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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Importante contributo do KKE na renhida batalha ideológica em curso


O ano de 2011 há pouco iniciado irá colocar enormes desafios aos partidos e militantes comunistas e a todas as forças do movimento operário de classe, exigindo-lhes novas energias, grande combatividade e firme determinação, no combate contra as forças políticas, os governos de turno e os serventuários ideológicos do grande capital. Perante a brutal agudização das contradições do capitalismo e a necessidade imperiosa de organizar a luta da classe operária e dos povos contra a estratégia do grande capital transnacional de intensificar a exploração dos assalariados até níveis de extorsão dos salários e de destruição de direitos que visam operar uma regressão civilizacional que nos faria recuar às primeiras décadas do século passado, o activo combate às manifestações e práticas oportunistas do revisionismo tornou-se uma tarefa prioritária para os partidos e militantes marxistas-leninistas.
O texto que em seguida se transcreve - importante contribuição dos camaradas gregos nesse combate - corresponde a uma parte da intervenção de Guiórgos Marinos, membro do Politburo do Partido Comunista da Grécia, proferida no 12.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, realizado em Tshwane, na África do Sul, de 3 a 5 de Dezembro de 2010, intervenção agora publicada na última edição (13/1/2010) do jornal "Avante!".

Precisamos de reafirmar e reforçar os nossos princípios de modo a ganharmos força para debelar a crise que afecta o movimento comunista.
A nossa experiência ensina-nos que a luta revolucionária é o predicado da luta contra o oportunismo, que traduz o impacto da ideologia burguesa no movimento operário e é um instrumento nas mãos do sistema, um obstáculo à radicalização das forças populares, um veículo de subjugação e compromisso, como a história do eurocomunismo e as suas expressões mais recentes têm provado.
O oportunismo tem muitas máscaras.
Por esta razão é preciso ter um critério estrito para discernir o que está por trás do termo «esquerda» e dos autoproclamados partidos e iniciativas de esquerda.
A vida mostra que a estratégia e a táctica de uma série de forças que se intitulam a si próprias de «esquerda» são um obstáculo à luta antimonopolista e anti-imperialista.
Nós opomo-nos ao Partido de Esquerda Europeu (PEE), no qual o Die Linke da Alemanha desempenha o papel principal porque defende o imperialismo da União Europeia. E depende dele. A sua estratégia social-democrata de gerir o sistema, que promove com a ajuda do capitalismo, e a sua participação na caluniosa campanha contra a URSS e o socialismo que foi construído no século XX, a partir de uma posição anticomunista e anti-histórica, espalham a confusão entre os trabalhadores e impedem o desenvolvimento da consciência política de classe.
O mesmo ocorre noutros partidos que não integram o PEE, como o Partido de Esquerda da Suécia, que utilizou a fundação «Fórum Internacional de Esquerda» para intervir de maneira liquidacionista com vista à social-democratização dos partidos comunistas.
Na opinião do KKE, deve-se reforçar o combate político-ideológico contra estas forças e revelar o seu papel, tendo em conta que elas, em conjunto com os mecanismos da Internacional Socialista e combinadas com mecanismos estatais e estruturas internacionais, intervêm corrosivamente no seio das fileiras do movimento comunista, agindo como factor que prolonga a sua crise.
Igualmente perigosas para o movimento comunista são as teses sobre o chamado «socialismo do século XXI», promovidas pelas forças pequeno-burguesas na América Latina em oposição ao comunismo científico.
Trata-se de uma construção ideológica que distorce todos os princípios e leis do socialismo-comunismo, impede o desenvolvimento da luta de classes e gera confusão na classe operária.
A necessidade da revolução socialista, o derrube do capitalismo e a construção da nova formação sócio-económica comunista, não é determinada pela correlação de forças num dado momento histórico, mas pela exigência histórica da resolução da contradição fundamental entre o capital e o trabalho, a abolição da exploração do homem pelo homem, a abolição das classes.
Por esta razão a dolorosa derrota do socialismo na União Soviética e noutros países socialistas, bem como todas as transformações contra-revolucionárias provocadas pela corrosão oportunista, não alteram o carácter da nossa época, como época da transição do capitalismo para o socialismo.
A primeira tarefa consiste na conquista do poder de Estado pela classe operária com vista a criar, através da actividade consciente da vanguarda da classe e do seu partido, uma nova base sócio-económica mediante a propriedade social dos meios de produção e da planificação centralizada.
Para que todas as classes sejam abolidas é preciso derrubar os exploradores, abolir a sua propriedade bem como toda a propriedade privada dos meios de produção.
Esta orientação leninista tem particular importância na luta dos comunistas e protege-nos de erros e desvios.
A substituição dos princípios do marxismo-leninismo por abordagens revisionistas em nome da especificidade nacional causou grande dano ao movimento comunista.
Falamos de questões estratégicas, da direcção central da nossa luta, e nenhuma especificidade nacional pode invalidar a necessidade do derrubamento revolucionário do capitalismo, a necessidade do poder operário, da socialização dos meios de produção e da planificação centralizada.
Nenhuma especificidade pode justificar a tese de um «socialismo com mercado capitalista». Uma coisa é o necessário recuo temporário em circunstâncias adversas (como a NEP no tempo de Lénine), e outra completamente diferente é admitir as leis e categorias do capitalismo como instrumentos da construção do socialismo, como acontece hoje na China.
A formação comunista tem as suas próprias leis. Nunca houve nem haverá socialismo com relações de produção capitalistas.

A luta dos povos tornar-se-á mais eficaz à medida que se fortalecer a frente contra o imperialismo e as uniões imperialistas, à medida que se intensificar o combate contra o chamado «mundo multipolar» que esconde a essência do imperialismo-capitalismo monopolista.
Uma coisa é utilizar as contradições inter-imperialistas a favor da luta anti-imperialista e outra completamente diferente é idealizar a atitude de velhos ou novos estados e uniões, emergentes ou não (UE, OSCE, Organização de Cooperação de Xangai, etc.), que se opõem aos EUA em defesa dos seus próprios grupos monopolistas para conquistar uma parte maior dos mercados.
Isto não só se aplica à União Europeia e ao Japão, mas também ao Brasil, à Índia, à Rússia assim como à China, onde as relações capitalistas de produção são hoje predominantes. Os grupos capitalistas monopolistas chineses estão activos em todos os continentes, e ao nível político é promovida uma estratégia de cooperação com a Internacional Socialista, que desempenha um papel-chave na ofensiva do capital.
A oposição às relações desiguais que caracterizam o sistema imperialista, a oposição à forte presença do capital transnacional em certos estados, deve ganhar um conteúdo anti-imperialista e anti-monopolista mais profundo, através da luta contra posições que conduzem a uma aliança com sectores do capital nacional e com as forças políticas que servem os seus interesses.
O trabalho ideológico, político e organizativo independente dos partidos comunistas e uma política de alianças própria a uma força revolucionária são princípios fundamentais cuja violação conduz à alteração das características comunistas dos partidos e à sua degeneração.

1 comentário:

Op! disse...

A ofensiva continua, só nos resta resistir.