SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

As palavras de ordem são uma componente importante das condições subjectivas que a cada momento é tarefa dos comunistas descobrir/criar e colocar na ordem do dia. Mas esta tarefa é muito mais vasta, complexa e exigente, tão vasta, complexa e exigente como o é a luta de classes. Na verdade, a luta de classes é a mais total guerra que se trava, permanentemente, entre os humanos, enquanto membros de uma classe em luta contra outra(s) classe(s). Sendo uma guerra, tem como qualquer outra guerra exigências estratégicas e tácticas constantes, com mudanças frequentes na estratégia e adaptações na táctica por vezes diárias. Esta complexidade nos combates de classe coloca aos comandos políticos da classe operária e dos trabalhadores - os partidos operários, marxistas-leninistas - uma tensão de forças constante, testando as suas capacidades, pondo constantemente à prova os seus quadros e militantes. A actividade de interpretação política e ideológica da realidade objectiva e a correspondente definição da linha política e programática, a par da planificação e organização das iniciativas para a aplicar, sendo a concretização do "factor subjectivo", são afinal a coluna vertebral da existência dos PC´s.
Há tempos atrás, discutindo alguns destes problemas, uma camarada lembrou acertadamente o exemplo das religiões e suas igrejas, como a mais completa confirmação da importância do "factor subjectivo". De facto, estando a religião no plano filosófico nos antípodas da nossa identidade, sendo ela uma das mais poderosas correntes do idealismo objectivo e nós a afirmação do materialismo objectivo, dialéctico, atente-se no poder de transformação material da vida humana que as concepções e práticas religiosas possuem há milénios, designadamente as judaico-cristãs e em particular a católica. Em síntese, persuadindo os seres humanos da ideia da existência de deus e do direito deste para nomear os seus representantes - a hierarquia - há séculos que vem convencendo milhões de crentes a praticar todo o tipo de acções (políticas, militares, económicas, sociais, culturais) com tão profundas repercussões e consequências nas sociedades humanas onde se inserem, ao longo de séculos. Este exemplo, de utilização espantosamente eficaz do "factor subjectivo" na transformação da vida material, é para nós comunistas e revolucionários um poderoso e irrecusável repto: se conceitos e axiomas tão flagrantemente subjectivos como os da religião conseguem transformar-se em tão poderosa força material, ficam flagrantemente claras as nossas responsabilidades, as obrigações dos que assentam a sua existência e actividade na concepção materialista dialéctica e que consideram os homens como sujeitos da história e os humanos seres capacitados e capazes das mais exaltantes e luminosas construções colectivas, sejam estas materiais ou espirituais.

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