SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

sábado, 29 de maio de 2010

Um dia muito feliz na vida e na luta de um povo!

Decorreu hoje (29/5) em Portugal uma das maiores manifestações de trabalhadores de que há memória nas últimas décadas, das muitas e muito grandes já realizadas no país. As imagens que nos chegam são verdadeiramente impressionantes! O carácter maciço das filas de manifestantes, a sua determinação e combatividade, a sua orgulhosa afirmação do valor do trabalho e da luta dos assalariados, a convicção visível em tantos rostos, novos e velhos, a confiança transbordante na sua força, na razão da sua luta, a confiança num futuro mais justo e mais feliz, tudo isto afirmando que hoje, em Lisboa, a classe operária portuguesa, os assalariados dos mais variados ramos de actividade, as profissões intelectuais, os artistas de vanguarda, todos unidos escreveram uma das mais belas páginas da história da luta do povo português, na sua caminhada penosa, complexa, difícil mas firme, rumo a uma sociedade nova e de facto democrática, de liberdade, de valores humanos e de dignidade que varrerá a humilhação, a desapiedada exploração, a criminosa opressão que marca - e ainda marcará nos tempos imediatos - a vida dos portugueses.
Mas nada fica como dantes, depois desta grandiosa manifestação de descontentamento e de luta.
300.000 manifestante ganhando avenidas e praças, ganhando as ruas, será uma grande manifestação em qualquer país. Contando Portugal pouco mais de 10 milhões de habitantes, esta manifestação de hoje dos assalariados portugueses é, sem qualquer dúvida, proporcionalmente à população portuguesa, uma das maiores demonstrações de força e de combatividade de entre os assalariados de todos os países europeus, em luta contra a violenta ofensiva espoliadora dirigida pelo capital a partir da "sua" UE.
Salvé, a luta dos trabalhadores portugueses! Luta que vai continuar, decerto com ainda maior vigor e combatividade.
Aos eternos hesitantes, aos descrentes nas energias presentes no povo, a todos aqueles cujo papel que desempenham é sempre, mas sempre, o de tentarem "amarelar" aquilo que vibrantemente flameja de vermelho, é tempo de dizer-lhes: está na hora de se afastarem, de se arredarem do caminho, de deixarem ser "empatas" no percurso que o movimento operário voltou hoje a afirmar que quer que seja o seu, de deixarem de ser estorvos no combate do trabalho contra o capital. Reformem-se, mudem de actividade, ocupem o tempo fazendo coisas mais compatíveis com o vosso recuado estado de ânimo. Ou então, de uma vez por todas, esforcem-se modesta e sinceramente por acompanhar o passo e a dinâmica de luta dos trabalhadores e do povo, hoje de novo tão brilhante e tão eloquentemente afirmada. Se o fizerem, terão o grato gosto de caminhar lado a lado com os explorados e rumo ao futuro; se se recusarem, insistindo nas conciliações, nos negocismos, nas co-gestões concertantes, então terão a resposta que merecem: serão varridos do caminho e expostos à justíssima execração dos que acreditam, dos que lutam, dos que defendem a unidade dos trabalhadores contra os exploradores, dos muitos mais que querem seguir adiante! A escolha urge, cada dia haverá menos espaço e condições para permanecerem "em cima do muro".

6 comentários:

Anónimo disse...

Faço votos que sua voz seja ouvida onde mais é necessária.
Viva a imparável luta do povo!

Anónimo disse...

Era mais objectivo se reparasse que aqueles que pôem de amarelo a luta dos trabalhadores estão na direcção da Inter. Veja o discurso colaboracionista com a UGT (sindicato do patronato) do secretário-geral e constate que esta luta assim dirigida é mais um logro na luta que os trabalhadores travam contra o capital. Tenha a coragem de denunciar isto "preto no branco"

Fernando Samuel disse...

Como dizia a Elsa Triolet, a barricada só tem dois lados: o nosso e o deles...

Um abraço.

Anónimo disse...

Exactamente, a barricada só tem dois lados: Como compreender que C.Silva e J. Proença estejam na mesma barricada?
E na outra quem está? Provavelmente ninguém e assim a luta tem que ser forçosamente um fracasso.

A CHISPA ! disse...

Caro Filipe
"amarelar" é favor,os objectivos politicos principais dos ditos dirigentes sindicais,como se prova através das suas intervenções,não é de estarem própriamente contra as medidas anti-sociais contidas no PEC,apesar de se servirem delas para mobilizar,mas sim utilizar a grande manifestação que foi,para se encobrir com um certo "radicalismo" pseudo anti-capitalista de práticas politicas assentes na concertação social,onde o espirito conciliatório e de colaboração com o capital, têm reinado e permanecido até hoje.
Não é por acaso que em vez de colocarem os aspectos anti-sociais das medidas contidas no dito PEC e mobilizarem as massas contra tais medidas até que o governo recue,não, centram a sua acção na "exigência" num maior equilíbrio na distribuição da factura, pelas várias classes sociais.O que quer dizer,se esta equidade for tomada em linha de conta,os protestos tênderam a desaparecer,como aliás já o fizeram no passado,com particular destaque para os últimos dez anos,onde os vários governos ao serviço da burguesia capitalista,obrigaram o povo a apertar o cinto,para recuperarem dos déficit públicos sucessivos em que colocaram o País,originados pela perda de competitividade da economia.
Aliás as propostas aprovadas na última jornada parlamentar do PCP vêm exactamente nessa perspectiva politica.
O próprio Ruben de Carvalho,membro do CC, em "debate" com Angelo Correia,do PSD,(mas também já outros dirigentes do PCP e do BE, inclusivamente J. de Sousa e F.Louçã o fazem diáriamente) no programa "Frente a Frente",assumiu e sublinhou, passo a citar: "que não se pense que o PCP, está contra a recuperação económica que é necessário fazer,com estas propostas pretende-mos apenas,dar, um maior equidade na distribuição das medidas a tomar,para que não sejam os mesmos de sempre a suportar os custos da crise."
Sobre a "combatividade" da manifestação e dado o peso das medidas anti-sociais do governo capitalista,esta de facto melhorou nesse sentido em relação às anteriores,mas mesmo assim, esteve muito aquem daquilo que é exigido e necessário para confrontar o governo,não por culpa das massas que participaram,mas sim devido às palavras de ordem que nelas são incorporadas,palavras de ordem muito recuadas,quando comparadas com o caracter reacçionário de tal politica anti-social e que têm como objectivo específico e bem concreto,de não deixar o movimento ultrapassar certos limites,e que possam colocar em causa a linha politica das suas organizações.
Quanto à UGT,mais uma vez provou para que fins o patronato a criou, mas mesmo com estas posições reacçionárias e pró-governamentais, há sempre quem ache que é possivel ter relações sindicais e amistosas com estes lacaios do capital.
Uma última nota,as suas criticas continuam a tratar o problema pela rama,as incoerências são de ordem politica bem mais profundas e radicam no programa anti-revolucionário que o PCP assumiu há longas décadas atrás,e que hoje o coloca,não como um partido revolucionário e anti-capitalista,mas como um partido à esquerda do sistema, o que daqui resulta todas as consequências para o movimento sindical que dirige e controla.
Um abraço para si Filipe
"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!

A CHISPA ! disse...

Caro Filipe
"amarelar" é favor,os objectivos politicos principais dos ditos dirigentes sindicais,como se prova através das suas intervenções,não é de estarem própriamente contra as medidas anti-sociais contidas no PEC,apesar de se servirem delas para mobilizar,mas sim utilizar a grande manifestação que foi,para se encobrir com um certo "radicalismo" pseudo anti-capitalista de práticas politicas assentes na concertação social,onde o espirito conciliatório e de colaboração com o capital, têm reinado e permanecido até hoje.
Não é por acaso que em vez de colocarem os aspectos anti-sociais das medidas contidas no dito PEC e mobilizarem as massas contra tais medidas até que o governo recue,não, centram a sua acção na "exigência" num maior equilíbrio na distribuição da factura, pelas várias classes sociais.O que quer dizer,se esta equidade for tomada em linha de conta,os protestos tênderam a desaparecer,como aliás já o fizeram no passado,com particular destaque para os últimos dez anos,onde os vários governos ao serviço da burguesia capitalista,obrigaram o povo a apertar o cinto,para recuperarem dos déficit públicos sucessivos em que colocaram o País,originados pela perda de competitividade da economia.
Aliás as propostas aprovadas na última jornada parlamentar do PCP vêm exactamente nessa perspectiva politica.
O próprio Ruben de Carvalho,membro do CC, em "debate" com Angelo Correia,do PSD,(mas também já outros dirigentes do PCP e do BE, inclusivamente J. de Sousa e F.Louçã o fazem diáriamente) no programa "Frente a Frente",assumiu e sublinhou, passo a citar: "que não se pense que o PCP, está contra a recuperação económica que é necessário fazer,com estas propostas pretende-mos apenas,dar, um maior equidade na distribuição das medidas a tomar,para que não sejam os mesmos de sempre a suportar os custos da crise."
Sobre a "combatividade" da manifestação e dado o peso das medidas anti-sociais do governo capitalista,esta de facto melhorou nesse sentido em relação às anteriores,mas mesmo assim, esteve muito aquem daquilo que é exigido e necessário para confrontar o governo,não por culpa das massas que participaram,mas sim devido às palavras de ordem que nelas são incorporadas,palavras de ordem muito recuadas,quando comparadas com o caracter reacçionário de tal politica anti-social e que têm como objectivo específico e bem concreto,de não deixar o movimento ultrapassar certos limites,e que possam colocar em causa a linha politica das suas organizações.
Quanto à UGT,mais uma vez provou para que fins o patronato a criou, mas mesmo com estas posições reacçionárias e pró-governamentais, há sempre quem ache que é possivel ter relações sindicais e amistosas com estes lacaios do capital.
Uma última nota,as suas criticas continuam a tratar o problema pela rama,as incoerências são de ordem politica bem mais profundas e radicam no programa anti-revolucionário que o PCP assumiu há longas décadas atrás,e que hoje o coloca,não como um partido revolucionário e anti-capitalista,mas como um partido à esquerda do sistema, o que daqui resulta todas as consequências para o movimento sindical que dirige e controla.
Um abraço para si Filipe
"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!