SÓ NÃO SE ENGANA QUEM CEDE AO MEDO DE CAMINHAR NO DESCONHECIDO - SÓ SE PERDE AQUELE QUE NÃO ESTÁ SEGURO DO RUMO QUE ESCOLHEU.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Vamos continuar, ainda com algumas considerações mais sobre os factos do final de 2008 que estimularam o lançamento deste espaço. Particularmente sobre a luta na Grécia e as sapatadas sobre Bush, pois sobre a crise sistémica do capitalismo já se adiantou o necessário, no que toca às posições imediatas tomadas pelos PC's.
Não obstante as suas condições próprias, a situação política grega revela pontos semelhantes e mesmo comuns com a situação noutros países, nomeadamente: um partido dito "socialista" que, à semelhança do que se passou com a generalidade dos partidos social-democratas e trabalhistas, foi "comido" por dentro pelo grande capital e transformado em seu instrumento directo; um sistema de poder alternante, assente num bi-partidarismo - talvez mais exactamente num unipartidarismo bicéfalo - , à semelhança das soluções já consolidadas há décadas nos sistemas britânico e estado-unidense; uma legislação eleitoral que, conjugada com a detenção pelos grandes grupos económicos dos meios de propaganda e manipulação informativa, em contraste com a exiguidade de recursos do partido proletário, falseiam totalmente a democraticidade das consultas eleitorais, induzindo e sedimentando a chamada bi-polarização; por último, uma situação social crítica, originada pelas políticas de classe do grande capital, aplicadas ao longo destas duas últimas décadas da globalização neoliberal. São traços comuns que evidenciam, simultâneamente, os limites, as dificuldades e as possibilidades de uma intervenção revolucionária, e, uma agudização das contradições sociais, com a correspndente e crescente redução do espaço de manobra das estruturas políticas e ideológicas do capital, mais evidente nos últimos meses de 2008 e em resultado da grande crise capitalista mundial em desenvolvimento.

Tal como em numerosos outros países, tambem na Grécia existe o instrumento político insubstituível e decisivo na caminhada política da sua classe operária e dos seus trabalhadores, rumo à sua emancipação e ao fim da exploração da qual são as principais vítimas: o partido operário, marxista-leninista, o Partido Comunista Grego. Direcção política e vanguarda do movimento operário grego, existe para guiar os trabalhadores e o seu povo no contraditório e complexo caminho da luta de classes, em cada uma das suas etapas, até à conquista e laboriosa construção da nova sociedade socialista.
A história recente e a prática actual do KKE confirmam-no como um valoroso destacamento nacional do movimento revolucionário mundial. A atestar essa sua qualidade aí está o papel que vem desempenhando na intensificação e fortalecimento das lutas de massas que vêm ocorrendo na Grécia. Defrontando corajosamente as políticas anti-operárias e anti-populares do governo, desmascarando constantemente a traição e os conluios do PASOK com os ditames do grande capital, posicionando-se frontalmente contra a permanência da Grécia na U.E. dos monopólios, organizando os seus militantes prioritáriamente nas grandes empresas e nos sindicatos, defrontando corajosamente a repressão e a liquidação das liberdades políticas operadas pelo Estado burguês, mobilizando para a acção de massas as suas organizações, o KKE tem registado êxitos assinaláveis na adesão popular às suas consignas e iniciativas sociais e políticas. Isto mesmo se encontra evidenciado na sua capacidade mobilizadora, com manifestações práticamente diárias em várias cidades gregas, no último mês do ano que terminou.
É necessário assinalar que esta capacidade política mobilizadora não é um fenómeno recente no Partido Comunista Grego. Já há alguns anos atrás, ainda no auge da ofensiva neoliberal, o KKE realizou uma grande manifestação dos seus militantes no centro de Atenas, exigindo um aumento geral de salários, que contou com dezenas de milhares de participantes. Que ensinamentos imediatos devemos procurar tirar desta estimulante experiência dos camaradas gregos? No mínimo, podemos concluir que um partido corajoso, mobilizado e determinado, enraízado na classe operária e nas massas populares, com palavras de ordem e acções acertadas, mesmo lutando em condições muito adversas, é capaz de atrair e conquistar para a luta a mente e o coração da parte mais combativa e avançada do seu povo. Assinalemos estes sucessos dos marxistas-leninistas gregos como mais uma confirmação prática da importância central do factor subjectivo.

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