta: que seja o José Luz a promover tal discussão, num blog que crie com esse objectivo, usando um meio que é gratuito e que qualquer pessoa (pelo menos por enquanto!) pode usar.
Se o fizer, talvez venha a ter a oportunidade de retribuir-lhe a visita. Saudações cordiais.

jose luz disse...

CaroFilipe
Dizer que os meus comentários não se "enquadram" no âmbito das questões levantadas nos seus textos,quando você alega para defesa do oportunismo instalado no seio do PCP,que este "RESISTIU" a COLABORAÇÂO de CLASSES e que as "FOLHAS SECAS"(como lhes chamava A.Cunhal)"adogavam" as vozes que lhes vinham do exterior,ou seja da burguesia capitalista,escamoteando o APODRECIMENTO INTERNO,como causa originária da degenerescência desses quadros,não é apenas uma transposição mecanica do surgimento do oportunismo em determinados quadros,mas o mesmo que dizer que o desaparecimento da URSS e do campo socialista,se deve apenas a Korbachov e a Ieltsin,porque "advogaram" as directrizes que as forças reacçionárias e do imperialismo lhes ditou, é absolver a camarilha Krutchovista de todo o seu oportunismo revisionista ultra- direitista,que após o XX cong.emerguiu,como outras camarilhas revisionistas no mundo,em particular e os mais destacados os partidos,Americano,Italiano,Françês e Espanhol,que transformaram os partidos revolucionários do proletariado,em partidos social-democratas e em agências servidoras dos interesses das classes capitalistas nacionais.
Os factos que levanto nos meus comentários,são a prova evidente que o PCP,não conseguiu RESISTIR,como exerceu a prática anti-Léninista de COLABORAÇÂO de CLASSES,com a burguesia capitalista portuguesa,como foi CÚMPLICE dos revisionistas que trairam e destruiram as conquistas revolucionárias do CAMPO SOCIALISTA.
Daí você não ter argumentos para contrariar e vêr-se obrigado a recorrer,as citações das teses do XVIII cong,que mais uma vez lhe digo,são mais para JUSTIFICAR do que própriamente para ANALISAR de forma PROFUNDA e daí poder retirar a sua própria AUTO-CRITICA que está POR FAZÊR e a argumentos que eram utilizados,pelos militantes do partido, com mais baixa consciência politica e formação ideológica M/L.No entanto,acrescento-lhe que o aparecimento dessas "organizações"umas esquerdistas e outras ultra-direitistas,são também resultado do surgimento e apodrecimento da teoria revolucionária dentro do PCP.
Não aceito a sua contra-proposta,porque ela é bem reveladora do interesse que você manifesta em fugir ao debate,sobre as questões que você próprio levantou nos seus textos,proposta esta que eu sinceramente não esperava,mas que afinal revelam o quanto você já está consumido pelo oportunismo de direita,social-chauvinista do seu partido.
É caso para lhe apelar,estude o "Que Fazer?"com profundidade e tire dele as necessárias ilações,para seu bem e para bem da luta contra o oportunismo.

Saudações cordiais e revolucionárias para si,FILIPE.

filipe disse...

José luz:
As nossas discordâncias são muitas e profundas, facto que não constituirá nenhuma novidade ou sequer um problema existencial para qualquer de nós.
O que justifica esta resposta é a necessidade de deixar-lhe dito que este seu último comentário confirma que você não visa discutir as ideias contidas nos textos que aqui vão sendo editados, eventualmente merecedoras de crítica e de debate. O seu alvo é outro: o PCP. Dissertando - de novo - sobre o que pensa ter sido a história de alguns partidos comunistas, e, a pretexto da traição de Nikita Krutchov e dos que se lhe seguiram aos ideais dos comunistas e ao marxismo-leninismo, lança-se mais uma vez contra o PCP, de uma forma muito pouco objectiva, nada dialética. Devemos concluir que, para si, todos os PC's foram e são iguais - excepto, talvez, algum que deixou sem nomear. E isso é um erro seu, talvez irremediável, à luz da teoria marxista que diz defender. Ignora propositadamente todos os elementos distintivos e diferenciadores do percurso próprio do partido português - seja no âmbito do M.C.I., seja quanto ao seu papel anti-fascista e revolucionário no plano nacional (antes e depois de 74) - retomando as numerosas falsificações históricas dos seus comentários anteriores. Usa contra o PCP uma terminologia políticamente ofensiva, muito semelhante àquela que era utilizada no passado por organizações esquerdistas anti-comunistas.
Sinceramente, lamento-o.
Enfim, perante tudo o que por nós foi sendo dito, e tendo recusado a minha anterior proposta (edição de um blog seu - ou informação sobre qual aquele onde já participa, será o mesmo), por aqui considero encerrado o nosso diálogo.
Retribuo-lhe os votos de estudo, sério e fundamentado nas realidades objectivas, como é obrigatório para quem se reclame marxista-leninista.
A terminar, permita-me uma outra sugestão: se puder, visite a Festa do "Avante!" no próximo fim-de-semana. Lá poderá constatar a força das energias revolucionárias deste partido comunista, numa realização político-cultural de massas cuja dimensão que não tem, dentro ou fora do país, exemplo semelhante, deixando todos os anos comunistas do mundo inteiro surpreendidos com as capacidades realizadoras do PCP. Claro, só possíveis num partido operário.
Saudações Comunistas.

Anónimo disse...

necessario verificar:)