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domingo, 18 de novembro de 2012

Após uma grande Greve Geral, porquê a provocação?


 
Eles e nós, sabemos que o seu projecto de "refundação" do Estado é de carácter global, integra as várias componentes das funções de um Estado ao serviço do capitalismo monopolista de Estado: financeiras, económicas, sociais, culturais/ideológicas, políticas, repressivas.
Exactamente por isso, eles e nós sabemos que um regime neoliberal, fustigado crescentemente pela luta do Movimento Operário e Sindical, contestado nas ruas pelas massas populares, só pode manter-se pelo recurso à repressão e à liquidação do que resta das liberdades ainda sobreviventes, após 36 anos de política contra-revolucionária e restauracionista. Isto é, necessitam de reconstituir um regime de características neofascistas, ainda que disfarçado com roupagens "democráticas".

De facto, está em marcha um golpe de Estado institucional, um real "regresso ao passado (em muitos aspectos ao passado anterior ao 25 de Abril) [que]está na reestruturação e restauração dos grupos monopolistas, alguns deles do tempo do fascismo, na liquidação dos direitos dos trabalhadores, na perversão da democracia política, na degradação cultural, na capitulação perante o estrangeiro e nas alianças internacionais com as forças mais retrógradas do mundo actual"(Álvaro Cunhal, 1994).

As duas fotos da provocação, publicadas entre muitas outras e cobrindo os minutos que antecederam a carga da polícia de choque sobre populares indefesos, são bastante esclarecedoras.  Mostram, indiscutivelmente, que o indivíduo em causa, fotografado quando actuava como um "ultra-esquerdista", é o mesmo que está na terceira foto, enquadrado entre os polícias do corpo de intervenção. Que mais confirmações documentadas são necessárias? E agora? O que vão fazer as várias "instituições democráticas"? Responda quem melhor souber. Mas todos nós, democratas e patriotas - integrantes ou não das ditas instituições - temos uma palavra a dizer.

Estes métodos, sobejamente conhecidos, são utilizados hoje por regimes autoritários e neofascistas, ao serviço do capitalismo monopolista de Estado - mais próximos de nós, são visíveis, p. ex., em Espanha, na Itália, na Grécia - contra as lutas dos trabalhadores e dos povos, à medida que estes vão alargando e intensificando a luta de classes.

Por agora, a manobra provocatória mereceu a destrinça do ministro - e do Seguro/PS...- mas tal "desculpabilização" da CGTP é meramente táctica, faz parte de uma estratégia em marcha. Agora, são a liberdade e o direito à manifestação o alvo imediato, alvo já descaradamente verbalizado por um deputado do CDS; a seguir, será a própria CGTP, os comunistas, depois os socialistas sinceros,  os outros democratas e patriotas que resistem e lutam, por fim será todo o Povo, com a supressão "legal" das liberdades políticas.

Estamos a entrar numa nova fase, na qual a denúncia firme e corajosa destas práticas provocatórias é parte integrante da luta geral contra as troikas e o seu governo de turno. As práticas e as ameaças neofascistas estão aí. Ou somos nós que as derrotamos, ou seremos nós, democratas, os derrotados. Denunciá-las, isolá-las, combatê-las, tornou-se um dever e uma prioridade para todos nós.


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