SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

sábado, 8 de maio de 2010

8 de Maio de 1945 - Breve (mas necessário) apontamento histórico


Esta dia da vitória, a vitória das forças aliadas sobre o nazi-fascismo alemão, na verdade assinala a data da entrada das forças armadas soviéticas na capital berlinense e a tomada do Reichstag pelos militares do Exército Vermelho.

A comunicação "social" dominante, fiel aos seus permanentes propósitos de mistificação e reescrita da História, não deixará de propagandear os feitos dos militares estadunidenses nos teatros de operações na Europa, transformando-os nos únicos heróis a glorificar e ocultando o papel decisivo dos soldados e povos soviéticos na derrota do nazismo hitleriano.

Nada mais falso e manipulador. Dos 40 milhões de homens e mulheres que morreram na II Guerra Mundial, 27 milhões eram cidadãos soviéticos, uma catástrofe humana que revela bem a dimensão do sacrifício inenarrável pedido aos povos da antiga U.R.S.S. para se conseguir, depois de seis anos de guerra, com mortes e destruições incontáveis, finalmente derrotar os propósitos imperialistas, xenófobos e expansionistas de Adolfo Hitler e do grande capital alemão.


Reafirmando a verdade desses factos, longínquos no tempo mas gravados a fogo nas páginas da história mundial, nada melhor que usarmos as palavras verdadeiramente insuspeitas dos principais dirigentes das chamadas potências ocidentais - de facto, capitalistas - da época, palavras estas que, pouco tempo depois de serem proferidas, passaram a ser escamoteadas pela máquina ideológica da fracção imperialista triunfante, obedientemente secundada pelos aparelhos desinformativos dos países submissos. Mas tais palavras, meridianamente claras pelo seu irrecusável testemunho histórico, aí ficam:

"Do ponto de vista das grandes estratégias...é difícil fugirmos ao facto evidente de que os exércitos russos aniquilaram mais soldados e armamento ao inimigo do que todos os outros 25 estados das Nações Unidas no conjunto...Nós não podemos esquecer-nos da heróica defesa de Moscovo, Leninegrado e Stalinegrado e das gigantescas proporções das operações ofensivas russas lançadas em 1943 e 1944, em consequência das quais foram aniquilados os enormes exércitos germânicos."

(Franklin Delano Roosevelt)


"Quando falo do que foi feito pela Grã-Bretanha e do contributo militar dado pelos Estados Unidos, nunca me esqueço que foi o Exército Vermelho que quebrou o ânimo aos nazis...O Exército Vermelho deu um exemplo de abnegação e coragem. Este exemplo incutiu em nós a esperança de que a liberdade e o mundo serão salvos"

(Winston Churchill)


"Os franceses sabem o que a Rússia Soviética fez por eles e sabem também que foi precisamente a Rússia Soviética quem desempenhou o principal papel na sua libertação".

(Charles de Gaulle)



Quando vierem de novo - porque virão, sem dúvida! - com os relatos superlativos dos desembarques "aliados" nas praias da Normandia e no litoral da Itália, quando vierem com as fanfarronadas dos "imparáveis" avanços do general Patton, recordemos o que afirmaram na época os próprios adversários do Socialismo, em ocasiões nas quais sentiram ser inevitável falarem a verdade...

6 comentários:

Fernando Samuel disse...

Oportuníssima esta relembrança - bem como as citações feitas.
Já agora, relembre-se, também, que o desembarque na Normandia (a célebre abertura da 2ª frente, que fora sendo adiada, adiada, adiada...) ocorreu menos de um ano antes da Guerra terminar e quando o glorioso Exército Vermelho avançava imparavelmente a caminho de Berlim.
Quanto aos mortos, parece certo que foram mais de 50 milhões, dos quais mais de 30 milhões soviéticos.

Um abraço.

Op! disse...

Fernando Samuel: Quanto ao adiamento do desembarque na Normandia foi perfeitamente lógico o seu adiamento. Os exércitos (aliados) da Europa estavam devastados pelo inimigo Nazi. A sua única esperança era a defesa da sua pátria e aguardar o momento certo para o contra ataque. esse momento foi proporcionado não pelo exercito Vermelho mas também pelas milícias populares da URSS, que mesmo não tendo participado no contra ataque esmagador que partiu do Leste foram parte (talvez a mais importante) da resistência soviética.
Voltando ao dia D, se corre-se mal poderia significar o fim do exercito britânico e da defesa da Grã-Bretanha daí o seu adiamento lógico! estranhamente os EUA - que dele também fizeram parte - era quem menos tinha a perder, que não contribuiu de facto da maneira que poderia ter contribuído, e ainda assim é quem continua de facto a proclamar vitória sobre o Nazismo na Europa.
É incrível (e vê-se nos filmes e documentários) a brecha temporal da versão americana da II guerra mundial: num momento estão a lutar no Norte de França, no outro estão na Alemanha desprotegida sem apresentarem explicação para o facto desta não conseguir retaliar!

Nelson Ricardo disse...

Há que lembrar o papel importantíssimo da União Soviético e do Exército Vermelho na defesa da liberdade e no eliminar do nazi-fascismo. É uma vitória que ressoará pelas eras, apesar de estar a ser deturpada pelos "democratas" da UE.

Um Abraço.

Anónimo disse...

Pouco informado e mal o Membro do Povo. Aconselho as visões dos filmes soviéticos - A Queda de Berlim de Mkhail Romm, a filmagem documentada da tomada de Berlim existente nos arquivos dos Estúdios Locarno. A leitura dos livros A Batalha de Berlim de Andrew Tully, A Última Batalha de C. Ryan, Os Fundamentos do Poder soviético de Edgar Snow. E depois a reconstrução histórica feita, pelos revisionistas que se apoderaram de poder na URSS,depois do relatório secreto de Nikita Kruchtchev apresentado no XXº Congresso de 1956 cuja leitura também sugiro.

Op! disse...

Agradeço a dica. Mas lê bem o que escrevi!

JL disse...

Muito bem lembrado. E vou aproveitar para "sacar" as citações.

abraços,